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Venda de suplementos minerais cai no primeiro trimestre de 2023, informa Asbram • Portal DBO

    Venda de suplementos minerais cai no primeiro trimestre de 2023

    Profissionais e executivos de diversos setores participaram nesta quinta-feira, 13 de abril, em São Paulo, do encontro mensal da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram). E acompanharam os debates envolvendo grãos e carnes na economia brasileira e mundial.

    “Os principais fatores a serem considerados no mercado internacional neste ano são as oscilações cambiais, a queda no preço das proteínas, a queda crescente dos custos com nutrição animal, o desempenho da indústria de carne bovina voltando ao normal após o período de embargo, o que causou uma perda de US$ 500 milhões, maior disponibilidade de derivados do abate de gado e total atenção ao clima, no Brasil e nos Estados Unidos, e às margens do negócio”assessorou Fernando Henrique Lopes, Analista de Mercado Sênior e Consultor da Safras & Mercado, que apresentou a palestra ‘Tendências e Perspectivas para o mercado de grãos (soja e milho) e Pecuária.

    O especialista destacou ainda que o mundo deve continuar com políticas de juros altos e combate à inflação, com preços de grãos e carnes ainda pressionados. No entanto, a China voltará ao mercado como compradora, mas de forma comedida.

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    “Sempre teremos que falar sobre a China. Mas é fundamental que os pecuaristas e as indústrias de nutrição estejam atentos ao clima e às margens, que agora podem melhorar com uma gestão firme, porque os valores pagos estão deprimidos, mas também continuaremos com quedas nos preços dos insumos”alteradas.

    Segundo a Asbram, os números obtidos pelo setor no primeiro semestre deste ano não decepcionaram tanto. Em março, foram vendidas 189,3 mil toneladas de suplementos minerais, queda de 10,5% em relação a março de 2022. Uma realidade já esperada devido ao embargo chinês às importações de carne bovina brasileira devido ao episódio da “vaca louca” atípica no Pará.

    “Olhando para os números de todo o trimestre, também houve uma queda nas vendas. Foram 503,2 mil toneladas, 8% de contração em relação ao mesmo período do ano passado. Com 56 milhões de animais no total. Nesta área, o mercado já deve voltar a se equilibrar”analisou Felippe Cauê Serigatti, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (GV Agro).

    Esse otimismo também foi enfatizado pelo presidente da Asbram, Juliano Sabella, ao afirmar que todas as ações da associação visam trazer mais benefícios ao setor e aos consumidores brasileiros.

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    “Estamos trabalhando muito nesse sentido. Acompanhando de perto todas as discussões envolvendo a proposta de alteração constitucional da Reforma Tributária, para que saibamos lutar por mais benefícios ao setor. E também com o estudo que contratamos para esclarecer os impactos do fim da alíquota do PIS – Cofins na cadeia da pecuária. Podemos ter boas notícias para toda a cadeia e, não menos importante, para a mesa do consumidor”justificou Juliano Sabella.

    O encontro também abordou temas como sustentabilidade e mudanças climáticas. Camila Ferraz, Gerente de Marketing para América do Sul da Phibro Saúde Animal Internacional LTDA, falou sobre a segunda edição do ‘Desafio Pecuária Responsável’, que no segundo ano já atinge 120 empresas divulgando informações sobre como produzir com total sustentabilidade.

    “É um movimento de toda a cadeia da Pecuária de Corte. E agora, na segunda edição, será aberto para a rede Leite. Precisamos falar sobre isso sem parar.”exclamou Camila.

    O sócio-diretor da Agroicone, Rodrigo Lima, especialista em negociações comerciais internacionais e desenvolvimento sustentável na agricultura e em energias renováveis, alertou sobre os melhores caminhos a serem seguidos pelo país para combater os riscos climáticos.

    “Não é verdade que a agricultura é a atividade que mais contribui para o desmatamento na região da floresta amazônica. Temos números que comprovam isso. O Brasil preserva efetivamente 66% do ambiente original e pode se beneficiar do mercado de carbono florestal. Mas conseguiremos ser um grande exportador de créditos de carbono se não regularmos o mercado de carbono internamente?

    Deve começar a operar, dentro das regras do Acordo de Paris, em três ou quatro anos. Defendo que devemos desenvolver projetos, investir dinheiro e energia, criar metodologias e saber que gerar esse tipo de crédito não é um caminho trivial. E ainda precisa de muita credibilidade. Serão projetos que envolvem créditos de conservação e restauração, práticas agrícolas, resíduos e apoio à neutralidade climática.

    Acho que devemos formalizar o programa ABC+ como uma estratégia para o Brasil e nossa abordagem de ação climática e segurança alimentar em organizações internacionais. E aceite duas verdades de uma vez por todas: o carbono é uma questão inerente aos negócios e comércio internacional. E precisamos resolver de vez o problema do desmatamento ilegal”, declarou enfaticamente.

    O encontro terminou elogiando que o Brasil e o mundo devem crescer este ano, mas abaixo do previsto no final do ano passado. Até porque as principais economias do planeta vão meter o pé nas trincheiras da guerra contra a inflação.

    “O céu ficou menos cinza a partir de março. E a melhor notícia de todas é que a China pode voltar com mais força ao mercado internacional. Nada retumbante, mas o suficiente para animar a maioria das nações. A gigante perde força de crescimento, mas cresce”previu Felippe Serigatti.

    “Nós, do nosso setor, no Brasil, temos que olhar com otimismo para o resto do ano. Temos boas perspectivas. A safra de grãos, não vai faltar produto, o pecuarista está razoavelmente capitalizado, os custos estão caindo. O ano pode, sim, ser bom”afirmou Elizabeth Chagas, vice-presidente executiva da Asbram.

    Fonte: Portal DBO