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Receitas de cacau nacional no mês de agosto caem 47,7%

    Receitas de cacau nacional no mes de agosto caem 477

    Em relação ao mês de julho, o volume recebido passou de 20.428 toneladas para 10.689 toneladas.

    O volume recebido de amêndoas nacionais sofreu recuo de 47,7% no mês de agosto em relação ao recebido em julho, passando de 20.428 toneladas para 10.689 toneladas. Comparando agosto deste ano com o mesmo mês do ano anterior, também houve queda de 46,5%, já que em agosto de 2021 o volume recebido foi significativamente superior ao de 2022, com 19.993 toneladas. “Com o fim da safra antecipada, já era esperada uma redução no volume recebido pela indústria, porém essa queda foi maior que a de 2021. A expectativa para os próximos meses é que essa redução em relação a 2021 continue ocorrendo , já que 2021 teve uma produção acima da média dos últimos anos”, explica a diretora executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Anna Paula Losi. No entanto, o acumulado dos primeiros oito meses de 2022 ainda mostra um crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior, segundo dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela AIPC. No período, foram recebidas 138.295 toneladas de amêndoas, ante 132.680 toneladas no mesmo período de 2021. Segundo Anna Paula “até o final do ano acredita-se que o acumulado fique próximo ao volume do ano passado”.

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    Entre janeiro e agosto de 2022, a moagem de amêndoas foi de 145.659 toneladas, queda de 2,3% em relação às 149.079 toneladas do mesmo período anterior. Na comparação entre julho e agosto, o volume processado caiu 0,96%, passando de 19.883 para 19.693 toneladas. Na comparação com agosto de 2021, houve um crescimento de 8,4%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 18.165. “A indústria tem demanda estável este ano e isso se reflete na moagem, que este ano deve ficar próxima do volume de 2021. da economia do país”, pondera Anna Paula.

    De janeiro a agosto, as importações de amêndoas também caíram em relação ao mesmo período de 2021: foram recebidas 11.034 toneladas, ante 45.757 toneladas. O volume importado de janeiro a agosto é o menor dos últimos quatro anos. “A importação de amêndoas ainda é necessária, pois a produção nacional não atende às demandas da indústria nacional, pois sem esse cacau a indústria operaria com um cenário de ociosidade insustentável. O que esses números mostram é que à medida que a colheita local melhora, há uma redução gradual do volume importado. A indústria está comprometida com a cultura nacional do cacau e, por isso, prioriza a aquisição de amêndoas localmente”, destaca Anna Paula.

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    As exportações de derivados de petróleo, que atendem principalmente os mercados dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai, também caíram no ano, passando de 36.901 toneladas em 2021 para 33.170 toneladas neste ano, uma queda de 10,1%. O diretor da AIPC informou que com a crise na Argentina a exportação de derivativos está sendo impactada.

    Recebimento por estado

    A recepção de amêndoas por estado foi destacada pelo volume enviado pela Bahia, de 86.707 toneladas no acumulado deste ano, queda de aproximadamente 6,6% em relação às 92.860 toneladas de 2021, seguido pelo Pará com 46.018 toneladas, cujo volume cresceu 29,5% ante 35.538 toneladas no mesmo período de 2021, seguido pelo Espírito Santo com 4.122 toneladas contra 2.988 toneladas, alta de 37,9% e Rondônia com 1.136 toneladas contra 1.258 toneladas, queda de 9,7%. Na comparação entre julho e agosto, o recebimento de amêndoas foi menor nos quatro estados. De qualquer forma, entre as quatro principais regiões, a Bahia continua apresentando o maior valor de entregas à indústria, 8.262 toneladas, ante 2.427 nas demais regiões.

    Análise do mercado internacional

    Segundo o analista da StoneX, Caio Santos, durante o mês de agosto, o contrato previsto para dezembro acumulou 44 pontos em relação ao último pregão de julho, fechando em US$ 2.413. O cacau negociado em Nova York para entrega em dezembro de 2022 oscilou com intervalo de 155 pontos, entre mínima de US$ 2.314 e máxima de US$ 2.469. “Apesar das variações nas cotações, durante a maior parte do mês os preços operaram lateralmente, com as negociações oscilando perto do patamar de 2400”, disse.

    Santos explica ainda que os movimentos de preços refletiram em grande parte o contexto macroeconômico devido à evolução do próprio mercado de cacau, com economias como EUA, Europa e China em destaque no período. “Com a manutenção da crise energética, o contínuo aumento das taxas de juros e a redução das vendas no varejo nas três regiões, os preços têm mostrado dificuldades em voltar a patamares mais elevados”, segundo o analista, embora tenham sido contidos pela redução no fornecimento de amêndoas devido ao final da safra 21/22.

    Diante desse cenário, agosto foi um mês com negociações bastante congestionadas, demonstrando um volume de operações relativamente em linha com a média anual, tendo ficado um pouco acima devido à rolagem entre as telas de setembro e dezembro.



    Fonte: Noticias Agricolas