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Senadores da FPA querem manter fundos estaduais na reforma tributária

    Senadores da FPA querem manter fundos estaduais na reforma tributaria

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    Senadores ligados à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) defendem que a reforma tributária prevê a manutenção dos fundos estatais, aqueles que consistem na contribuição do setor produtivo para investimentos, pelo menos até 2043. Mas eles querem uma limitação no artigo para a proibição de criação de novos fundos. A adequação do texto será articulada pela bancada ruralista da Câmara.

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    “Precisamos deixar expressamente no texto que permanecem os recursos que foram criados até uma determinada data. Depois disso, você não terá novos fundos. No Mato Grosso, se acabar o Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) no Estado, o imposto cobrado é o ICMS de 17% contra 2,6% do fundo. É preciso proibir novos recursos, mas manter os já existentes”, disse o senador Mauro Carvalho (União-MT) em reunião de senadores do grupo ruralista na Câmara sobre a reforma tributária.

    Carvalho lembrou ainda que os recursos captados pelo fundo de infraestrutura não entram no caixa do governo nem no Convênio 100, indo direto para investimento. “O fundo é facultativo: o produtor paga ICMS ou adere ao fundo.”

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    A posição foi consenso na bancada – a maior do Senado, com 50 senadores. “Nosso entendimento é de manutenção dos fundos existentes, deixando claro que os fundos constituídos até 2023 estão mantidos”, apontou a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT). Hoje, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás adotam fundos desse tipo, com aporte setorial para investimentos em infraestrutura.

    O senador Sergio Moro (União-PR) observou que o setor produtivo paranaense é contra a criação de fundos de tributação do agro, diferentemente dos já adotados no Centro-Oeste, mas concordou com a manutenção dos já existentes. “Enquanto não houver expansão para outros estados, acho razoável a autonomia dos estados”, apontou Moro aos demais senadores presentes. Ele também pediu a definição de uma alíquota máxima para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS) e CBS. “Sou a favor da reforma sem nenhum tipo de aumento de impostos. Não pode haver aumento da carga tributária porque temos um governo gastador e já pagamos muito imposto”, acrescentou.

    Carvalho, do Mato Grosso, também defendeu a revisão da questão do crédito presumido direcionado às comercializadoras do agronegócio no projeto. “A trading não devolve para o produtor que arrecada. O crédito virá para os exportadores, mas quem vai pagar essa conta? Como isso será feito deve ser explicado no texto. Temos a preocupação de que os insumos e produtos exportados sejam totalmente isentos de impostos”, afirmou.

    O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) criticou a criação do Conselho Federativo e pediu a revisão do colegiado pelo Senado. “O Conselho Federativo terá superpoderes: poderá arrecadar recursos, propor leis e o direito de distribuir dinheiro. Quem será mais importante, o Conselho Federal, o Senado ou a Câmara? Não houve avaliação de impacto consciente para setores e entes federados. Foi aprovado no rolo compressor e agora o Senado precisa avaliar os impactos em cada setor”, cobrou.

    Estava prevista a participação do relator da reforma tributária na Câmara, senador Eduardo Braga (MDB-AM), para participar da reunião proposta pela FPA. Ele não compareceu. Segundo o vice-presidente da FPA, a bancada ruralista no Senado tentará se reunir novamente com o relator do projeto.

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