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As oportunidades para exportação da carne bovina brasileira: Um panorama detalhado no Portal DBO.

Por Paulo Henrique Nogueira Biscola e Guilherme Cunha Malafaia

A indústria brasileira de carne bovina tem enfrentado um cenário promissor nos últimos anos, com oportunidades crescentes de exportação. A demanda mundial por alimentos, aliada à queda dos preços internos e à alta dos preços mundiais, tem estimulado a busca pelo mercado externo. O Brasil exporta a carne mais demandada do mundo, a chamada carne de ingredientes, que será industrializada no país de destino.

Uma oportunidade significativa vem com o aumento da demanda da China, que busca reduzir sua dependência dos Estados Unidos. Além disso, a epidemia de gripe suína africana continua a impulsionar a demanda por nossa carne. Esta doença destruiu mais de 40% da população suína da China, abrindo espaço para outras carnes.

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Vale ressaltar que em junho o MAPA conseguiu liberar o estoque de carne bovina produzido antes da suspensão em fevereiro, após a confirmação de um caso atípico de “vaca louca”. São aproximadamente 40 mil toneladas que podem ser vendidas para a China. Durante o embargo, o governo brasileiro recebeu uma carta da alfândega sanitária do governo chinês que, além de desembarcar e emitir novos despachos, reconheceu o sistema de defesa brasileiro e destacou a transparência e agilidade nas operações. Segundo o ministro Carlos Fávaro, isso dá segurança aos compradores e abre a possibilidade de discutir a revisão do protocolo de embargo a novos casos de vaca louca.

A China é hoje o principal mercado da carne brasileira e tem grande potencial de crescimento, pois seu consumo per capita ainda é baixo, em torno de 4kg/pessoa/ano. A China depende de importações que chegam a 30% de seu consumo interno, sendo o maior importador mundial dessa proteína. O potencial de crescimento do mercado de carne bovina na China é enorme.

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Outra questão relevante é que, após 20 anos de espera, o mercado mexicano foi aberto para o Brasil. O México é o terceiro maior importador de proteína animal do mundo, depois da China e do Japão. Esta abertura permite o acesso ao mercado norte-americano (EUA, México e Canadá), que abarca cerca de 500 milhões de habitantes. A expectativa é que isso gere um aumento significativo nas exportações, de forma a proporcionar um impulso econômico.

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Embora as exportações de carne bovina tenham aumentado, em relação aos padrões internacionais, há espaço para melhorias na produtividade da pecuária de corte. É inegável o progresso alcançado nos últimos anos devido a pesquisas realizadas em Universidades, iniciativa privada e Embrapa, aliadas ao grande esforço dos pecuaristas brasileiros para adotá-los em suas propriedades, mas ainda há uma boa margem para melhorias .

Algo recente no campo da inovação que pode ser destacado é que o Brasil se tornou um polo regional de agtech start-ups, empresas que aplicam tecnologia de ponta e inovação no setor agrícola, oferecendo oportunidades de melhorias na cadeia produtiva. Atualmente, existem 1.703 startups de agtech no país, o que demonstra o potencial de inovação e modernização do setor. As Agtechs possuem uma ampla atuação na produção de carne bovina, com soluções tecnológicas inovadoras aplicadas em áreas como monitoramento e rastreamento, nutrição, melhoramento genético, manejo, sanidade e bem-estar animal, além de análise e manejo de dados.

Nessa cadeia produtiva também são observados riscos que podem ser transformados em oportunidades, como questões que envolvem a segurança alimentar, como surtos de doenças como a febre aftosa ou a encefalopatia espongiforme bovina (vaca louca), que podem prejudicar significativamente as perspectivas de exportação do Brasil. Portanto, manter um robusto sistema de defesa e garantir a transparência e agilidade das operações para manter a confiança dos compradores internacionais se traduz em uma oportunidade a ser explorada, que pode ter maior impacto na demanda de carne bovina no mercado interno e nos principais mercados. mercados de exportação nos próximos anos.

Outro aspecto de grande impacto está relacionado à rastreabilidade da cadeia produtiva e à implementação de normas governamentais do setor, essenciais para fortalecer a transparência e reduzir os riscos de adquirir carne bovina de áreas com problemas ambientais e sociais. Iniciativas como essa estão cada vez mais presentes na agenda de empresas e órgãos governamentais que atuam nessa importante cadeia produtiva.

O Brasil tem oportunidades significativas para expandir suas exportações de carne bovina. A crescente demanda internacional, o aumento da renda global e a busca por novos mercados são fatores promissores. No entanto, desafios relacionados à produtividade, segurança alimentar, saúde animal e sustentabilidade devem ser enfrentados para garantir a viabilidade e competitividade do setor. Com investimentos em inovação e melhoria da cadeia produtiva, o Brasil pode se consolidar como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo.

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Jornal Campo do Campo
A indústria brasileira de carne bovina tem se beneficiado das oportunidades crescentes de exportação nos últimos anos. Devido à demanda mundial por alimentos e à queda dos preços no mercado interno, o Brasil tem buscado expandir sua presença no mercado externo, especialmente na China. A epidemia de gripe suína africana na China, que reduziu sua população suína em 40%, abriu espaço para o aumento das exportações de carne bovina brasileira.

No mês de junho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) conseguiu liberar o estoque de carne bovina produzido antes da suspensão das exportações causada por um caso atípico de “vaca louca”, o que permitiu a venda de aproximadamente 40 mil toneladas para a China. Isso demonstrou a confiança da China no sistema de defesa brasileiro e abre a possibilidade de revisão do protocolo de embargo a novos casos de “vaca louca”.

Além da China, o Brasil também tem a oportunidade de acessar o mercado mexicano, que é o terceiro maior importador mundial de proteína animal, e, por consequência, o mercado norte-americano. O Brasil se tornou um polo regional de start-ups de agtech, empresas que aplicam tecnologia e inovação no setor agrícola, o que pode trazer melhorias significativas para a produtividade da pecuária de corte.

No entanto, ainda existem desafios a serem enfrentados, como o aumento da produtividade, a segurança alimentar, a saúde animal e a sustentabilidade. Investimentos em inovação e melhoria da cadeia produtiva poderão fortalecer a competitividade do setor e consolidar o Brasil como um dos principais exportadores de carne bovina no mundo.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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