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Safra de cana 2022/23 cresce 4,4% e pode chegar a 598,3 milhões de toneladas

    Safra de cana 202223 cresce 44 e pode chegar a

    Foto: Zineb Benchekchou/Embrapa/Divulgação

    O terceiro levantamento da safra de cana 2022/23, divulgado nesta terça-feira (27) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima uma produção de 598,3 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 4,4% em relação ao segundo levantamento da safra sucroenergética, divulgado em agosto deste ano. O aumento foi motivado por ajustes na área colhida e na produtividade obtida, principalmente no estado de São Paulo, maior produtor de cana do Brasil.

    Segundo o levantamento, a área de colheita também foi ajustada em cerca de 2,2% em relação aos dados apurados anteriormente, atingindo 8,3 milhões de hectares. Esta safra foi marcada por chuvas e temperaturas abaixo do normal, registradas na região Centro-Sul, que representa cerca de 90,2% da produção total do país. Ainda assim, a produtividade nacional está estimada em 72.026 kg/ha, 3,9% superior à obtida na safra 2021/22, quando o clima foi ainda mais adverso para o setor.

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    O Sudeste, que produz o equivalente a 63,7% da safra nacional, terá um volume colhido 4,0% superior ao obtido na safra anterior. A área colhida caiu para cerca de 5,1 milhões de hectares devido à competição entre cana e outras culturas, mas a produtividade aumentou, chegando a 74.571 kg/ha.

    Acompanhando esse movimento, no Centro-Oeste também houve pequenos ajustes de área e produtividade em relação ao levantamento anterior, com área total estimada em 1,78 milhão de hectares, aumento de 3% na produtividade e com safra de 129,1 milhão toneladas, um aumento de 1,5% em relação ao ciclo anterior.

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    Nordeste, norte e sul

    No Nordeste, devido a problemas climáticos na última safra, parte das lavouras foram abandonadas ou destinadas a outros fins. Nesta safra, muitas dessas áreas voltaram a produzir, com crescimento de 3,2% na área a ser colhida. Além disso, estima-se uma produtividade de 62.720 kg/ha, que deve gerar uma produção de 54,82 milhões de toneladas, 10,1% superior à safra 2021/22.

    A Região Sul, nos últimos anos, vem perdendo consistentemente área de cana-de-açúcar para outras culturas, como soja, milho, mandioca e pastagens. A estimativa de área colhida nesta safra é de 496 mil hectares, 5,2% abaixo da safra anterior. A produtividade esperada de 59.572 kg/ha está 1,5% abaixo da safra anterior e a produção deve chegar a 29,55 milhões de toneladas.

    No que diz respeito ao Norte do país, apesar do aumento de área e produtividade, a região é responsável por menos de 1% da produção nacional, com previsão de colheita de 3,95 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no ciclo 2022/23.

    subprodutos

    O levantamento da Conab aponta que o Brasil deve produzir 36,4 milhões de toneladas de açúcar nesta safra, um aumento de 4,1% em relação à safra 2021/22. O motivo seria a mudança no destino da cana, principalmente por questões de comercialização e tributárias ao longo de 2022, o que tornou a produção do adoçante mais rentável em diversas regiões produtoras.

    Já para o etanol total (de milho e cana-de-açúcar), é previsto um aumento de 4,2% para o biocombustível em relação à safra passada. Houve forte aumento do etanol de milho, com alta de 30,7% em relação ao ciclo anterior. A produção total do país está estimada em 31,14 bilhões de litros, sendo 12,55 bilhões de anidro e 18,59 bilhões de hidratado.

    Mercado

    Os levantamentos de safra realizados pela Conab também analisam a situação de mercado dos produtos. Nesta edição, verificou-se que os preços do açúcar e do etanol vêm subindo desde setembro, ganhando mais intensidade durante o mês de novembro. Esse movimento tem um componente sazonal, originário da entressafra no Brasil. Assim, com a expectativa de redução na oferta de cana-de-açúcar, a tendência é que os preços aumentem, devido à entressafra.

    No caso do açúcar, a redução da oferta de cana em novembro, devido ao fim da moagem na maioria das indústrias, contribuiu para o aumento dos preços desse produto no mercado interno em 6% em relação ao mês de outubro.

    No mercado internacional, o comportamento também foi de elevação. A demanda internacional por açúcar manteve-se aquecida, com a quantidade de açúcar disponível para exportação pela Índia abaixo do esperado, o que contribuiu para o aumento das exportações brasileiras deste item, que já somam 22,1 milhões de toneladas de açúcar vendidas, 13,4% acima do observado no mesmo período da temporada anterior.

    Para o etanol, a entressafra da cana-de-açúcar também impulsionou o aumento dos preços internos, que apresentaram altas significativas, principalmente na primeira quinzena de novembro. Além disso, as incertezas quanto ao regime de tributação dos biocombustíveis também influenciaram significativamente os preços.

    No que diz respeito às exportações, o aumento da produção total de etanol e o enfraquecimento da demanda pelo biocombustível no mercado interno favoreceram a expansão das exportações do produto. De abril a novembro deste ano, foram exportados 1,82 bilhão de litros de etanol, o que representa um crescimento de 47,1% em relação ao mesmo período da temporada anterior.

    Dados gerais sobre produção de cana-de-açúcar e condições de mercado de açúcar e etanol podem ser acessados ​​no portal da Conab, no Boletim – Cana-de-açúcar – 3º levantamento – 2022/23.

    da Conab

    Fonte: Agro