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Sorgo surpreende e aumenta 36% em uma safra

Originally posted on 20 de setembro de 2022 @ 13:20

Produção de sorgo no Brasil cresce mais de 36% em apenas uma safra
Produção de sorgo no Brasil cresce mais de 36% em apenas uma safra

Aumento do sorgo no Brasil, tanto em área quanto em produção nas últimas quatro décadas, e os cenários favoráveis ​​para um desenvolvimento ainda maior da cultura nos próximos anos foram aspectos discutidos por especialistas das áreas de mercado e pesquisa durante o XXXIII Congresso Nacional. de milho e sorgo. “Temos um horizonte promissor para o sorgo.

Com a expectativa de aumento das exportações de milho do Brasil para a China, os preços devem continuar subindo e o sorgo deve ser mais procurado pelo agronegócio”, prevê Felipe Fabbri, coordenador da divisão de mercado de proteínas alternativas e custos de produção da Scot. Consultoria.

“Ano após ano, temos visto aumentos de área e produção de sorgo, índices que têm sido impulsionados pelas agroindústrias de produção animal, que querem reduzir custos na produção de ração, e por quedas na produção de milho por conta do clima”, ele descreve.

O Brasil, de acordo com o último levantamento de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgado em 8 de setembro, produziu 2,85 milhões de toneladas de sorgo na última safra (36,9% a mais que no período anterior), em uma área plantada de 1,03 milhão hectares (aumento de 19,4%).

A produtividade, segundo a instituição, está em 2.763 quilos por hectare, com variação positiva de 14,6% em relação à safra 2020/2021.

“O cenário para 2022/2023 é de forte evolução, com mais investimento em tecnologia. Devemos ter mais um ano sob a influência do La Niña e os produtores podem optar mais pelo sorgo, se a janela ficar mais curta no plantio da safra de verão”, diz Fabbri.

O cereal é semeado praticamente em sua totalidade no período da segunda safra, pois é mais resistente à escassez de chuvas e tolera temperaturas mais elevadas.

Essa vantagem competitiva do sorgo vem acompanhada de menores custos de produção – entre 20% e 30% menores em relação ao milho – e um cenário de alta liquidez vivenciado pelos produtores nos últimos anos.

De acordo com o coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot, há, por parte do setor, alta demanda por grãos no período da safra. “É uma opção de fácil acesso e menor custo”, resume.

Totalmente voltada para o consumo interno, a cadeia produtiva do sorgo se profissionalizou com medidas adotadas pelas agroindústrias no processo de comercialização.

“A partir de 2019, estabelecemos regras claras para os produtores de sorgo, garantindo pelo menos 85% do preço por saca de milho, podendo até ser incluído no contrato, se o agricultor desejar”, ​​reafirma Dércio Luís Oppelt, gerente executivo da BRF Operações e Logística.

Segundo ele, a empresa também trabalha com outras formas de comercialização, como compras futuras com preços fixados em reais e também vinculadas às bolsas de valores brasileira e de Chicago, além das compras em depósito com estipulação da data de venda, que pode ser definido pela própria empresa.

produtor ou cooperativa. “O agricultor pode entregar a produção e não vender, esperando o melhor momento. Adaptamos a forma de comercialização do sorgo à mesma forma de comercialização do milho”, explica Oppelt.

“Estabelecer essa clareza no processo de venda é fundamental para o mercado e para o produtor”, completa.

Segundo Dércio, um dos desafios para uma maior expansão da cultura no país é a logística de transporte, com os altos preços do frete, com o aumento do óleo diesel, já que a região Centro-Sul concentra a produção – Goiás produz quase 41% do sorgo brasileiro.

Outro fator apontado pelo gestor são as perdas no processo de transporte.

“Os caminhões devem estar com a carroceria bem fechada. Os grãos de sorgo, por serem bem menores que os grãos de milho, são mais suscetíveis a perdas logísticas”, ressalta.

Dércio Oppelt também reforça a necessidade de mais investimentos em pesquisas e a necessidade de registro de herbicidas e inseticidas para a cultura, além de investimentos em fábricas para utilização do sorgo na formulação de ração animal.

Goiás, Minas e São Paulo lideram a produção de sorgo no país. Mas o eixo de produção está mudando, segundo dados apresentados por Urubatan Klink, gerente comercial para América do Sul da Innovative Seed Solutions.

“Matopiba e Sealba, além dos estados de Mato Grosso e Rondônia, são movimentos importantes em termos de territórios de produção, o que nos remete a uma série de esforços pensando em cada uma dessas regiões”, avalia.

Segundo ele, as regiões de Sorriso e Primavera do Leste, no Mato Grosso, ainda têm oportunidades de expansão na esteira do crescimento da produção de etanol.

Abaixo, veja um diagnóstico das principais áreas produtivas brasileiras e tendências futuras, na visão de Klink:

Tendência de crescimento da área plantada de 13,6% em cinco anos, dos atuais 1,2 milhão de hectares para quase 2 milhões de hectares em 2027. Isso causou sérios problemas nas lavouras nos Estados Unidos”, alerta.

Segundo Urubatan Klink, há necessidade de desenvolver novas moléculas químicas (herbicidas, inseticidas e fungicidas), novos híbridos com alto potencial produtivo e geração de grãos de alta qualidade para a indústria de carnes.

Aumento de 32,3% na área plantada nos próximos cinco anos, atingindo 603 mil hectares em 2027. Desenvolvimento de híbridos eficientes com alta estabilidade e tolerantes a nematoides, principalmente para regiões com solos arenosos.

Geração de híbridos de alta qualidade para a indústria de carnes e usinas de etanol, além do desenvolvimento da produção local de sementes.

Crescimento de 35,1% na área plantada até 2027, atingindo 935 mil hectares. Desenvolvimento de híbridos com alto potencial produtivo para áreas irrigadas e alta estabilidade para regiões de sequeiro, tolerantes a pulgões e nematoides.

Novas moléculas químicas. Híbridos de alta qualidade para a indústria de carnes e etanol (principalmente na região de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde já existe um polo de produção de álcool), além do desenvolvimento da produção local de sementes.

De 245 mil hectares em 2022 para 499 mil hectares em 2027. “Talvez seja uma das poucas regiões do país onde o milho está sendo substituído pelo sorgo por causa da cigarrinha do milho”, interpreta.

Desenvolvimento de híbridos eficientes com alta estabilidade e tolerantes ao fungo “ergot”, principalmente em plantios posteriores, e a pulgões. Geração de grãos de alta qualidade para a indústria da carne e para a alimentação do gado.

Crescimento de 78,7% na área plantada até 2027, atingindo 124 mil hectares em 2027. Desenvolvimento de híbridos para esta região, eficientes e altamente estáveis ​​para plantio de verão, adaptados para áreas úmidas (rotação com cultivo de arroz, promovendo redução da erva daninha conhecida como arroz vermelho).

Geração de grãos de alta qualidade para a indústria da carne e para a alimentação do gado.

“Nos últimos 10 anos, houve uma grande evolução no potencial produtivo dos híbridos, de um potencial de 80 para 150 sacas, além do aprimoramento de atributos importantes, como tolerância à seca, qualidade nutricional e redutores de nematoides.

É importante continuar a evolução desses híbridos para que possam garantir o aumento das áreas plantadas nas regiões de expansão, além de oferecer ao mercado cultivares tolerantes a pulgões”, comenta o gerente comercial para América do Sul da Innovative Seed Solutions .

Entre os híbridos citados, com alto potencial produtivo, está o BRS 373, desenvolvido pela Embrapa.

Atualmente, cerca de 12% da safra de sorgo nos Estados Unidos, principal produtor da cultura, é destinada à produção de biocombustíveis.

“Além disso, a cultura é adequada para diferentes tipos de produção de etanol, e o grão de sorgo produz a mesma quantidade de etanol por tonelada que o milho, mas utiliza um terço a menos de água em sua produção”, explica.

Em relação ao potencial de uso do sorgo na alimentação humana, Klink é enfático.

“Usamos muito pouco esse grão de sorgo. Sabemos que outros países têm usado muito mais e explorado esse potencial, como Japão, Estados Unidos e União Europeia. Traz essa tremenda vantagem da intolerância ao glúten”, reforça.

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