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Abrigo disponibiliza cavalos resgatados em áreas evacuadas de MG para adoção

    Abrigo disponibiliza para adoção cavalos resgatados em áreas evacuadas de MG

    Você ouviu falar sobre ORVA? A sigla refere-se a Obstrução Requerente da Airwaysum distúrbio amplamente reconhecido e a causa mais comum de tosse crônica em cavalos. Sua principal característica é a Inflamação neutrofílica das vias aéreas mediada por hipersensibilidade.

    Portal Cavalus conversou com veterinários Hélio Itapema, Raquel Campbell e Beatriz Tofani que explicou mais sobre RAO. Confira!

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    Causada por ORVA

    Os veterinários relatam: “Além da comprovada predisposição genética complexa à OAR, a exposição à poeira orgânica transportada pelo ar, predominantemente proveniente de estábulos e alimentação com feno, desempenha um papel fundamental na indução do fenótipo da doença. Numerosos agentes potencialmente pró-inflamatórios estão presentes na poeira estável; incluindo mais de 50 espécies de fungos, peptidoglicanos, proteases, toxinas microbianas, ácaros forrageiros, restos de plantas e poeira inorgânica”.

    Eles acrescentam: “Além disso, altos níveis de gases potencialmente tóxicos, como a amônia, também podem estar presentes em estábulos mal ventilados. A importância relativa de cada componente de poeira orgânica na eiopatogênese da OAR permanece em grande parte desconhecida, e é provável que cada um contribua de forma variável para a gravidade final da doença – potencialmente através de complicados mecanismos aditivos e/ou sinérgicos.”

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    Os sintomas

    “Os sinais clínicos de OAR refletem em grande parte a resposta inflamatória das vias aéreas induzida durante a exposição a agentes estimulantes transportados pelo ar, resultando em hipersecreção de muco, obstrução e hiperreatividade das vias aéreas”, listam.

    Consequentemente, os sinais clínicos associados podem ser resumidos em termos gerais como aumento do esforço expiratório, tosse e intolerância ao exercício. “Apesar da hipersecreção de muco e do acúmulo de secreções mucopurulentas em toda a árvore traqueobrônquica, a secreção nasal mucopurulenta é um achado inconsistente na OAR, provavelmente devido à deglutição regular de secreções que entram na faringe pela traqueia”, ressaltam.

    danos aos cavalos

    Os profissionais também salientam que, em cavalos gravemente afetados, este esforço pode resultar num aumento do consumo de oxigénio e do gasto energético com potencial para contribuir para a caquexia em casos crónicos. “O exame clínico, além de revelar graus variados de aumento do esforço expiratório dependendo da gravidade da obstrução das vias aéreas inferiores, pode revelar achados anormais durante a ausculta torácica”.

    Diagnóstico

    “Embora a consideração da história clínica e dos sinais clínicos prontamente identificados tenha demonstrado ser um método preciso de diagnóstico de casos moderados a graves de OAR, e correlações significativas tenham sido demonstradas entre essas variáveis ​​clínicas facilmente avaliadas e a gravidade da OAR, testes auxiliares de RAO foram demonstrados. diagnóstico são geralmente utilizados para melhorar a precisão do diagnóstico, como a endoscopia, onde é possível avaliar as vias aéreas dos cavalos”, avaliam.

    Tratamento

    “Como o desenvolvimento do fenótipo da doença RAO requer tanto a susceptibilidade individual do cavalo como a exposição a agentes orgânicos associados à poeira, os esforços para minimizar estes últimos através de uma melhor higiene do ar continuam a ser a pedra angular do tratamento da RAO. ”, apontam os veterinários.

    Segundo eles, “isto pode ser conseguido através da implementação de mudanças no tipo de cama utilizada e na forragem fornecida aos cavalos em estábulos ou mantendo-os permanentemente no pasto, reduzindo assim a exposição a agentes incitantes transportados pelo ar. Além disso, foi demonstrado que a prática de embeber o feno antes da alimentação reduz a exposição subsequente à poeira respirável transportada pelo ar.”

    Outro ponto que destacam: “Além de minimizar a exposição às diversas fontes de poeira orgânica, devem também ser feitos esforços para otimizar a ventilação, facilitando assim a remoção da poeira suspensa no ar no interior do estábulo”.

    Medicação

    Segundo os veterinários, “a terapia medicamentosa também pode ser indicada, tanto em situações em que a implementação de mudanças ambientais adequadas é problemática, como em cavalos com doença clínica grave, como um complemento necessário à implementação de mudanças ambientais ideais”.

    E salientam ainda que, embora tenham sido avaliados numerosos tratamentos para OAR, os principais objetivos terapêuticos permanecem, nomeadamente, reduzir a inflamação das vias aéreas inferiores com ou sem broncodilatação, dependendo da gravidade da doença. “A terapia com corticosteroides tornou-se um meio estabelecido para atingir esse objetivo, com numerosos estudos avaliando a eficácia de vários produtos e vias de administração. Muitos estudos recentes também avaliaram o uso de corticoterapia inalatória na OAR.”

    E quais são os benefícios?

    “Os benefícios desta via de administração incluem a entrega de altas concentrações de medicamentos localmente nas vias aéreas, minimizando os efeitos colaterais sistêmicos. Além do tratamento antiinflamatório, alguns casos de OAR também se beneficiam da terapia broncodilatadora, seja como “tratamento de resgate” diante de obstrução grave das vias aéreas ou para melhorar a deposição de corticosteróides inalados nas vias aéreas inferiores. A nebulização também pode ser uma importante forma de controle e tratamento do quadro, umedecendo as vias aéreas e evitando o acúmulo de muco”, finalizam.

    Por Hélio Itapema, Rachel Campbell e Beatriz Tofani
    Editado por Wesley Vieira/Portal Cavalus
    Fotos: Banco de imagens/Freepik

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