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Soja: Mercado só iniciará 2023 nesta terça, mas foco segue em…

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A primeira semana do ano começou, no dia 2 de janeiro de 2023, sem negócios no mercado de soja desde que a Bolsa de Chicago fechou na segunda-feira, retomando os negócios apenas na terça-feira (3), a partir das 11h30 (horário de Brasília). Assim, compradores e vendedores começaram o novo ano observando e redesenhando suas estratégias diante dos desafios que agora se apresentam.

Um dos mais importantes será a taxa de câmbio. No primeiro dia do novo governo e após discursos do presidente Luís Inácio Lula da Silva – mais uma vez chamando o teto de gastos de “estupidez que será revogada” – o dólar subiu mais de 1,5%, superando R$ 5,35 e o Ibovespa perdeu mais de 3%.

“Essa forte aversão aos ativos brasileiros é resultado do tom do discurso adotado neste domingo (1º) na posse do presidente Lula, renovação da isenção do preço dos combustíveis e mudança na gestão das empresas públicas. Em seu primeiro discurso, Lula tentou enfatizar que o governo voltará a ter um papel importante na indução do crescimento econômico, algo que desagrada ao mercado”, explica a equipe da Agrinvest Commodities. “Para os investidores, esse comentário se refere ao desastroso mandato da ex-presidente Dilma, quando se iniciou um processo de enorme desarranjo das contas públicas de um Estado muito mais gastador”.

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Assim, com um cenário ainda mais de perguntas do que respostas, o mercado da soja aproveitou o dia de ausência de importantes referências da CBOT para um dia de reflexão, menos negócios e mais entendimento sobre quais caminhos seguir.

O clima continua sendo o fator mais importante para o mercado no momento, especialmente na América do Sul. Ainda de acordo com a Agrinvest, o fim de semana foi de boas chuvas para o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, enquanto os volumes seguem muito limitados para o Rio Grande do Sul. As perdas no estado do Rio Grande do Sul são consideráveis ​​para a safra de soja 2022/23 e o tempo de recuperação é curto.

Em alguns estados, como Mato Grosso, a colheita já começou e os resultados atingiram as projeções iniciais para o maior estado produtor de oleaginosas do Brasil.

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Mais do que o Brasil, a Argentina está preocupada. Sua nova safra de soja vem sofrendo adversidades desde os primeiros trabalhos de plantio, amargando uma das secas mais severas da história. Neste fim de semana, foram registradas boas chuvas – com os maiores volumes concentrados no sul de Córdoba, La Pampa, San Luis, noroeste e sul de Buenos Aires, segundo o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) e o Centro de Pesquisas de Recursos Naturais do INTA .

Os mapas abaixo, do SMN, mostram os volumes de 31 de dezembro a 1º de janeiro e de 1º de janeiro a 2 de janeiro.

chove na argentina
Mapas: Serviço Meteorológico Nacional

Embora muito bem-vindas, tais chuvas são insuficientes para reverter todos os danos já causados ​​pela seca. “O país vizinho é o que mais sofreu com o La Niña este ano e tudo caminha para mais um ano de pausa por lá. Que já estão muito ruins”, acrescenta a Agrinvest Commodities.

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Dessa forma, a consultoria acredita que há sustentação para os preços da oleaginosa “no curtíssimo prazo”. O mercado de soja na Bolsa de Chicago fechou um ano acima de US$ 15,00 por bushel pela primeira vez na história em 2022, justamente de olho nas condições climáticas, principalmente na Argentina. Afinal, o cenário não afeta apenas a soja, mas todo o complexo soja e a Argentina é o maior exportador mundial tanto de farelo quanto de óleo.

Além do clima na América do Sul, as atenções também se voltam para as previsões para os Estados Unidos e para a safra 2023/24 que começa a tomar forma. Aos poucos, o mercado vai recebendo informações sobre as definições dos produtores americanos, custos de produção, investimentos e disputas por áreas, o que também deve ajudar a orientar a trajetória dos preços.

Para o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, “ainda é cedo para escalarmos essas perdas (Rio Grande do Sul e Argentina) e janeiro é decisivo”. Ainda segundo ele, é preciso chover para que haja safras pelo menos “razoáveis” não só no Rio Grande do Sul e na Argentina, mas também em Santa Catarina.

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“Os mapas mostram chuvas abaixo da média em janeiro e fevereiro, o que está preocupando o mercado e dando sustentação aos preços. Mas, se voltar a chover, o mercado pode corrigir. E a tendência é firme para os próximos meses. desses mapas que apontam para baixa umidade”, acrescenta.

Dessa forma, Gutierrez acredita que esse suporte e a forte valorização do dólar frente ao real também dão suporte a melhores referências para a retomada dos negócios no mercado brasileiro com a volta da CBOT. “A tendência é que os preços se mantenham firmes até o início da safra, o que deve começar a acontecer na segunda quinzena do mês, se o clima permitir”.

Então, do final de janeiro ao início de fevereiro, a tendência é que os preços sejam corrigidos para baixo devido ao maior volume de soja disponível.

“Mas, ainda estamos falando de preços muito altos. Porém, temos que ter cuidado. O tamanho das lavouras no sul do Brasil e na Argentina será decisivo para entendermos melhor o movimento dos preços. Neste momento, ainda estão trabalhando com preços mais fracos para os primeiros meses de 2023 para a nova safra. Se começarmos a ver perdas maiores na Argentina e no Rio Grande do Sul, Chicago pode refletir isso positivamente e trazer algum suporte, assim como o câmbio, principalmente devido às incertezas do novo governo”, detalha Luiz Fernando Gutierrez.



Fonte: Noticias Agricolas

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