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Brasil caminha para liderar exportações de milho em 2023

Durante a 43ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo, do Ministério da Agricultura e Pecuária, a Embrapa apresentou uma análise sobre genética e genômica do milho e inovações tecnológicas para o mercado de sementes de cereais. Segundo Frederico Durães, gerente geral da Embrapa Milho e Sorgo, “os temas demonstraram, por meio dos dados e considerações apresentadas, os desafios e as contribuições da ciência com propósito, associada ao empreendedorismo utilitário, permeando o atual marco legal e perspectivas”. “Basicamente, buscamos analisar a integração de ciência e tecnologia para arranjos produtivos e dinâmicas de mercado, com base em ciência, dados e evidências”, disse.

Por parte da Embrapa, foram analisados ​​dados de cultivares de milho registrados no Brasil, por fundo genético e inserções biotecnológicas, indicando as empresas que obtêm e/ou mantêm esses materiais, além de abordagens atualizadas sobre o levantamento de cultivares para a safra 2022/2022 colheita. 2023 e o evento transgênico BTMAX. O encontro, realizado no dia 7 de março, foi conduzido pelo empresário agrícola e presidente da Câmara Setorial, Sérgio Luiz Bortolozo, que reconheceu a importância da Embrapa no desenvolvimento do agronegócio no país. “A Embrapa tem feito um trabalho heroico. Cada vez que pedimos uma missão à instituição, ela responde com eficácia. Hoje, temos tecnologia tropical e condições para sermos ainda mais competitivos”, afirmou.

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“Quando ouvimos expectativas de mais produção e mais produtividade, de forma sustentável, vemos como um forte compromisso com a ciência brasileira”, enfatizou Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo. Segundo Durães, 95 empresas – 12 públicas e 83 privadas – solicitaram o registro de 6.600 cultivares de milho, “com origens e características diversas, após a Lei de Proteção de Cultivares (LPC nº 9.456/97)”. “É um mercado competitivo, concentrado e bastante interessante para segmentos da cadeia de valor do milho brasileiro, incluindo o produtor e a agricultura tropical”, enfatizou o chefe geral. “Esta é uma questão que requer atenção dedicada das políticas públicas. Pois, há exemplos de empresas de melhoramento que estão contribuindo e podem ampliar sua parcela de participação tecnológica e nos novos contextos de expansão do Brasil na agenda de oferta de alimentos de qualidade e segurança alimentar mundial”, enfatizou.

Segundo o pesquisador Emerson Borghi, da Embrapa Milho e Sorgo, 98 novas cultivares de milho – 70 de ciclo precoce e 25 superprecoce – foram disponibilizadas pelas empresas de sementes para a safra 2022/2023, “evidenciando a importância da segunda safra” . Dessas 98 novas cultivares, 78 materiais estão posicionados para produtores de alta tecnologia. “Novos eventos transgênicos são lançados todos os anos no Brasil, demonstrando que as empresas buscam soluções como resistência às principais lagartas que atacam a cultura do milho, cultivares com tolerância à deficiência hídrica e tolerância a doenças, visando assim proporcionar maiores índices de produtividade para agricultores, relatou.

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Milho transgênico totalmente desenvolvido no Brasil

O evento transgênico do milho BTMAX, altamente eficaz contra a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), considerada a principal praga do milho, e a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Newton Portilho Carneiro, líder do o projeto desenvolvido em parceria com a Helix, empresa do grupo Agroceres. O BTMAX é um produto tecnológico resultante de uma parceria público-privada 100% nacional entre as duas empresas, cujo evento técnico-científico (EH913) foi aprovado por unanimidade pela CTNBio em junho de 2022. da lagarta-do-cartucho. Com a BTMAX, a Embrapa e a Helix, duas empresas nacionais, entram definitivamente na seleta lista de empresas com conhecimento disruptivo para sementes de milho”, disse. “Trata-se de um caso diferenciado, de integração de ciência, tecnologia e práticas de mercado, que interessa ao Brasil e que tem forte capacidade de inclusão socioprodutiva e produtividade com sustentabilidade”, acrescentou Frederico Durães.

Para Urbano Ribeiral Júnior, diretor financeiro do grupo Agroceres, o diferencial do BTMAX é o uso da própria biodiversidade brasileira para o controle de pragas desse mesmo ecossistema. “O BTMAX está entre as melhores tecnologias do mercado hoje, nascido em solo brasileiro e fruto de uma parceria público-privada genuinamente nacional”, destacou. O processo de regulamentação da tecnologia já foi iniciado em outros países. Ainda de acordo com Ribeiral, o objetivo é colocar a tecnologia à disposição dos agricultores brasileiros o mais rápido possível.

Projeções de safra e exportação

Allan Silveira dos Santos, superintendente de Estudos de Mercado e Gestão de Abastecimento da Conab, apresentou as perspectivas para a primeira e segunda safras de milho 2022/2023. Segundo ele, a safra de verão do cereal deve ter um aumento de produção de 5,7% em relação ao ciclo passado, com aumento de 9,5% na produtividade e redução de 0,4% na área. A segunda safra segue com a mesma eficiência produtiva, com aumento de 6,6% na produtividade e 10,6% na produção. “Em relação à oferta, temos perspectivas de boa produção no Brasil e recuperação da produção nos Estados Unidos. A Argentina já tem perdas consolidadas e a Ucrânia tem produção bem abaixo do potencial. Na demanda, o consumo segue firme no Brasil e apresenta queda estimada no mundo devido à alta dos preços. No entanto, a demanda pelo milho brasileiro deve continuar elevada devido à baixa disponibilidade do produto no mercado internacional”, prevê.

O engenheiro agrônomo Wallas Ferreira, da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), apresentou um panorama das exportações de milho no período 2022/2023. Segundo ele, o Brasil pode ocupar a posição de líder mundial nas exportações do cereal em 2023, superando os Estados Unidos, chegando à marca de 50 milhões de toneladas destinadas ao mercado externo. A estimativa do Departamento de Agricultura dos EUA é de 48,897 milhões de toneladas exportadas, com queda na produção neste ano: 349 milhões de toneladas contra 383 milhões de toneladas em 2022.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, enfatizou a necessidade de o Brasil produzir mais milho, atendendo todas as cadeias produtivas, que devem trabalhar juntas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. “O Brasil precisa e tem condições de produzir mais milho, tanto na primeira quanto na segunda safra, para o mercado mundial e interno”, afirmou. Opinião semelhante foi expressa pelo presidente-executivo da União Nacional do Álcool de Milho (Unem), Guilherme Nolasco. A expectativa é que o Brasil produza seis bilhões de litros de etanol de milho na safra 2023/2024, com um aumento de 36,7% em relação ao último período de produção. Atualmente, o setor de bioetanol de milho consome cerca de 14 milhões de toneladas do cereal e a meta para 2030, segundo ele, é chegar a cerca de 26 milhões de toneladas.



Fonte: Agro

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