Pular para o conteúdo

Receita de cacau cai 13% no primeiro semestre de 2023

    Receita de cacau cai 13 no primeiro semestre de 2023

    A moagem, em relação aos primeiros seis meses de 2022, cresceu 19,19%, passando de 106.086 toneladas para 126.442 toneladas.

    O ano de 2023 encerrou o primeiro semestre com um volume de amêndoas nacionais recebidas de 93.121 toneladas, uma queda de 13,11% em relação às 107.179 toneladas dos primeiros meses de 2022, segundo dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias de Processamento de Cacau (AIPC). “Diferente do que ocorreu em 2022, quando os insumos de cacau foram expressivos no final da safra principal e início do início da safra, este ano apresentou números menores. Essa redução deveu-se principalmente à alta incidência de pragas na região cacaueira, principalmente na Bahia”, explica a presidente executiva da AIPC, Anna Paula Losi.

    Patrocinadores

    Se compararmos o volume recebido no segundo trimestre de 2023 com o volume recebido no primeiro trimestre de 2023, tivemos um aumento de 144%, passando de 27.046 para 66.075. Esse aumento era esperado, já que a colheita antecipada começa em maio, período de maior entrada de cacau no Brasil.

    Entre janeiro e junho de 2023, a moagem de amêndoa foi de 126.442 toneladas, um aumento de aproximadamente 19,19% em relação às 106.083 toneladas no mesmo período do ano anterior. “O aumento se deu por dois fenômenos, o primeiro relacionado ao crescimento do mercado nos últimos anos, mas também pelo aumento do número de empresas que reportam recebimento e triagem de dados ao SindiDados. Até 2022 eram cinco empresas, agora em 2023 são seis”, pondera Anna Paula.

    Patrocinadores

    A moagem entre o segundo trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2023 ficou praticamente estável, com pequena queda de 2%. Como no primeiro trimestre ainda temos demandas de Páscoa, essa redução no trimestre seguinte é normal. Anna Paula explica que os números de 2023, porém, mostram crescimento consistente, tanto na comparação semestral deste ano com o anterior, quanto na comparação entre os segundos trimestres dos últimos dois anos: em 2022, a indústria processou 50.644 e em 2023 o crescimento foi de 23%, chegando a 62.426 mil toneladas de grãos de cacau.

    Em relação às importações de amêndoas, o acumulado nos primeiros seis meses do ano foi de 43.181 toneladas, ante 10.010 toneladas importadas no mesmo período de 2022. Anna Paula afirma que “o volume importado em 2022 foi o menor dos últimos cinco anos , e em Por esse motivo, aliado à perspectiva de redução do nível de recebimento de grãos de cacau originários do Brasil nos primeiros meses deste ano, já se sabia que o volume de importação seria maior. Porém, com o crescimento da safra brasileira, os volumes de importação ficarão menores e acreditamos que, em até cinco anos, os volumes serão ainda mais insignificantes”.

    As exportações de derivados, que atendem principalmente os mercados da Argentina, Chile e Estados Unidos, caíram 33,75% no primeiro trimestre de 2023, passando de 24,987 mil toneladas, em 2022, para 16,552 mil toneladas neste ano. Segundo Anna Paula Losi, “O mercado argentino, nosso principal destino de derivados, vem passando por um momento desafiador, o que tem atrasado as exportações e, em alguns casos, até reduzido o volume comprado. Essa não é uma situação que afeta apenas a indústria de moagem, e o governo brasileiro tem feito esforços para que o comércio com a Argentina volte à normalidade”.

    recebimento por estado

    A Bahia, no primeiro semestre de 2023, foi responsável por 55% do volume total de amêndoas nacionais recebidas pela indústria moageira, totalizando 51.120 toneladas. Em relação ao mesmo período de 2022, quando o volume foi de 64.196 toneladas (68% do total), houve uma queda de aproximadamente 20%. O Pará foi responsável por 41% do volume total recebido, totalizando 38.485 toneladas, praticamente o mesmo volume de 2022 (38.474t). Espírito Santo, com 2.349 toneladas, e Rondônia, com 1.072 toneladas, foram responsáveis ​​por 4% do volume total recebido neste primeiro semestre. Comparando os números desses dois estados, há uma redução de praticamente 22%, em relação aos números de 2022 (2023 – total de 3.421t e 2022 – total de 4.377t).

    Análise de mercado internacional

    Segundo Caio Santos, analista da StoneX, nos últimos meses os preços dos contratos futuros de cacau têm operado em patamares historicamente elevados, atingindo o maior patamar em cerca de 7 anos nas bolsas de Nova York (ice/EUA) e Londres (ICE/Europa). “Em junho deste ano, o segundo contrato com vencimento mais próximo na Bolsa de Nova York atingiu US$ 3.262/ton, a maior cotação desde dezembro de 2015”, aponta.

    Um dos principais fatores que contribuem para a sustentação dos preços do cacau é a revisão da projeção da Organização Internacional do Cacau (ICCO), que reduziu sua estimativa de produção de cacau para a atual safra (2022/23) em 37 mil toneladas, para 4,980 milhões de toneladas . Quanto à demanda por amêndoas, a entidade aumentou sua previsão em 45 mil toneladas, para uma moagem de 5,07 milhões de toneladas ao final da safra que termina em setembro. “Esse cenário indica um equilíbrio entre oferta e demanda mais apertado”, indica o analista.

    Outro fator de atenção é a ocorrência do El Niño, fenômeno responsável por provocar diversas mudanças climáticas ao redor do globo e que tende a prejudicar a produção de cacau ao tornar o clima mais seco na África Ocidental, região responsável por mais de 70% da produção mundial. de cacau. Segundo projeções da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), nos próximos meses há grandes chances de um El Niño de intensidade moderada, que pode prejudicar a produção de frutas na Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões. . “Para a produção brasileira, aponta-se para este ano uma safra menos robusta, de modo que a ocorrência do El Niño nos próximos meses, que tende a tornar o clima mais seco no sul da Bahia, continuará impactando negativamente a produção de cacau no Brasil”, conclui. . Santos.



    Fonte: Noticias Agricolas