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Projeto Carbono, da 3tentos, certifica 40 produtores no Rio Grande do Sul e prepara um novo…

    Projeto Carbono da 3tentos certifica 40 produtores no Rio Grande

    Se depender da agricultura, o Brasil leva grande vantagem sobre a Europa e os Estados Unidos na luta para conter as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e manter a meta de elevar a temperatura do planeta em até 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, conforme recentemente ratificado na COP 27.

    Um projeto realizado durante um ano pela agroindústria 3tentos envolveu 40 produtores de soja do Rio Grande do Sul e revelou que essas propriedades possuem baixa pegada de carbono, sendo elegíveis para geração e comercialização de créditos de carbono.
    A primeira fase do projeto envolveu 21 fazendas no bioma Pampa e 19 fazendas no bioma Mata Atlântica, totalizando uma área de 40.962 hectares. A pegada de carbono média obtida nessas áreas ficou em torno de 450 kg de carbono por tonelada de grão – onde foram computados os insumos agrícolas utilizados para a produção de soja, juntamente com a produtividade total. No entanto, esse valor tende a ser menor quando se considera o sequestro de carbono ocorrido no solo durante o desenvolvimento da soja e o carbono presente na palha da cultura.

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    Produtor rural de Panambi (RS), Raul Schmitt com o certificado do Projeto Carbono 3tentos

    A transformação dos insumos utilizados pelos agricultores em quilos de carbono e, conseqüentemente, a medição da pegada de carbono da soja, seguiram diretrizes científicas conhecidas nacional e internacionalmente, como GHG Protocol, IPCC e Renovabio. A habilitação prévia dos imóveis rurais foi realizada por meio do cruzamento de dados em plataformas públicas como MapBiomas e Pronasolos.

    Segundo o agrônomo Felipe Artuzo, Especialista em Carbono da 3tentos, os resultados mostram que a agricultura praticada na região é duas a três vezes mais eficiente do que a praticada nos EUA ou na Europa. “Para os produtores, foi uma surpresa e motivo de orgulho. A adesão ao projeto, após a entrega dos relatórios, foi muito positiva. Eles se sentiram orgulhosos e mais seguros de praticar uma agricultura sustentável com foco em projetos de carbono e com potencial para negociação de créditos de carbono”, comentou, lembrando que cada produtor rural, ao final do projeto, recebeu um relatório com os números de sua propriedade e a certificação da propriedade como um praticante da agricultura sustentável.

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    Segundo o CEO e fundador da 3tentos, Luiz Osório Dumoncel, a empresa iniciou o Projeto Carbono para medir a pegada de CO2 e, com isso, possibilitar melhorias constantes para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. “A 3tentos tem objetivos muito claros no relacionamento com seus clientes, produtores rurais, acesso a novas tecnologias, melhores práticas de gestão, alta produtividade e crescimento. Sabemos da importância do meio ambiente na produção agrícola e os agricultores brasileiros têm plena consciência de sua responsabilidade. O reconhecimento da sociedade e a possibilidade de monetização do produtor rural são partes fundamentais dessa iniciativa. Vamos trabalhar cada vez mais para valorizar a imagem sustentável do agronegócio nacional”, afirmou.

    Produtor de soja em Pedras Altas e Candiota, municípios próximos a Bagé-RS, Cristiano Holz não tinha conhecimento sobre carbono até participar do projeto. “Eu dominava a parte técnica da agricultura, mas não sabia como o plantio direto e a rotação de culturas também poderiam influenciar na questão do carbono e da sustentabilidade. Através desse projeto, adquiri esse conhecimento e passei a entender melhor como funciona o imóvel. Fiquei feliz com o resultado e acredito que a questão do carbono estará cada vez mais presente em nossas vidas. É o futuro e o que vamos deixar para as próximas gerações”, comentou.

    Cristiano explicou que está se esforçando para aprimorar as técnicas já utilizadas, a fim de melhorar sua pegada de carbono, e dando preferência a insumos de origem biológica. “Estamos trabalhando para ser ainda mais eficientes, fazendo plantio direto com mais palha para ajudar na questão do carbono. Também estou dando preferência ao uso de produtos mais biológicos”, relatou o produtor.

    A próxima etapa do Projeto Carbono é viabilizar a venda de créditos de carbono e monetização para os participantes. O projeto, que a partir de 2023 tem as bases de um programa ESG, também será estendido a mais de 500 produtores no Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

    Por que a pegada de carbono é baixa

    Todas as propriedades avaliadas estão próximas a unidades de originação de grãos e unidades de processamento e geração de biodiesel de soja da 3tentos, ou seja, a maior parte da soja produzida nessas fazendas não é exportada, causando assim um menor impacto ambiental do transporte terrestre e marítimo. Além disso, a produção de grãos está localizada em áreas consolidadas sem alertas de desmatamento, com estabilidade no uso da terra e plantio direto.

    Segundo Felipe Artuzo, a consultoria técnica da 3tentos, que possui um setor de Pesquisa e Desenvolvimento, com dois centros técnicos (Cetec), é fundamental na geração de informações técnicas, que resultam em alta produtividade para o produtor e com sistemas de baixa pegada de carbono culturas agrícolas na produção de grãos.

    Toda a geração de conhecimento voltado para o manejo sustentável obtido nesses centros é regularmente propagada entre os consultores técnicos da 3tentos, que transmitem essas boas práticas aos agricultores (a) por meio de assistência técnica e transferência de tecnologia. Exemplo disso é o incentivo ao uso da cobertura vegetal na entressafra, rotação de culturas, manejo integrado de pragas, recuperação de áreas degradadas e uso racional de fertilizantes e outros insumos.



    Fonte: Noticias Agricolas