Sumário
1. Diferença entre os preços do boi gordo e da carne diminui em outubro
1.1. Recuperação nos valores do boi gordo
1.2. Aumento nos preços da carne de forma menos intensa
2. Chuvas no oeste catarinense causam prejuízos ao setor suinícola
2.1. Alagamentos e interdições de estradas dificultam recebimento de insumos
2.2. Escalas de abate comprometidas e unidades inundadas
3. IPPA/CEPEA segue em queda em setembro
3.1. Quedas nos índices de grupos de produtos agropecuários
3.2. Comparação com preços industriais e internacionais
Introdução
Este artigo aborda três temas importantes no setor agropecuário: a redução da diferença entre os preços do boi gordo e da carne, os prejuízos causados pelas chuvas no setor suinícola e a queda do IPPA/CEPEA em setembro. Esses assuntos têm impacto direto no mercado e são de interesse para produtores, frigoríficos e consumidores. Acompanhe os detalhes de cada tópico e suas consequências.
A diferença entre os preços de comercialização das arrobas do para abate (estado de São Paulo, à vista) e da carcaça casada bovina (atacado da Grande São Paulo, à vista) voltou a cair nesta parcial de outubro. Vale lembrar que, em setembro, levantamento do Cepea mostrou que a diferença entre os preços médios da arroba do boi gordo e da carne atingiu recorde, com vantagem para a proteína. De acordo com pesquisadores do Cepea, esse cenário se deve à recuperação verificada nos valores do animal para abate nas últimas semanas, como reflexo da redução na oferta de gado pronto para abate. Já no caso da carne, os preços também subiram, mas de forma menos intensa. Diante disso, dados do Cepea mostram que, em outubro (até o dia 17), a diferença média entre os preços da arroba do animal para abate e da carne no atacado está em 14,84 Reais/@, abaixo da verificada em setembro, de 22,68 Reais/@ (na parcial daquele mês – até o dia 19 –, a carne no atacado chegou a ser negociada a quase 29 Reais/@ acima do boi gordo, diferença recorde).
SUÍNOS: CHUVAS NO OESTE CATARINENSE CAUSAM PREJUÍZOS AO SETOR SUINÍCOLA
As fortes chuvas registradas em Santa Catarina neste mês têm causado prejuízos ao setor suinícola de algumas regiões, principalmente nas do oeste do estado. Colaboradores consultados pelo Cepea relataram que os alagamentos e interdições de estradas têm dificultado e até mesmo impedido o recebimento de insumos para a nutrição do animal. O transporte de suínos para atender a demandantes de dentro e de fora do estado também foi comprometido em parte das regiões. Segundo pesquisadores do Cepea, alguns agentes de frigoríficos indicaram que as escalas de abate foram prejudicadas, em decorrência do não recebimento de caminhões com animais. Em casos mais severos, unidades de abate foram inundadas, e os prejuízos ainda estão sendo contabilizados. Nesse cenário, a liquidez no mercado suinícola do Oeste Catarinense tem sido lenta. Quanto aos preços, levantamento do Cepea mostra pequeno avanço nesta semana, o que se deve à redução na oferta, em consequência dos animais represados em granjas afetadas.
IPPA: IPPA/CEPEA SEGUE EM QUEDA EM SETEMBRO
Em setembro, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) recuou 1,7% frente a agosto, em termos nominais. O resultado reflete as quedas observadas para o IPPA-Pecuária (-3,8%), para o IPPA-Hortifrutícolas (-8,1%) e para o IPPA-Cana-Café (-0,5%). O IPPA-Grãos, por sua vez, apresentou modesta alta de 0,1% na mesma comparação. No mês, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, apresentou elevação de 1,5%, indicando que, de agosto para setembro, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia brasileira. No cenário internacional, houve ligeira queda de 0,1% dos preços internacionais dos alimentos, cujo índice é divulgado pela FAO; e aumento de 0,8% da taxa de câmbio oficial (US$/R$), divulgada pelo Bacen. Com isso, de janeiro a agosto, o IPPA/CEPEA acumula recuo de 16,2% frente ao mesmo período de 2022 – consideravelmente superior à queda observada para o IPA-OG-DI Preços Industriais, de 4,8%. Na mesma comparação, verifica-se que os preços internacionais dos alimentos também acumularam baixa importante (-14,6%), enquanto a taxa de câmbio nominal está 2,5% abaixo do patamar observado no mesmo período de 2022.
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Neste mês, a diferença entre os preços de comercialização das arrobas do boi gordo para abate (estado de São Paulo, à vista) e da carcaça casada bovina (atacado da Grande São Paulo, à vista) voltou a cair. No mês passado, o Cepea identificou um recorde na diferença entre os preços médios da arroba do boi gordo e da carne, com vantagem para a proteína. Os pesquisadores do Cepea explicam que essa mudança se deve à recuperação nos valores do boi gordo nas últimas semanas, devido à redução na oferta de gado pronto para abate. Em relação à carne, os preços também aumentaram, mas de forma menos intensa. Os dados do Cepea mostram que, até o dia 17 de outubro, a diferença média entre os preços da arroba do boi gordo e da carne no atacado está em 14,84 Reais/@, abaixo do valor registrado em setembro, que foi de 22,68 Reais/@ (no dia 19 do mês passado, a diferença chegou a quase 29 Reais/@, um recorde).
SUÍNOS: CHUVAS NO OESTE CATARINENSE CAUSAM PREJUÍZOS AO SETOR SUINÍCOLA
O setor suinícola de algumas regiões, principalmente no oeste de Santa Catarina, está enfrentando prejuízos devido às fortes chuvas que caíram neste mês. Segundo relatos de colaboradores consultados pelo Cepea, os alagamentos e as interdições de estradas têm dificultado e até mesmo impedido o recebimento de insumos para a nutrição dos animais. O transporte de suínos também foi comprometido em parte das regiões, o que afetou o atendimento à demanda de dentro e fora do estado. Alguns agentes de frigoríficos informaram que as escalas de abate foram prejudicadas devido à falta de caminhões com animais. Em casos mais graves, unidades de abate foram inundadas e os prejuízos ainda estão sendo contabilizados. Com isso, a liquidez no mercado suinícola do oeste de Santa Catarina está lenta. Os preços apresentaram pequeno aumento nesta semana, devido à redução na oferta causada pelos animais represados em granjas afetadas.
IPPA: IPPA/CEPEA SEGUE EM QUEDA EM SETEMBRO
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) registrou uma queda de 1,7% em setembro, em relação a agosto, em termos nominais. Esse resultado reflete as quedas nos índices de preços da pecuária (-3,8%), dos hortifrutícolas (-8,1%) e da cana-de-açúcar e café (-0,5%). Já o índice de preços dos grãos teve um leve aumento de 0,1% na mesma comparação. No mesmo período, o índice de preços de produtos industriais (IPA-OG-DI), calculado e divulgado pela FGV, apresentou um aumento de 1,5%, indicando que os preços agropecuários caíram em relação aos preços industriais da economia brasileira. No cenário internacional, houve uma pequena queda de 0,1% nos preços internacionais dos alimentos, de acordo com o índice divulgado pela FAO, e um aumento de 0,8% na taxa de câmbio oficial (US$/R$), divulgada pelo Bacen. Portanto, de janeiro a agosto, o IPPA/CEPEA acumula uma queda de 16,2% em relação ao mesmo período de 2022, o que é consideravelmente maior que a queda observada nos preços industriais (IPA-OG-DI), que foi de 4,8%. No mesmo período, os preços internacionais dos alimentos também apresentaram uma queda significativa (-14,6%), enquanto a taxa de câmbio nominal está 2,5% abaixo do patamar observado no mesmo período de 2022.
