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Curva de lactação em vacas leiteiras: essencial para o manejo eficiente.

A importância da mensuração da produção de leite na atividade leiteira

Introdução

Há duas frases conhecidas que dizem que aquilo que não é medido, não pode ser gerenciado, e que uma pessoa sem dados é apenas uma pessoa com opinião. Ambas podem ser empregadas na atividade leiteira e merecem uma reflexão. Afinal, nenhuma ação pode ser empregada com segurança se não estiver pautada em dados confiáveis que retratam a realidade da atividade.

O principal produto da atividade leiteira é sem dúvidas a produção de leite, seguido pela venda de animais, da genética, etc. O leite é o responsável majoritário pela geração de receitas da propriedade. Somente esta afirmação já possui fundamentos o suficiente para justificar a mensuração da produção de leite da propriedade. Mas não é somente isso. Além da razão óbvia, por que devemos medir a produção de leite?

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Sumário:

h2: A importância de medir a produção de leite na atividade leiteira
h3: O que é a curva de lactação?
h4: Variações na curva de lactação
h4: Curva de lactação e ordem de parto
h4: Curva de lactação e persistência de lactação
h3: Considerações sobre a curva de lactação
h4: Conhecer e analisar a curva de lactação do rebanho
h4: Ganhe mais dinheiro com a sua produção de leite!

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Há duas frases conhecidas que dizem que aquilo que não é medido, não pode ser gerenciado, e que uma pessoa sem dados é apenas uma pessoa com opinião.

Ambas podem ser empregadas na atividade leiteira e merecem uma reflexão. Afinal, nenhuma ação pode ser empregada com segurança se não estiver pautada em dados confiáveis que retratam a realidade da atividade.

O principal produto da atividade leiteira é sem dúvidas a produção de leite, seguido pela venda de animais, da genética, etc.

O leite é o responsável majoritário pela geração de receitas da propriedade. Somente esta afirmação já possui fundamentos o suficiente para justificar a mensuração da produção de leite da propriedade.

Mas não é somente isso. Além da razão óbvia, por que devemos medir a produção de leite?

Um dos motivos é para avaliarmos a curva de lactação das vacas. Mas o que é a curva de lactação e quais informações podemos obter através dela?

 

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Vacas Sendo Ordenhadas

O que é a curva de lactação?

Comumente representada no formato de gráfico, a curva de lactação ilustra a produção de leite das vacas ao longo dos períodos da lactação. Este modelo pode ser construído e analisado tanto para o indivíduo, quanto para grupos (primíparas e multíparas, por exemplo) ou rebanho.

Para a sua formação, é necessário ter duas informações básicas e principais: produção de leite e dias em lactação (DEL).

Obtém-se o valor de produção nas pesagens de leite periódicas. Já o DEL, como o próprio nome diz, representa a quantos dias aquele animal está produzindo leite naquela lactação. Nada mais é do que a diferença entre a data do dial atual e a data do último parto.

Com essas informações em mãos, basta arranjá-las em um gráfico, conforme o exemplo abaixo, onde o eixo X (horizontal) representa o DEL dos animais e o eixo Y (vertical) representa a produção de leite por indivíduo. Lembrando que cada marcador no gráfico representa uma vaca do rebanho.

Curva de Lactação de um Rebanho de VacasCurva de lactação de um rebanho de 94 vacas

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Variações na curva de lactação

Em uma situação normal, espera-se uma curva de lactação semelhante ao exemplo mostrado no gráfico anterior.

As vacas apresentam uma ascensão da produção de leite que vai do parto até por volta de 60 dias, geralmente, que é quando ocorre o pico de produção na espécie bovina.

Passado esse período, os animais tendem a manifestar um decréscimo gradual (6 a 10% por mês, em média) no leite à medida que o DEL avança. Fato natural que, ao longo do tempo, culmina com a secagem do animal, devido à gestação avançada ou a baixa produção.

Já em situações em que as vacas passam por grandes desafios, é muito comum observarmos uma curva de lactação anormal, onde o pico de produção é tardio.

Referências na literatura citam que cada litro de leite perdido no pico de produção pode resultar em 200 a 300 litros de leite perdidos ao final da lactação. Só este fato já explica a importância e a necessidade de mensurar a produção de leite das vacas e interpretar a curva de lactação.

Com o litro de leite sendo vendido a R$ 2,00, por exemplo, a perda econômica será de R$ 400,00 a R$ 600,00 por vaca em lactação nesta condição!

Veja o gráfico a seguir. Neste exemplo, as vacas estão chegando ao pico de lactação tardiamente, somente aos 100 a 110 de DEL (linha vermelha tracejada).

Esses casos quase sempre estão relacionados a algum evento que está influenciando negativamente no desempenho dos animais e resultando no atraso do pico de produção.

Doenças, dietas mal formuladas e manejo nutricional inadequado próximo ao parto ou no início da lactação, por exemplo, são três das principais causas que resultam nessa ocorrência.

Em resumo, qualquer fator que prejudique o consumo alimentar das vacas no início da lactação é capaz de atrasar o pico de produção.

Curva de Lactação AnormalCurva de lactação anormal com pico de produção tardio

Curva de lactação e ordem de parto

A curva de lactação possui algumas particularidades quando olhamos para aspectos como a ordem de parto dos animais. Ao observar a produção de primíparas e multíparas, por exemplo, notamos algumas diferenças.

Conforme já mencionado anteriormente, após o pico de lactação é natural que as vacas reduzam de forma gradual a produção de leite a cada mês. Geralmente, essa redução fica em torno de 6 a 10% por mês após o pico.

No entanto, o decréscimo não acontece na mesma proporção quando analisamos primíparas e multíparas.

O esperado é que as primíparas decaem a produção por volta de 7% ao mês, enquanto este percentual para as multíparas fica em torno de 10%. Veja o gráfico a seguir.

Curva de Lactação de Primíparas e MultíparasCurva de lactação de primíparas e multíparas

Como a produção das primíparas cai de forma mais branda ao longo dos meses, é comum observarmos uma curva de lactação mais suave (flat) nessa categoria em relação às multíparas.

Note a diferença da inclinação da curva entre o pico e o fim da lactação de ambas as categorias. Essa taxa de queda é utilizada para estimarmos a produção dos animais após o pico de produção, além de analisarmos se a curva de lactação real está coerente com o que foi estimado, auxiliando na identificação de possíveis entraves na rotina da fazenda que estejam dificultando o desempenho dos animais.

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Curva de lactação e persistência de lactação

Por quanto tempo as vacas dão leite? Para responder essa pergunta devemos considerar algumas perspectivas, como: padrão racial, situação reprodutiva, nutrição, saúde.

Enfim, uma série de fatores influencia no tempo de produção de leite pelas vacas, acontecimento que também é conhecido como persistência de lactação.

Vamos agora considerar alguns desses fatores e clarear um pouco o entendimento sobre como eles influenciam na persistência de lactação dos animais.

É fato que alguns padrões raciais tiveram maior intensidade de seleção genética para produção de leite ao longo dos anos e, por esse motivo, conseguem expressar melhor essa característica na atualidade.

Vacas de rebanhos com padrão racial mais especializado geralmente apresentam maior persistência de lactação, ou seja, conseguem produzir leite por mais tempo.

Se pensarmos de forma associada a reprodução, em um cenário de intervalo entre partos de 12 meses, por exemplo, esperamos que as vacas produzam leite por volta de 10 meses e permaneçam secas próximo a 2 meses.

Logo, por mais que as vacas tenham persistência de lactação para produzir leite por mais tempo, elas deverão ter a lactação interrompida para que sejam secas e se preparem para o próximo parto.

Já ponderando nutrição e saúde, qualquer evento que reduza o consumo alimentar e prejudique o funcionamento adequado do metabolismo animal poderá abreviar o volume de leite e o tempo de produção das vacas. Dessa forma, a persistência de lactação será encurtada.

Considerações sobre a curva de lactação

Conhecer e analisar a curva de lactação do rebanho, além de ser uma ação essencial, representa uma grande oportunidade de identificação de gargalos na fazenda que estejam limitando o desempenho das vacas.

Qualquer sinal de produção de leite aquém do esperado deve ser investigado e corrigido. Condições inadequadas de manejo com as vacas próximo ao parto e/ou no início da lactação podem provocar eventos que impactarão em toda a lactação.

Ao final, o resultado será em menores resultados zootécnicos, econômicos e financeiros.

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Bruno Guimarães

Há duas frases conhecidas que dizem que aquilo que não é medido, não pode ser gerenciado, e que uma pessoa sem dados é apenas uma pessoa com opinião. Ambas podem ser empregadas na atividade leiteira e merecem uma reflexão. Afinal, nenhuma ação pode ser empregada com segurança se não estiver pautada em dados confiáveis que retratam a realidade da atividade.

O principal produto da atividade leiteira é, sem dúvidas, a produção de leite, seguido pela venda de animais, genética, entre outros. O leite é o responsável majoritário pela geração de receitas da propriedade. Somente esta afirmação já possui fundamentos suficientes para justificar a mensuração da produção de leite da propriedade.

Mas não é somente isso. Além da razão óbvia, por que devemos medir a produção de leite?

Um dos motivos é para avaliar a curva de lactação das vacas. Mas o que é a curva de lactação e quais informações podemos obter através dela? A curva de lactação é comumente representada no formato de gráfico e ilustra a produção de leite das vacas ao longo dos períodos da lactação. Essa curva pode ser construída e analisada tanto para o indivíduo quanto para grupos, como primíparas e multíparas, ou para o rebanho como um todo.

Para construir a curva de lactação, são necessárias duas informações básicas: a produção de leite e os dias em lactação (DEL). A produção de leite é obtida por meio de pesagens periódicas do leite. O DEL, por sua vez, representa a quantidade de dias em que o animal está produzindo leite naquela lactação, ou seja, a diferença entre a data do dia atual e a data do último parto.

Com essas informações em mãos, podemos plotá-las em um gráfico, onde o eixo X (horizontal) representa os DELs dos animais e o eixo Y (vertical) representa a produção de leite por indivíduo. Cada marcador no gráfico representa uma vaca do rebanho.

A curva de lactação normalmente apresenta uma ascensão da produção de leite que vai do parto até por volta de 60 dias, que é quando ocorre o pico de produção. Após esse período, os animais tendem a manifestar um decréscimo gradual na produção de leite à medida que o DEL avança. Em média, essa redução fica em torno de 6 a 10% por mês. Esse decréscimo é natural e, ao longo do tempo, culmina com a secagem do animal.

No entanto, em situações em que as vacas passam por grandes desafios, é comum observarmos uma curva de lactação anormal, onde o pico de produção é tardio. Estudos na literatura mostram que cada litro de leite perdido no pico de produção pode resultar em 200 a 300 litros de leite perdidos ao final da lactação. Isso evidencia a importância de mensurar a produção de leite das vacas e interpretar a curva de lactação.

Considerando um exemplo em que o litro de leite é vendido a R$ 2,00, a perda econômica pode ser de R$ 400,00 a R$ 600,00 por vaca em lactação nessas condições. Portanto, é essencial monitorar a produção de leite das vacas e tomar medidas corretivas caso a curva de lactação esteja fora do esperado.

Além disso, a curva de lactação pode variar de acordo com a ordem de parto dos animais. Ao observar a produção de primíparas e multíparas, por exemplo, notamos algumas diferenças. Geralmente, as primíparas têm uma curva de lactação mais suave em comparação com as multíparas, devido a uma queda mais branda na produção de leite ao longo dos meses.

A persistência de lactação, ou seja, o período em que as vacas continuam produzindo leite, também pode ser influenciada por diversos fatores, como padrão racial, situação reprodutiva, nutrição e saúde dos animais. Vacas de rebanhos com padrão racial mais especializado tendem a ter uma maior persistência de lactação, pois foram selecionadas geneticamente para isso.

Por outro lado, eventos que reduzem o consumo alimentar e prejudicam o funcionamento adequado do metabolismo animal podem encurtar a persistência de lactação. Por isso, é fundamental conhecer e analisar a curva de lactação do rebanho, a fim de identificar possíveis gargalos na fazenda que estejam limitando o desempenho das vacas.

Qualquer sinal de produção de leite aquém do esperado deve ser investigado e corrigido. Condições inadequadas de manejo com as vacas próximo ao parto e/ou no início da lactação podem impactar em toda a lactação, resultando em menores resultados zootécnicos, econômicos e financeiros.

Portanto, monitorar a produção de leite das vacas e interpretar a curva de lactação são ações essenciais para uma atividade leiteira bem-sucedida. Isso permite identificar possíveis problemas e tomar medidas corretivas para melhorar o desempenho dos animais, aumentar a produtividade e maximizar os lucros na produção de leite.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

A curva de lactação é um gráfico que ilustra a produção de leite das vacas ao longo dos períodos da lactação. É construída com base em informações como a produção de leite e os dias em lactação. A curva de lactação pode ser utilizada para avaliar o desempenho das vacas e identificar possíveis problemas que estejam afetando sua produção. É importante medir a produção de leite para obter dados confiáveis que retratam a realidade da atividade leiteira.

Além disso, a curva de lactação pode ser utilizada para analisar a persistência de lactação, que é a capacidade das vacas de produzir leite por um período mais prolongado. Fatores como o padrão racial, a situação reprodutiva, a nutrição e a saúde influenciam na persistência de lactação das vacas. Vacas de rebanhos com padrão racial mais especializado tendem a apresentar maior persistência de lactação.

É importante lembrar que qualquer fator que prejudique o consumo alimentar das vacas no início da lactação pode atrasar o pico de produção. Doenças, dietas mal formuladas e manejo nutricional inadequado são algumas das principais causas de uma curva de lactação anormal, com pico de produção tardio. Essa situação pode resultar em perdas econômicas significativas, pois cada litro de leite perdido no pico de produção pode resultar em até 300 litros de leite perdidos ao final da lactação.

Ao analisar a curva de lactação do rebanho, é possível identificar possíveis entraves na rotina da fazenda que estejam prejudicando o desempenho das vacas. Qualquer sinal de produção de leite abaixo do esperado deve ser investigado e corrigido. Condições inadequadas de manejo com as vacas próximo ao parto e/ou no início da lactação podem impactar em menores resultados zootécnicos, econômicos e financeiros.

Perguntas com respostas:

1. O que é a curva de lactação?

A curva de lactação é um gráfico que ilustra a produção de leite das vacas ao longo dos períodos da lactação.

2. Como a curva de lactação é formada?

A curva de lactação é formada com base em informações como a produção de leite e os dias em lactação.

3. Por que é importante medir a produção de leite?

É importante medir a produção de leite para obter dados confiáveis que retratam a realidade da atividade leiteira e para avaliar o desempenho das vacas.

4. O que influencia na persistência de lactação?

Fatores como o padrão racial, a situação reprodutiva, a nutrição e a saúde influenciam na persistência de lactação das vacas.

5. Quais problemas podem afetar a curva de lactação?

Doenças, dietas mal formuladas e manejo nutricional inadequado são alguns dos principais problemas que podem afetar a curva de lactação das vacas.

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