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Adubação de pastagens em sistemas de produção animal

    Adubacao de pastagens em sistemas de producao animal

    No Brasil, a área de pastagem ocupa cerca de 154 milhões de hectares e está presente nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa).

    Segundo dados da EMBRAPA, cerca de 95% de todos carne A brasileira é produzida a pasto, aumentando significativamente sua competitividade devido ao menor custo de produção, além de não competir por grãos com a alimentação humana. Por isso, a qualidade das pastagens é de importância estratégica para o produtor, pois está diretamente relacionada ao aumento da produtividade do rebanho, seja de corte ou de leite.

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    Dentre as espécies cultivadas em nosso território, algumas apresentam alto potencial genético para produção de forragem, quando atendidas as exigências de fertilidade do solo. O problema é que a maioria dos solos cobertos por pastagens no Brasil são de baixa fertilidade e não atendem a demanda de macro e micronutrientes essenciais para um bom desenvolvimento, limitando sua produtividade e consequentemente sua conversão em produtos de origem animal.

    A deficiência de nutrientes na pastagem, aliada ao manejo incorreto, tem contribuído significativamente para a perda de vigor e degradação das pastagens em todo o Brasil. Vale lembrar que esse fator aumenta a contribuição do setor agropecuário para as emissões de gases de efeito estufa no meio ambiente.

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    Portanto, para evitar a deficiência de nutrientes e a degradação das pastagens, o fertilizando configura-se como uma estratégia de gestão necessária para manter o sistema produtivo saudável e economicamente viável.

    As etapas da produção animal a pasto

    Em geral, a produção animal em pastagens ocorre em três fases: 1) crescimento; 2) utilização e 3) conversão (Hodgson, 1990). Na fase de crescimento, a produção de forragem depende dos recursos do solo, do clima e do tipo de planta. Nesta fase, os nutrientes são absorvidos do solo e a energia do sol é fixada para a produção de forragem. Quando essa forragem é colhida pelo animal, temos a etapa de aproveitamento. Já a conversão nada mais é do que a transformação da forragem colhida em carne ou leite (Figura 1).

    Figura 1 – Representação das etapas da produção animal a pasto proposta por Hodgson (1990).

    Figura 1 – Representação das etapas da produção animal a pasto proposta por Hodgson (1990).

    Nesse esquema, qualquer ação de manejo realizada em uma dessas três etapas terá consequências nas demais. Por exemplo, quando a adubação é realizada na fase de crescimento, teremos maior desenvolvimento e qualidade da planta forrageira. Porém, se não houver ajuste na taxa de lotação (em sistema contínuo), ou redução no período de descanso dos piquetes (em sistema rotacionado), teremos como consequência uma menor eficiência de pastejo, que inclui o aproveitamento estágio e uma queda na conversão dessa forragem em produto animal.

    O efeito da adubação em sistemas de produção animal a pasto

    Os solos brasileiros normalmente possuem uma quantidade limitada de nutrientes, por outro lado, as forragens tópicas são bastante responsivas à adição desses nutrientes ao solo. Por isso, a recomendação balanceada de corretivos e fertilizantes deve ser rotina nos sistemas de produção animal para pasto🇧🇷

    O uso de fertilizantes fosfatados é recomendado em diversas ocasiões e atende aos objetivos no manejo nutricional de pastagens. A adubação fosfatada no plantio acelera o estabelecimento da planta após a germinação ou implantação via mudas. A adubação de manutenção tem como prerrogativa repor o fósforo extraído pela cultura e manter a reserva de fósforo no solo.

    A importância da adubação fosfatada para o estabelecimento de pastagens está bem documentada na literatura. Rezende et al., 2011 observaram resposta positiva na produtividade de massa seca e melhora no sistema radicular de Brachiaria brizantha cv. Marandu em relação ao tratamento controle.

    Carneiro e outros. (2017) avaliaram diferentes fontes e doses de fósforo no capim-Mombaça e concluíram que a adubação promoveu maior altura de planta, perfilhamento, aumento da taxa de fotossíntese e consequentemente maior produção de massa seca. Resultados positivos da adubação fosfatada também foram encontrados por Costa et al. (2017), neste caso, o capim-massai apresentou maior número de perfilhos com maior número e tamanho de folhas.

    O potássio é geralmente o segundo elemento mais extraído do solo pelas plantas. Em pastagens, os níveis de adubação potássica diferem de acordo com o tipo de exploração da planta. Segundo Oliveira (2008), os níveis de extração nas pastagens são muito altos, em torno de 2% de potássio na matéria seca da forragem colhida. Entretanto, em sistemas de pastejo, boa parte desse nutriente é reciclada no sistema via morte de partes de plantas, perdas de pastejo, deposição de fezes e urina. Mesmo assim, a correção do solo para este nutriente no momento da implantação da cultura e adubação de manutenção são necessárias para se obter maiores taxas de produção.

    A deficiência de potássio pode causar declínio no crescimento e desenvolvimento tanto da parte aérea (folhas e caules) quanto do sistema radicular das plantas, diminuindo a resistência e a espessura do caule. No caso do milho para silagem, reduz o enchimento dos grãos, o que causa danos ao teor de amido das silagens.

    O azoto por sua vez, é um fertilizante de extrema importância para os sistemas de produção animal a pasto, sendo responsável por aumentos significativos na produção de massa seca, o que nos permite aumentar a taxa de lotação e o ganho animal por área.

    Canto et ai. (2009) avaliaram a produção de bovinos de corte em recria sob lotação contínua em pastagens de capim Tanzânia adubadas com doses crescentes de nitrogênio (100, 200, 300 e 400 kg ha-1). Os autores tiveram como resposta um aumento significativo na produção de forragem, o que permitiu aumentar a taxa de lotação de 3,2 UA ha-1 na dose de 100 kg de N ha-1 para 7,1 UA ha-1 na dose de 400 kg de N ha-1, com ganho médio diário de 730g animal dia-1. Para as doses de 200 e 300 kg de N ha-1, o aumento na taxa de lotação foi de 4,5 e 5,8 UA ha-1, respectivamente. Com o aumento da taxa de lotação obtida, os autores também constataram uma maior produção animal por unidade de área. Esses resultados deixam claro o potencial que o uso de fertilizantes nitrogenado tem que aumentar a produção animal brasileira.

    Vale lembrar que qualquer incremento obtido via adubação de plantas forrageiras precisa ser colhido adequadamente e isso implica ajustes constantes na intensidade e frequência com que essa forragem será colhida pelos animais, por meio do manejo do pastejo. Basicamente, deve-se aumentar a frequência de pastejo, diminuindo assim o intervalo entre pastejo dentro de um piquete em sistemas rotacionados, ou o intervalo entre uma desfolha e outra da planta em sistemas contínuos, para que a eficiência do uso de adubo e da planta forrageira é garantido.

    Mas você deve estar se perguntando: Por que devo mudar o manejo do pastejo em áreas que receberam adubação?

    A resposta é simples, quando o pasto é adubado, temos um desenvolvimento mais acelerado e se mantivermos o mesmo período de descanso utilizado antes da adubação, ou a mesma taxa de lotação animal, teremos um aumento significativo na participação de colmos e material morto , que além de reduzir o valor bromatológico da forragem, também altera o padrão de consumo, uma vez que os colmos atuam como uma barreira física que dificulta a exploração eficiente do pasto pelos animais.

    Podemos dizer então que os benefícios obtidos através da adubação em pastagens são:

    1) Aumento da produção de massa de forragem ha-1 e ganhos significativos de valor bromatológico quando aplicado manejo eficiente do pastejo aliado à adubação, convertido em maior produção animal por área;

    2) Aumento da produção de forragem a ser utilizada no período seco, com o uso de adubação estratégica no final do período chuvoso;

    3) Produção de volumoso adicional;

    4) Utilização de cultivares forrageiras mais exigentes e também de maior produtividade em solos de baixa fertilidade natural.

    Conclusão

    A recomendação de adubação de pastagem não é receita de bolo, cada solo, região, cultivar, sistema de produção tem suas particularidades. Por isso, procure sempre a orientação de um profissional da área para auxiliar na correta recomendação de adubação e também no manejo da pastagem e pastejo que deve ser adotado após a aplicação do adubo.

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    Dra. Eliana Vera Geremia

    Bibliografia consultada

    CARNEIRO, JSS; SILVA, PSS; SANTOS, ACM; FREITAS, GA; SILVA, RR Resposta do capim mombaça sob efeito de fontes e doses de fósforo na formação da adubação. Jornal de Bioenergia e Ciência Alimentarv.4, n.1, p.12-25, 2017.

    COSTA, NL; JANK, L.; MAGALHÃES, JA; GIANLUPPI, V.; FOGAÇA, ESF; RODRIGUES, BHN; SANTOS, FJS Características morfogenéticas e acúmulo de forragem de Megathyrsus maximus x M. infestum cv. Massai em resposta à adubação fosfatada. Anuais… XII Congresso Nordestino de Produção Animal.

    OLIVEIRA, PPA; PENATI, MA; CORSI, M. Correção do solo e adubação de pastagens em sistemas intensivos de produção de leite. EMBRAPA2008.

    SANTOS, MER & FONSECA, DM Adubação de pastagens em sistemas de produção animal. Ed. UFVViçosa, 2016.



    Fonte: Noticias Agricolas