O leite é um dos alimentos mais antigos consumidos pelo ser humano. Também é considerado um dos alimentos mais completos para a saúde humana, pois, além de ser uma fonte de proteína barata e acessível, contém vitaminas A, B12 e D, cálcio, zinco, magnésio e outros nutrientes que auxiliam no fortalecimento dos ossos. , na boa aparência e no combate ao emagrecimento e favorecendo o ganho de massa muscular. Por se tratar de um produto de grande importância para a humanidade, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) instituiu o dia 1º de junho como o Dia Mundial do Leite, data para incentivar o consumo e destacar os benefícios desse alimento.
Mas, apesar de todos os seus benefícios reconhecidos internacionalmente, ainda há muita gente que mantém a ideia de que o leite, principalmente o leite de vaca por ser o mais consumido no mundo, é um vilão alimentar. Para a nutricionista Jalily Moura, ainda há quem tenha uma visão errada sobre o leite, principalmente ao classificá-lo como um alimento inflamatório. Segundo o especialista, essa confusão costuma ocorrer porque os alimentos, quando consumidos por uma parcela muito pequena da população, podem causar sintomas indesejáveis, mas isso não invalida o bem que a alimentação traz para a grande maioria das pessoas. “O consumo do leite traz uma série de benefícios como boa visão, aumento da produção de glóbulos vermelhos, regulação de funções relacionadas ao sistema nervoso, liberação e reposição de energia e crescimento celular”, esclarece o especialista.
A nutricionista diz que nos casos de intolerância à lactose ou mesmo alergia ao leite, quando esses problemas são devidamente diagnosticados por um médico, o consumo precisa ser controlado ou, se houver alergia, evitado. “Se a pessoa não tiver nenhum desses distúrbios no trato gastrointestinal, o leite não é considerado inflamatório”, afirma.
evolução do leite
Como um dos segmentos da indústria alimentícia que mais evoluiu, a própria indústria de laticínios oferece hoje soluções que tornam o leite um alimento ainda mais saudável e seguro, mesmo para quem tem algum tipo de intolerância. Um exemplo é o leite zero lactose e seus derivados. Como explica a engenheira de alimentos da Marajoara Laticínios, Annyelle Couto, durante o processamento desse tipo de leite é adicionada uma enzima chamada lactase, que faz a deslactosação ou quebra da lactose. Isso significa que esse leite fica livre da enzima lactose, que é previamente processada e decomposta, sendo transformada em outros açúcares (como glicose e galactose), fazendo com que o corpo humano não precise realizar esse processo de quebra da enzima .
A engenheira de alimentos explica que o leite zero lactose, devido a esse processo de lactose, tem sabor um pouco mais doce que a versão convencional, mas, apesar disso, o produto não perde nenhum de seus nutrientes. “O leite sem lactose fornece os mesmos nutrientes e vitaminas que o leite normal. O que acontece é que, nesse caso, é adicionada uma enzima lactase, que faz a deslactosação, ou seja, a decomposição da lactose. Mas todas as qualidades nutricionais do leite são mantidas”, esclarece Annyelle.
Outro ponto positivo destacado pela engenheira de alimentos é o fato de que, apesar de ser produzido e comercializado em escala industrial, o leite é um alimento sem nenhum tipo de conservante artificial ou aditivo químico. “A composição do leite de caixinha, por exemplo, é basicamente o próprio leite acrescido de um estabilizante, o citrato, que é um composto orgânico derivado do próprio leite, utilizado para garantir a proteção proteica e a estabilidade do produto durante o processo de esterilização. o mesmo”, diz. Annyelle explica ainda que a conservação do leite por meses não se deve à adição de nenhum elemento químico, mas ao moderno processo de esterilização UHT (Ultra High Temperature) e à adoção de embalagens longa vida, que conseguem manter o alimento esterilizado por muito mais tempo. mais longo. tempo.
importante na economia
Apesar de sermos o terceiro maior produtor de leite do mundo, com mais de 34 bilhões de litros por ano, segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), não estamos entre os maiores consumidores do produto, título que vai para os americanos, com consumo per capita de 327 litros/ano; e os europeus, com 233 litros/ano. Por aqui, a média é de 172 litros/ano, mas estamos indo bem em relação aos nossos vizinhos argentinos, que registram um consumo per capita de 265 litros/ano. Mas, embora possamos beber mais leite, a média brasileira está bem acima da média mundial, que atualmente é de um consumo per capita de 88 litros anuais.
Aqui no Brasil, o leite também está entre os produtos mais importantes para nossa economia, com uma produção que supera produtos tradicionais como café e arroz. O rebanho leiteiro brasileiro é o segundo maior do mundo, atrás apenas da Índia. Com produtores em 98% dos municípios brasileiros, a cadeia produtiva do leite emprega cerca de 4 milhões de pessoas. O país possui mais de 1 milhão de propriedades produtoras de leite, predominantemente de pequeno e médio porte.
Com informações consultivas*
