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B3 fecha segunda com milho levemente recuado

Chicago cedeu com peso das exportações da Ucrânia, mas clima dos EUA continua no radar

A segunda-feira (01) chega ao fim com os preços futuros do milho acumulando movimentos negativos na Bolsa de Valores Brasileira (B3). Após recuar a maior parte do dia, as principais cotações fecharam o pregão oscilando entre R$ 85,35 e R$ 91,80.

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O vencimento setembro/22 estava cotado a R$ 85,35, queda de 0,23%, novembro/21 valeu R$ 87,28, queda de 0,56%, janeiro/23 foi negociado a R$ 90, 13 com desvalorização de 0,38% e março/23 teve valor de R$ 91,80 com perda de 0,23%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa brasileira sentiu o impacto das quedas no mercado internacional com as cotações da Bolsa de Chicago.

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Na visão do SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve um mês de pressão e queda de preços nos principais mercados em julho, com raras exceções. “A chegada da entressafra, com a colheita a progredir em geral, pesou naturalmente nos preços dos cereais”.

Segundo o consultor da SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, os preços nos portos são até “saudáveis”, porém, os custos de frete são muito altos, trazendo preços baixos para o produtor e altos para o consumidor. “Apesar do excelente início dos embarques de exportação, a entressafra é recorde e precisa ser embarcada nos próximos sessenta dias. Sem o fluxo adequado, vai acabar complicando a logística brasileira da próxima safra de soja que chegar ao mercado a partir de janeiro”, alerta.

Molinari lembra que 82 milhões de toneladas chegam ao mercado em julho e agosto e, naturalmente, isso tem um forte impacto em toda a logística. No entanto, devido à situação atual dos combustíveis, o frete tem sido o grande fator de problema para o escoamento desta entressafra de 2022, comenta. “As tradings e os consumidores domésticos pagam caro para retirar um milho relativamente barato da origem no produtor e colocá-lo no destino final. Um milho com preços baixos para o produtor e caro para o consumidor, por conta do frete”, analisa.

Só no mês de julho, o Brasil exportou mais de 4 milhões de toneladas de milho, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Esse volume foi 107% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

Confira como foram todas as cotações desta segunda-feira

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas. O levantamento feito pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações nas praças de Dourados/MS, Machado/MS, Porto Paranaguá/PR e Porto Santos/SP.

As apreciações foram notadas em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Eldorado/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA, Cândido Mota/SP e Campinas/SP.

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “apesar do avanço da safra, a crescente demanda externa continua pressionando os preços do milho, que são vendidos a R$ 83,00/sc em média em Campinas/SP”.

Também nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os preços do milho voltaram a subir em muitas regiões, como o estado de São Paulo.

“O aumento está atrelado às altas recentes do mercado internacional, à maior demanda externa pelo cereal brasileiro e aos baixos estoques dos compradores nacionais. Diante disso, os produtores desistiram das vendas envolvendo grandes lotes, na expectativa de obter maior faturamento nos próximos períodos”.

Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 3,58% entre os dias 22 e 29 de julho, a R$ 82,93/sc nesta sexta-feira, 29.

Mercado externo

A Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) permaneceu durante todo o dia operando em campo negativo para as cotações internacionais do milho, que registraram recuos neste primeiro dia da semana.

O vencimento setembro/22 foi cotado a US$ 6,07, com queda de 9,25 pontos, dezembro/21 valeu US$ 6,09 com desvalorização de 10,25 pontos, março/23 foi negociado a US$ 6,16 com baixa de 9,50 pontos e maio/23 teve valor de US$ 6,20 com perda de 9,25 pontos.

Esses índices representaram quedas, em relação ao fechamento da última sexta-feira (29), de 1,46% para setembro/22, de 1,77% para dezembro/22, de 1,60% para março/23 e 1,59% para maio/23.

Os futuros de milho dos EUA caíram nesta segunda-feira, quando o primeiro navio de grãos deixou um porto ucraniano usando um canal seguro de transporte, aumentando as esperanças de que as exportações de grãos da Ucrânia possam ser retomadas em grande escala após serem bloqueadas pela guerra.

A publicação destaca que, por outro lado, os traders continuam monitorando o clima da safra no Centro-Oeste dos Estados Unidos, onde as lavouras de milho e soja dos EUA continuam se desenvolvendo.

O relatório semanal de progresso da safra do USDA deve ser divulgado ainda nesta segunda-feira, analistas consultados pela Reuters, em média, esperavam que o governo reduzisse suas classificações para as safras de milho, soja e trigo dos EUA. após um período de calor na semana passada.



Fonte: Noticias Agricolas

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