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Agronegócio gera “Pleno Emprego” em 4 estados brasileiros, MT é destaque mais uma vez

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    O pleno emprego ocorre nos estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rondônia, que encerraram o ano de 2022 com taxas de desemprego abaixo de 4%. Essas baixas taxas podem ser explicadas pelo forte crescimento do agronegócio, principalmente nos dois primeiros estados, que encerraram o ano com as menores taxas de desemprego do país: 3,5% e 3,3%, respectivamente.

    Agronegócio gera “Pleno Emprego”

    O aumento da produção de grãos no país e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário contribuíram para manter a economia aquecida nesses estados. No entanto, apesar da baixa taxa de desemprego, a falta de mão de obra qualificada ainda é um problema.

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    Em Rondônia, onde a produção de grãos também vem crescendo fortemente, a principal causa da baixa taxa de desemprego é a pequena participação da mão de obra na economia local. Em 2022, apenas 60,5% da população em idade ativa estava empregada ou procurando emprego, valor inferior à média nacional de 62,4%. Como resultado, muitas vagas não são preenchidas.

    Em Santa Catarina, segundo estado brasileiro com a menor taxa de desemprego em 2022 (3,2%), a diversidade da economia local é o principal fator de sucesso. No oeste, destacam-se a indústria de alimentos e o agronegócio. No norte, a indústria têxtil é forte. No sul, o turismo, a tecnologia, a cerâmica e a indústria moveleira movimentam a economia.

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    Segundo especialistas, uma taxa de desemprego abaixo de 4% pode indicar um cenário de “pleno emprego“, mas a falta de mão de obra qualificada ainda é um problema. Para enfrentar essa questão, é preciso investir em educação e qualificação profissional. Além disso, as políticas públicas podem ajudar a estimular as pessoas a procurar emprego e preencher as vagas disponíveis, como reduzir o auxílio emergencial e oferecer treinamentos e cursos gratuitos.

    Baixa taxa de desemprego e falta de mão de obra qualificada

    Nos últimos anos, impulsionados pela força do agronegócio, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul encerraram 2022 com taxas de desemprego de 3,5% e 3,3%, respectivamente. E a economia desses dois estados tem potencial para continuar aquecida. Em 2023, segundo o IBGE, a safra de grãos no país deve bater recorde e ultrapassar 300 milhões de toneladas. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária do país é de 11,6% neste ano.

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    O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antonio Galvan, aponta que “Mato Grosso hoje demanda muita mão de obra na produção rural. Praticamente não há desemprego no estado. O problema é que falta qualificação para atender essa demanda. Mato Grosso do Sul está na mesma situação”, avisa Galvan. “Esses auxílios que são dados às famílias deveriam ser emergenciais. Muitas vezes as pessoas se contentam com esse valor e perdem o interesse em procurar um emprego para ganhar mais.

    Visando atender grande parte dessa demanda, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) em parceria com os Sindicatos Rurais do Estado oferece mais de 300 cursos gratuitos de capacitação, que atendem as principais cadeias produtivas mato-grossenses: Agropecuária Produção, Produção Animal, Sistemas Agroflorestais, Manejo, Saúde e Segurança do Trabalho, Apoio à Comunidade Rural e Ações Sociais.

    Também fazem parte da estrutura do Senar-MT 12 Centros de Treinamento (CTs) para aulas práticas com a mais moderna tecnologia do mercado, os CTs estão localizados em Cuiabá, Campo Verde, Rondonópolis, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Sorriso, Água Boa, Alta Floresta e Juína, 31 NACs (Centro de Treinamento Avançado) que dão suporte de infraestrutura aos cursos e treinamentos da entidade e o Centro de Excelência em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) está em construção no município de Tangará da Serra.

    A entidade estima que nesses mais de 25 anos de funcionamento do Senar-MT, mais de 1,1 milhão de pessoas foram atendidas em todo o estado, praticamente 1/3 da população mato-grossense.

    pleno emprego
    Turma do Curso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) – Drone, em Porto Alegre do Norte.

    O “segredo” de Santa Catarina

    Segundo estado brasileiro com a menor taxa de desemprego no ano passado (3,2%), Santa Catarina tem um importante trunfo competitivo na diversidade da economia local. No oeste catarinense, o destaque vai para o agronegócio e a indústria de alimentos. No norte, a indústria têxtil tem grande força. No sul, o turismo, a tecnologia, a cerâmica e a indústria moveleira ditam o ritmo da economia.

    A principal razão para o baixo desemprego é a diversidade produtiva do território catarinense. Santa Catarina possui uma indústria diversificada setorialmente e especializada regionalmente. Isso significa que, em momentos difíceis para determinado segmento, há compensação de outra parte, com outros setores indo bem.”, explica o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt.

    Segundo ele, no início da pandemia de Covid-19, em 2020, a primeira grande onda de empregos no estado foi gerada pela indústria. Mais tarde, em meados de 2021 e 2022, o setor de serviços foi predominante.

    Com a pandemia, o emprego caiu no início e, logo depois, tivemos um fenômeno de expansão da demanda por produtos industriais. As pessoas passaram a comprar mesas para suas casas, roupas de cama, materiais de construção para reformas… Toda a cadeia produtiva necessária para esses produtos existe em Santa Catarina. Temos uma indústria relativamente melhor integrada do que em outros estados”, observa Bittencourt.

    A partir de meados de 2021, com a estagnação da atividade industrial, os serviços voltaram com força. E foi esse setor que sustentou o emprego em Santa Catarina em 2022”, continua o economista-chefe da Fiesc.

    A retomada do turismo, com o relaxamento das restrições impostas durante a pandemia, também fez girar a roda da economia catarinense. “A nossa especialização é o turismo de sol e praia. Mas o setor de turismo catarinense vem se mobilizando para construir equipamentos que permitam a atividade evitar essa sazonalidade.”, diz Bittencourt. “O fato de as pessoas poderem voltar a viajar depois de tanto tempo nos beneficiou. O turismo ‘bombou’ aqui porque todo mundo precisava viajar depois de passar tanto tempo dentro de casa.“, finaliza.

    Por Vicente Delgado, com informação do Metropolis.

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    Fonte: Noticias Agricolas