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OUÇA 🎧 | Oito passos para um solo saudável e produtivo • Portal DBO

    OUCA Oito passos para um solo saudavel e produtivo

    Além de uma boa assessoria técnica e planejamento, o produtor deve ter os pés no chão e o dimensionamento correto do que o espera ao assumir a tarefa de restaurar a saúde do solo ou dos solos de sua propriedade.

    Os recursos financeiros em função do tempo não podem ser perdidos de vista. Na maioria dos casos, é possível incorporar os gastos ao fluxo de caixa da própria fazenda.

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    Foto: arquivo pessoal

    Alexandre de Campos Gonçalves é engenheiro agrônomo formado pela Esalq-USP (Piracicaba, SP) e diretor da Alecrim Consultoria. É ele quem chama a atenção:

    Nas últimas semanas, o Portal DBO tratou mais de perto a questão da saúde do solo e o quanto isso explica, por exemplo, a degradação de pastagens e pecuária com baixo índice de aproveitamento, no Brasil.

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    Agora, Gonçalves é quem finaliza a obra com um passo a passo para desmistificar o medo que existe em devolver à terra o que dela é tirado.

    1º Passo | Conhecendo o solo onde você trabalha

    É necessário analisar o solo quanto ao relevo, considerando sinais de degradação (graus) como voçorocas, erosão, desertificação, assoreamento, etc. Também como está a cobertura vegetal e a vitalidade das plantas existentes, além da presença de vazios na vegetação, animais (tipos) e manejo.

    As condições climáticas também devem ser verificadas, principalmente o comportamento das temperaturas e das chuvas (regime hídrico). E, finalmente, qual é o objetivo da produção na fazenda. Esta é a base para começar!

    2º Passo | Pare os fatores que promovem a degradação

    Por exemplo, se houver erosões, é necessário tratá-las. Cada episódio pode exigir ações diferentes para interromper o processo. Da mesma forma, assoreamento. Também em caso de superlotação de animais, pode ser cercada.

    No caso de uma lavoura, verifique se tudo o que foi retirado do solo está sendo reposto. A análise química revelará esse tipo de degradação com mais precisão. Sem a interrupção dos processos de degradação, há sérios riscos de os investimentos irem embora, como se a água levasse tudo.

    3º Passo | Entenda como está o solo em questão

    Isso se baseia em uma análise física, química e até biológica do solo. Eles são de laboratório, em parte. A presença de vida sob nossos pés, porém, pede a abertura de uma pequena trincheira para uma análise mais completa. A percepção é visual, mas especializada.

    4º Passo | Plano de ação

    A maioria dos produtores e técnicos pula essa etapa, mas ela é financeiramente vital. Por meio dele, os recursos em caixa são balanceados com intervenções ao longo de um cronograma. É importante que durante a execução do plano de recuperação seja mantida a capacidade de investimento do negócio.

    5º Passo | correção de solo

    Quatro pontos são fundamentais: mexer na matéria orgânica do solo; pH correto; e repor macronutrientes e micronutrientes. Todos os recursos e estratégias utilizados nesses quatro pontos estão previstos no planejamento de acordo com um cronograma. Ele equilibra o que você pode, o que você precisa e o quanto você quer desse processo em função do tempo.

    Portanto, sem planejamento a ocorrência de falhas é quase inevitável. Do lado da matéria orgânica, por exemplo, dependendo da área, o uso de esterco é suficiente, mas, em caso de extensivo, o plantio direto também é mais eficiente e barato.

    6º Passo | Conheça o plano de ocupação e selecione-o

    Partindo do princípio que o passo 5 foi bem executado e que o solo está em equilíbrio a ponto de fechar seu ciclo com a devida manutenção, é preciso saber qual a melhor planta para se trabalhar. Trata-se de escolhê-lo de acordo com o que o ambiente oferece. Por exemplo, no caso de pastagens onde o solo é mais ácido, com períodos de recuperação mais longos, não é possível trabalhar com forragens com altas exigências nutricionais ou de manejo.

    Portanto, recomendam-se plantas mais simples, menos exigentes e que respondam a solos menos nutritivos. Nesses casos, é preciso moldar o sistema para uma capacidade suportável, equilibrando planta x animal x solo. Tudo isso precisa ser afinado. Mas conforme o solo se recupera, é possível trocar a forragem por uma mais produtiva. O mesmo vale para as culturas agrícolas.

    7º Passo | Estabeleça uma rotina de gestão sustentável

    Outro ponto importante é estabelecer a manutenção constante das condições químicas, físicas e biológicas do solo. Se assim for, o processo de produção será duradouro e lucrativo. É preciso manter a claridade de que quanto mais você produz, mais retira do solo e mais precisa repor. Só o equilíbrio é sustentável.

    8º Passo | Estabelecer controle e monitoramento de todo o sistema

    Uma vez que o solo esteja saudável e a produção tenha alcançado as metas estabelecidas, é preciso acompanhar tudo de perto para manter a roda girando com força perene. Isso só é possível com muita gestão.

    O controle e o monitoramento permitirão a verificação frequente quanto à degradação, perda de produtividade ou manutenção sem queda da fertilidade (em áreas localizadas) e se a rentabilidade é satisfatória ou se há aperto de margens.

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    Fonte: Portal DBO