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Safra de grãos 22/23 deve atingir 46,6 milhões de toneladas no Paraná

A novidade Previsão Subjetiva de Safra, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rústico (Deral), da Secretaria de Estado da Lavra e Provisão (Seab), mostra que a produção de grãos no Paraná no ciclo 2022/2023 deve gerar 46,6 milhões toneladas em uma superfície de 10,85 milhões de hectares.

Se confirmada, essa estimativa representa um aumento de 37% no volume em relação à safra 2021/2022, que havia gerado 34,1 milhões de toneladas, principalmente por influência das adversidades climáticas. A superfície é semelhante à da safra anterior, quando os produtores paranaenses plantaram 11 milhões de hectares.

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O relatório confirma o recorde da safra de soja, com 22,45 milhões de toneladas em uma superfície de 5,78 milhões de hectares. O volume é 80% superior ao produzido na safra 2021/2022, que chegou a 12,45 milhões de toneladas. Apesar da redução na estimativa para o milho segunda safra, de 14 milhões para 13,8 milhões de toneladas, o cereal apresenta boa produtividade.

As avaliações dos técnicos da Deral neste mês também mostram o bom desempenho dos cereais de inverno. Ao todo, são 5,54 milhões de toneladas, com destaque para o trigo, com 4,56 milhões de toneladas desse totalidade, produção 30% superior à da safra anterior, e a cevada, dos quais volume pode chegar a 382 milénio toneladas nesta safra, 14% superior que a safra 2021/2022.

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No universal, o Paraná deve ter uma boa safra, segundo o director do Deral, Marcelo Garrido. “Temos um bom quadro no Paraná neste momento, com boa produtividade na maioria das lavouras”.

SOJA – Os números apontam para uma produção recorde de 22,45 milhões de toneladas de soja no Paraná. No entanto, a comercialização da cultura continua lenta. Historicamente, até junho as vendas giravam em torno de 70%. Nesta safra, o percentual chegou a 51%, segundo o comentador do Deral Edmar Gervásio. “A colheita mais tardia da safra, juntamente com as dificuldades de comercialização, preços mais baixos e superprodução, justificam essa comercialização mais lenta”, explica.

Na semana passada, o preço pago ao produtor de soja pela saca de 60kg foi de R$ 120,13 em média. Na semana anterior, a média foi de R$ 120,98.

MILHO – A produção esperada na segunda safra de milho no Paraná reduziu em 209 milénio toneladas em relação à expectativa inicial. A previsão agora é que o estado colha 13,8 milhões de toneladas. A superfície plantada nesta safra é de 2,4 milhões de hectares, 12% menor que a superfície da safra 2021/2022. Segundo o Deral, as chuvas aquém do esperado em grande segmento do estado, juntamente com as pragas em segmento das lavouras, são os principais motivos da redução. Se comparado ao ciclo anterior, de 13,3 milhões de toneladas, o volume estimado é 4% maior.

No mercado, os preços dos cereais mostraram reação, registrando subida de 8% na semana passada em relação à semana imediatamente anterior. Os produtores chegaram a receber R$ 48,98 pela saca de 60 kg. “No entanto, o preço atual ainda é quase 40% subordinado aos preços praticados em junho de 2022”, diz Gervásio.

FEIJÃO – A segunda safra de feijoeiro ocupa uma superfície de 292 milénio hectares e, segundo o último levantamento feito por técnicos, a produção paranaense está estimada em 506 milénio toneladas. Essa estimativa, se confirmada, será 11% menor que no ano pretérito, encerrado com 570,2 milénio toneladas. A superfície de cultivo também é menor. No ciclo 2021/2022, o feijoeiro ocupou 342,9 milénio hectares. Agora, a estimativa é de 291,6 milénio hectares.

A atual safra da safra caminha para o fechamento, com 81% da superfície totalidade. O clima tem favorecido os trabalhos de campo nesta período da safra, garantindo magnífico qualidade aos grãos colhidos. “Acredita-se que nas próximas duas semanas essa obra seja concluída em todas as regiões produtoras do Estado”, diz o economista da Deral Methodio Groxko.

Na semana passada, o produtor recebeu em média R$ 244,00 a saca de 60 kg de feijoeiro cromatizado, com redução de 0,6% em relação ao período anterior. O feijoeiro preto foi vendido a R$ 208,00 a saca de 60 kg, representando um aumento de 4,5% em relação à semana anterior. O economista do Deral destaca, porém, que enquanto o preço do feijoeiro cromatizado continua caindo, o tipo preto tem mostrado uma reação positiva nas últimas semanas e o valor recebido atualmente é o mesmo de junho do ano pretérito.

TRIGO – A expectativa para a produção de trigo ainda é de safra enxurro, apesar de alguns problemas pontuais observados no Setentrião do Paraná. Nesta semana, o plantio avançou muito com o tempo sedento posteriormente as chuvas, e atingiu 91% da superfície de 1,39 milhão de hectares, segundo o agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho. A produção está estimada em 4,56 milhões de toneladas, 30% a mais que na safra anterior. O lucro de superfície foi de 12%.

Os preços pagos ao produtor de trigo ainda não reagiram. Na última semana, os agricultores receberam, em média, R$ 66,17 por saca de 60kg, valor semelhante ao que receberam na semana anterior, R$ 66,38. “Os valores ainda estão no limite do dispêndio de produção”, analisa.

MANDIOCA – O Deral estima uma produção de 3,29 milhões de toneladas de mandioca em uma superfície de 135,6 milénio hectares. Essas expectativas superam a safra 2021/2021 tanto em volume (12%) quanto em superfície (7%). No último ciclo, o Paraná colheu 2,95 milhões de toneladas em 126,4 milénio hectares. Os produtores receberam, em média, R$ 757,22 por tonelada de mandioca colocada na indústria na última semana, uma diferença de 0,5% em relação ao valor da semana anterior, R$ 761,02.

BOLETIM AGRÍCOLA – O Deral também divulgou nesta quinta-feira o Boletim de Lance Agropecuária. Além de examinar a produção dos principais grãos, o documento fala sobre mancheia leiteiro, produção de frangos – com dados da Pesquisa Trimestral de Abate do Instituto Brasílio de Geografia e Estatística (IBGE), fruticultura e piscicultura.

Fonte: Agro

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