O Desafio da Suplementação na Pecuária Brasileira
A pecuária no Brasil é uma atividade fundamental para a economia do país, com destaque para a produção de carne bovina. No entanto, muitos desafios enfrentados pelos pecuaristas estão relacionados à suplementação dos animais em pastejo, visando melhorar a eficiência do sistema e garantir um bom desempenho produtivo. Este artigo analisa a importância da suplementação na pecuária brasileira e como diferentes estratégias podem impactar os resultados dos sistemas de produção.
A Necessidade de Estratégias de Suplementação
Com cerca de 60% das áreas de pastagem no Brasil apresentando níveis de degradação, a suplementação dos bovinos em pastejo torna-se essencial para corrigir deficiências nutricionais e melhorar o desempenho dos animais. No entanto, a escolha da estratégia de suplementação adequada pode variar de acordo com as necessidades de cada propriedade e região, influenciando diretamente na produtividade e nos custos de produção.
O Impacto da Suplementação na Produtividade
Investir em manejo de reforma das áreas de pasto e em estratégias de suplementação mineral pode resultar em ganhos significativos de desempenho individual dos animais, além de aumentar a capacidade de suporte das áreas de pastagem. Com isso, é possível reduzir o tempo de permanência dos animais na propriedade, otimizando o uso da terra e melhorando a margem de lucro do produtor.
A Importância da Escolha Estratégica de Suplementos
Uma análise detalhada dos sistemas de recria e engorda brasileiros revela que a escolha do tipo de suplemento utilizado pode impactar diretamente nos custos e na produtividade do sistema. Enquanto algumas propriedades optam por estratégias de suplementação mais custosas, outras buscam alternativas mais eficientes e econômicas. A variação nos índices produtivos e nas taxas de lotação mostra como a suplementação adequada pode fazer a diferença no sucesso do sistema de produção.
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Desenvolvimento
A suplementação de bovinos em pastejo é uma estratégia fundamental para melhorar a eficiência do sistema de pecuária. Ao corrigir deficiências nutricionais nas pastagens, a suplementação ajuda a melhorar a conversão alimentar, o ganho de peso dos animais e a produtividade geral. No entanto, é importante ressaltar que a escolha da estratégia de suplementação adequada depende de diversos fatores, como a condição das pastagens, o objetivo de produção e as características do rebanho.
Manejo das áreas de pastos e suplementação mineral
Para promover o desempenho individual dos animais, é essencial realizar um manejo adequado das áreas de pastos, produzindo forrageiras de alto valor nutritivo e investindo em estratégias de suplementação mineral. Essas práticas não só melhoram a qualidade da alimentação fornecida aos animais, mas também aumentam a capacidade de suporte das áreas de pasto, otimizando a produtividade do sistema como um todo.
Diferentes abordagens na suplementação
A análise de propriedades brasileiras revela que existem diversas abordagens na suplementação de bovinos em pastejo. Algumas propriedades optam por utilizar apenas sal proteinado em períodos específicos, enquanto outras combinam minerais e proteinados. Essa diversidade de estratégias reflete a variedade de contextos e necessidades encontradas na pecuária bovina brasileira.
Impacto da suplementação na produtividade e nos custos
Os resultados das propriedades analisadas demonstram que a adoção de suplementação mineral pode impactar significativamente na produtividade dos sistemas de produção. Propriedades mais produtivas tendem a obter melhores desempenhos individuais dos animais, maior taxa de lotação e maior produção de arrobas por hectare. No entanto, o custo da suplementação também deve ser considerado, uma vez que representa uma parcela significativa dos custos de produção da pecuária.
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Conclusão
A análise detalhada das estratégias de suplementação de bovinos em pastagem revela a importância de considerar diversos fatores para otimizar a produtividade e a rentabilidade dos sistemas pecuários. A diversidade de práticas adotadas, como a utilização de suplementos minerais e proteinados em diferentes proporções, reflete a necessidade de customização das estratégias de acordo com as características de cada propriedade.
A busca por um equilíbrio entre custo e benefício é fundamental para garantir a sustentabilidade e a eficiência dos sistemas de produção. A avaliação dos índices de desempenho dos animais, a taxa de lotação e a margem bruta evidenciam a relação direta entre a qualidade da suplementação e os resultados obtidos na produção de carne bovina.
Diante desse cenário, a atenção aos detalhes e a constante busca por melhorias na gestão e nas práticas de suplementação são essenciais para o sucesso dos negócios pecuários. A análise crítica dos resultados apresentados permite aos produtores identificar oportunidades de otimização e maximização dos recursos disponíveis, visando a uma maior eficiência e rentabilidade no setor.
Ao entender as nuances envolvidas na suplementação de bovinos em pastagem, os pecuaristas podem tomar decisões mais assertivas e estratégicas para promover o desenvolvimento sustentável de suas atividades, contribuindo para a consolidação do Brasil como destaque na cadeia de carne bovina mundial.
Suplementação em bovinos: estratégias para melhorar o desempenho
A suplementação de bovinos em pastejo é uma estratégia fundamental para melhorar o desempenho dos animais e potencializar a produtividade da pecuária. Neste artigo, vamos explorar as principais informações sobre a suplementação, os benefícios e as estratégias mais eficazes para otimizar o sistema de produção.
Por que a suplementação de bovinos é importante?
A suplementação de bovinos em pastejo é essencial para corrigir deficiências nutricionais nas pastagens, melhorar a conversão alimentar e promover o crescimento e ganho de peso dos animais. Além disso, a suplementação mineral ajuda a aumentar a capacidade de suporte das áreas de pasto, favorecendo a produtividade do sistema.
Quais são as estratégias de suplementação mais eficazes?
As estratégias de suplementação mais eficazes envolvem o manejo adequado das áreas de pastos, a oferta de forrageiras nutritivas e a utilização de suplementos minerais. O consórcio entre mineral e proteinado é uma prática comum, principalmente em períodos desafiadores do ano, para garantir a nutrição adequada dos animais.
Qual a relação entre produtividade e suplementação?
A produtividade dos sistemas de produção de bovinos está diretamente relacionada às estratégias de suplementação adotadas. Propriedades com maior produtividade tendem a ter um desempenho individual dos animais superior, resultando em uma maior produção de arrobas por hectare e taxas de desfrute mais elevadas.
Como escolher a melhor estratégia de suplementação para o meu sistema?
Não existe um pacote tecnológico padrão de suplementação mineral para o sucesso de um sistema. Cada caso é particular e deve considerar as variações ambientais e as necessidades específicas do rebanho. É fundamental avaliar a condição das pastagens, as demandas nutricionais dos animais e a viabilidade econômica do sistema.
Qual o impacto da suplementação nos custos de produção?
A aquisição de suplementos representa um dos principais custos de produção da pecuária. A escolha adequada da estratégia de suplementação pode impactar significativamente na margem do produtor, influenciando a rentabilidade do sistema. A otimização dos custos de suplementação é essencial para garantir a sustentabilidade econômica da atividade.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do CampoVerifique a Fonte Aqui
O Brasil tem espaço e condições para se manter em destaque dentro da cadeia de carne bovina mundial. Com uma pecuária majoritariamente realizada a pasto, estima-se que o País detenha 177 milhões de hectares de pastagem cultivada. Entretanto, além de enfrentar fenômenos como a sazonalidade, cerca de 60% das áreas de pastagem apresentam algum nível de degradação.
De maneira geral, a suplementação de bovinos em pastejo é uma das principais estratégias utilizadas por pecuaristas, visando uma maior eficiência do sistema. A técnica permite corrigir deficiências presentes nas pastagens, melhorando a conversão alimentar e, com isso, potencializando o crescimento e ganho de peso dos animais. Vale ressaltar que melhores respostas produtivas e estratégias de suplementação estão associadas a diversos fatores. A suplementação somente não é garantia de desempenho individual satisfatório, e a estratégia mais apropriada vai variar de acordo com cada realidade.
Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
Manejos de reforma das áreas de pastos apropriados, com o intuito de produzir e ofertar forrageiras com alto valor nutritivo para o rebanho, associados a estratégias de suplementação mineral, podem promover o desempenho individual dos animais. Além disso, possibilitam um aumento da capacidade de suporte das áreas de pasto, o que permitiria a mantença de mais animais dentro de uma menor área e beneficiaria, portanto, a produtividade do sistema.
A melhora nos índices produtivos traz consigo a possibilidade de reduzir o tempo de permanência dos animais na propriedade. Tendo em vista que quanto mais alongado esse período, mais oneroso este animal se tornará para o produtor, essa diminuição no tempo favorece o aumento do giro da propriedade.
Sobretudo ao considerar-se o alto impacto que a aquisição de suplementos possui sobre os custos de produção da pecuária (ocupando a segunda posição dentro do COE da atividade), a estratégia adotada pode impactar significativamente na margem do produtor.
Buscando compreender a realidade dos diferentes sistemas de recria e engorda brasileiros quanto à eficácia do uso de suplementos, foram analisadas propriedades típicas amostradas no Projeto Campo Futuro, iniciativa do sistema CNA/Senar, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Tais modelos contém os índices técnico-financeiros dos sistemas de produção mais representativos em cada região do Brasil. Ao todo, 42 propriedades foram segregadas em grupos de acordo com a produtividade (arrobas por hectare), definindo cinco agrupamentos.
Todas as propriedades avaliadas fornecem algum tipo de suplementação. Analisando o grupo de maior produtividade (arrobas por hectare), observa-se que, em sua maioria (63%),
foi utilizado apenas sal proteinado.
Enquanto que nas fazendas de menor produtividade ocorreu o inverso, tendo a maioria (67%) optado pelo uso apenas de mineral. Por sua vez, a grande maioria dentro dos sistemas medianos (75%) lançou mão da estratégia de consórcio entre mineral e proteinado, fazendo o uso do último apenas em períodos mais desafiadores do ano.
A utilização de proteinado é bastante difundida, sobretudo como estratégia para suprir demanda nutricional em períodos de seca, quando a qualidade da pastagem é mais comprometida. Sendo o proteinado um insumo mais custoso, quando utilizado somente este (propriedades grupo 1), o custo médio por cabeça ano com a suplementação foi de R$ 490,00; e, quando consorciado com mineral (propriedades grupo 3), esse custo cai para R$ 345,88 cabeça ano.
Dentre os grupos avaliados, observa-se uma variação no desempenho produtivo do sistema: as propriedades mais produtivas obtiveram um desempenho individual dos animais de 0,42 kg de ganho médio diário, enquanto as menos produtivas de 0,33 kg. Alinhado a isso, quanto às taxas de lotação observadas entre os grupos, o mais produtivo demonstrou uma média de 1,4 UA/ha. Em contrapartida, o menos produtivo apresentou uma lotação média de 0,8 UA/ha. Em consequência desses valores, as propriedades mais produtivas são definidas por uma maior produção de arroba por hectare em relação às demais (Gráfico 1).
Com isso, foi possível observar que as propriedades de média produtividade, portanto grupos 2, 3 e 4 (produtividade entre 6,0 a 8,0 arrobas/ha), no geral, demonstraram Margem Bruta predominantemente positiva, mas estas não se mostraram escalonáveis para patamares superiores.
Foto: Everton Queiroz
O menor risco que sistemas mais modestos assumem, quando comparados a sistemas mais produtivos cujos investimentos são normalmente mais fortes, ilustram a possibilidade de pagamento dos custos, mas com margens limitadas.
Quando avaliados os níveis de produtividade (arroba/ha), foi observada uma variação de margens sobre o COE por área produzida (COE/ha), em que, independentemente da produtividade em si, os custos de produção irão implicar em sucesso ou não do sistema. Isso é afirmado uma vez que as propriedades mais produtivas, retratadas como grupo 1, apresentaram grande variabilidade para o resultado de margem bruta.
Por sua vez, isso demonstra que quanto maior o investimento mais riscos são assumidos, de forma que este produtor está mais susceptível a impactos provindos das flutuações de mercado, bem como de possíveis imprevistos climáticos e sanitários. Dessa forma, sistemas mais modestos, portanto de produtividade média, demonstraram menor intervalo de variação nos resultados de margem, e a tendência é este reduzir juntamente com a produtividade (Gráfico 2).
A vasta amplitude de resultados no grupo de maior produtividade pode estar associada ao período longo dos animais em recria observado nas propriedades com margens mais apertadas. Apesar de estarem investindo no desempenho individual dos animais, como na inclusão de estratégias de arraçoamento durante o período de engorda para atingir peso e acabamento suficientes para o abate sem o risco de penalizações ao produtor, esses sistemas se tornam mais custosos e com retorno mais limitado.
Quando analisada a taxa de desfrute entre os grupos, observa-se que esta decresce juntamente com a produtividade. Isso significa que, quanto mais elevado o rendimento individual
dos animais, mais rápido o giro no sistema. O tempo de permanência nas propriedades mais produtivas ficou abaixo dos 20 meses, o que se traduziu em uma taxa de desfrute em média de 56%. Por sua vez, as propriedades de média produtividade obtiveram um desfrute de 47%, ao passo que as menos produtivas apresentaram uma taxa de 41%.
A condição das pastagens é um importante ponto a ser considerado ao se definir estratégias de suplementação. Normalmente, a pastagem não tem disponível todos os nutrientes necessários e na proporção adequada, de maneira a atender as exigências dos animais em pastejo. Dessa forma, a adoção de estratégias de suplementação de nutrientes que possibilitem uma curva de crescimento adequada e que se adeque a viabilidade econômica do sistema é de suma importância para o sucesso da produção.
Não existe pacote tecnológico padrão de suplementação mineral para o sucesso de um sistema. Sendo assim, tendo em mente a importância da mineralização do rebanho, cada caso e/ou estratégia a se adotar é particular de cada sistema produtivo, dado as variações do ambiente inserido.
Fonte: Assessoria Cepea
