Produtores de leite de São João da Boa Vista lutam por melhorias na indústria
Ministro recebe lista de reivindicações dos pecuaristas
A importação do leite tem impactado negativamente os produtores locais
No último sábado (4), os produtores de leite da região de São João da Boa Vista, em São Paulo, entregaram ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar Paulo Teixeira uma lista de reivindicações. A categoria, que conta com cerca de 1,6 mil produtores, enfrenta uma crise econômica devido à importação excessiva do produto, que chega a custar até 48% menos que o leite nacional.
Os pecuaristas reclamam que estão recebendo valores abaixo dos custos de produção, o que tem levado muitos a abandonarem a atividade. Para solucionar esse problema, eles solicitam medidas concretas do governo, como a proibição da reidratação de leite em pó para sua comercialização como leite fluido, a fiscalização para impedir a importação de leite por meio de operações de ‘dumping’, e a ampliação das compras do governo diretamente dos produtores.
Além disso, os produtores pedem a redução de impostos e taxas sobre máquinas e equipamentos, o acesso ao crédito subsidiado para amortização de dívidas e prejuízos, e o desenvolvimento de programas de assistência técnica, capacitação em gestão financeira e de negócios, assim como práticas de preservação ambiental e comercialização de produtos derivados do leite.
O ministro Teixeira reconheceu a importância dessas reivindicações e afirmou que o governo está estudando medidas para aumentar a produtividade da cadeia leiteira, principalmente para pequenos e médios produtores. Ele destacou que as medidas de diminuição da importação já estão em andamento e que o apoio à cadeia leiteira é fundamental para garantir a sustentabilidade dessa indústria.
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Sumário:
1. Produtores de leite entregam lista de reivindicações para ministro em Águas da Prata
2. Medidas de curto prazo
3. Medidas de médio e longo prazo
4. O que o Governo Federal pode fazer
Produtores de leite da região de São João da Boa Vista (SP) entregaram, neste sábado (4), uma lista de reivindicações da categoria ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar Paulo Teixeira. O documento foi entregue pelos pecuaristas ao representante do Governo Federal durante um encontro em Águas da Prata.
Produtores de leite entregam lista de reivindicações para ministro em Águas da Prata
Segundo o Sindicato dos Produtores Rurais, há cerca de 1,6 mil produtores de leite na região. Eles reclamam que a categoria está passando por momentos difíceis já que estão recebendo valores bem abaixo dos custos de produção. A crise econômica, causada pela importação do produto que chega a custar até 48% do que o leite nacional, tem levado muitos a desistirem da atividade.
“A gente espera que essas importações de leite acabem o quanto antes pra gente poder sobreviver. Do jeito que está, a gente não aguenta, está ruim, de mal a pior”, lamentou o produtor, Anderson Medeiros Costa.
O ministro do Governo Federal chegou no interior de São Paulo por volta das 11h. Ele participou de uma visita à Sede da Cooperativa e Encontro com Produtores de Café e da Agricultura Familiar e também às Torres de Conectividade Digital da Embrapa, em Caconde.
Em seguida, ele foi até São Sebastião da Grama onde participou do “Concurso do Terroir da Região Vulcânica” – que premiou os melhores cafés. Depois visitou uma fazenda em São João da Boa Vista e seguiu para Água da Prata onde os produtores de leite entregaram o documento à ele. Veja abaixo a lista de reivindicações.
“A gente tem que fundamentar qualquer reivindicação na situação real do produtor hoje: paga mais para produzir do que ele recebe pelo preço do leite. Isso traz um prejuízo enorme para o setor produtivo e não dá para sustentar o abastecimento alimentar do país. Isso é decorrente de uma série de razões muito complexas, mas principalmente pelo volume exagerado de leite que foi importado no último ano”, explicou o produtor rural, Nelson Nicolau.
- Que o governo implemente medidas concretas para conter a importação de leite e derivados, com resultados imediatos;
- Que seja proibida a reidratação de leite em pó para sua comercialização como leite fluido;
- Fiscalização para impedir a entrada de leite no país através de operações de ‘dumping’;
- Ampliação de compras do Governo, direto do produtor e/ou cooperativas de leite e derivados para os seus programas sociais;
- Reimplantação do programa de distribuição do ‘Ticket do Leite’ (Governo Sarney) para a população de baixa renda;
- Redução de impostos e taxas que incidem sobre máquinas, equipamentos e serviços que impactam o custo de produção do leite e derivados;
- Democratizar o acesso à crédito subsidiado e de longo prazo para amortização de dívidas e prejuízos decorrentes desta situação.
Medidas de médio e longo prazo
- Programas de assistência técnica aos pequenos e médios produtores;
- Capacitação em gestão financeira e de negócios e de fazenda para produtores;
- Programas de qualificação de mão de obra adequados ao uso das novas tecnologias;
- Estudo de modelos e sistemas de produção adequados a cada bioma;
- Desenvolvimento de práticas de preservação ambiental atreladas ao sistema de produção;
- Desenvolvimento de produtos derivados do leite com identidades locais, incrementando a verticalização com a consequente agregação de valor;
- Criação de canais e estruturas para a comercialização de produtos;
- Apoio concreto para o associativismo e cooperativismo;
- Desenvolvimento de mecanismos que incremente a exportação de leite e derivados;
- Dotar as regiões produtoras de infraestrutura de acesso à internet, estradas, etc.;
- Desenvolver programas que auxiliem a reconversão de atividades;
- Criação de linhas de crédito permanentes, subsidiadas e de longo prazo, com amortizações atreladas ao preço do leite (equivalência em leite) que promovam:
aumento de competitividade
qualidade dos produtos
tecnologia e eficiência
produtividade
gestão ambiental e conforto animal
melhore o ambiente e condições do trabalho
amplie os canais para comercialização
desenvolva o cooperativismo e associativismo
aumente a eficiência da cadeia do leite.
O que o Governo Federal pode fazer
Segundo o ministro Paulo Teixeira a importação do leite aumentou no ano passado, durante o Governo Bolsonaro, por conta de duas resoluções que foram publicadas em maio (Resolução Gecex nº 353) e em outubro (Resolução Gecex nº 409). A expectativa da antiga gestão era controlar a inflação permitindo a importação do produto.
Teixeira explicou que já no Governo Lula, ambas as resoluções já foram revogadas e que foi feito um novo decreto que dispõe sobre crédito para aquele que comprar leite in natura.
“Então, se os laticínios compram leite in natura, eles poderão se apropriar de crédito de PIS/Pasep. Com isso, nós estamos estimulando a compra de leite in natura no mercado interno. Também pedimos uma investigação sobre triangulação, isso é, leite que possa estar vindo de fora do Mercosul, e entrando aqui como se fosse do Mercosul, é ilegal, e também reidratação do leite do leite, que é hidratado o leite em pó. Agora a fiscalização está entrando”, disse.
O ministro também declarou que, após as medidas, o governo enxerga que a importação já está baixando, mas que ainda é necessário o apoio a cadeia leiteira. “O segundo passo que a gente tem que fazer é um programa de produtividade da cadeira leiteira, principalmente do pequeno e médio [produtor]. O que nós temos que fazer é aumentar a cadeia produtiva e essas medidas estão sendo estudadas pelo governo para complementar aquelas medidas de diminuição da importação”, explicou.
Os produtores de leite da região de São João da Boa Vista, no estado de São Paulo, estão enfrentando dificuldades financeiras devido aos baixos valores recebidos pela venda do produto. A crise econômica, causada principalmente pela importação de leite estrangeiro a preços bem mais baixos, tem levado muitos produtores a desistirem da atividade.
Diante dessa situação, os produtores entregaram uma lista de reivindicações ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. O encontro ocorreu na cidade de Águas da Prata e contou com a presença de cerca de 1,6 mil produtores de leite.
As principais reivindicações dos produtores são:
1. Implementação de medidas efetivas para conter a importação de leite estrangeiro, buscando resultados imediatos;
2. Proibição da reidratação de leite em pó para sua comercialização como leite fluido;
3. Fiscalização rigorosa para impedir a entrada de leite no país através de operações de “dumping”;
4. Ampliação das compras do Governo, diretamente dos produtores ou cooperativas de leite, para programas sociais;
5. Reimplantação do programa de distribuição do “Ticket do Leite” para a população de baixa renda;
6. Redução de impostos e taxas sobre máquinas, equipamentos e serviços que afetam os custos de produção do leite;
7. Democratização do acesso a crédito subsidiado e de longo prazo para amortização de dívidas e prejuízos decorrentes dessa situação.
Além dessas medidas de curto prazo, os produtores também enfatizaram a necessidade de ações de médio e longo prazo, como:
1. Programas de assistência técnica aos produtores, principalmente os pequenos e médios;
2. Capacitação em gestão financeira, negócios e fazendas para os produtores;
3. Programas de qualificação de mão de obra para o uso das novas tecnologias;
4. Estudo de modelos e sistemas de produção adequados a cada bioma;
5. Desenvolvimento de práticas de preservação ambiental relacionadas ao sistema de produção;
6. Desenvolvimento de produtos derivados do leite com identidades locais, visando a agregação de valor;
7. Criação de canais e estruturas para a comercialização de produtos;
8. Apoio ao associativismo e cooperativismo;
9. Incremento da exportação de leite e derivados;
10. Melhoria de infraestrutura de acesso à internet, estradas e outros para as regiões produtoras;
11. Programas de reconversão de atividades;
12. Criação de linhas de crédito permanentes, subsidiadas e de longo prazo, com amortizações vinculadas ao preço do leite. Essas linhas de crédito devem promover a competitividade, a qualidade dos produtos, a tecnologia e eficiência, a produtividade, a gestão ambiental e conforto animal, o melhor ambiente e condições de trabalho, a ampliação dos canais de comercialização e o desenvolvimento do cooperativismo.
O Ministro Paulo Teixeira afirmou que as importações de leite vêm diminuindo após a revogação de algumas resoluções do governo anterior. No entanto, ele ressaltou que é necessário continuar apoiando a cadeia leiteira e implementar programas de produtividade, principalmente para os pequenos e médios produtores.
Portanto, é fundamental que o governo atue de forma efetiva para atender às demandas dos produtores de leite da região de São João da Boa Vista, garantindo a sustentabilidade dessa atividade tão importante para a economia rural.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
O artigo apresenta informações sobre produtores de leite da região de São João da Boa Vista que entregaram uma lista de reivindicações ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Os produtores estão enfrentando dificuldades devido à importação de leite, que está gerando prejuízos para a categoria.
Conclusão:
Em conclusão, os produtores de leite da região de São João da Boa Vista estão lutando por melhores condições e pela diminuição da importação do produto. Eles entregaram uma lista de reivindicações ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, buscando medidas concretas para solucionar o problema. Essa é uma situação que afeta não apenas os produtores, mas também toda a cadeia leiteira e o abastecimento alimentar do país.
Perguntas e respostas:
1. Quais são as reivindicações dos produtores de leite da região?
As reivindicações incluem medidas para conter a importação de leite, proibição da reidratação de leite em pó, fiscalização para impedir a entrada de leite via operações de dumping, ampliação de compras do governo direto dos produtores e redução de impostos sobre equipamentos e serviços ligados à produção de leite.
2. Quais são as medidas de médio e longo prazo propostas pelos produtores?
As medidas de médio e longo prazo incluem programas de assistência técnica aos produtores, capacitação em gestão financeira e de negócios, estudo de modelos e sistemas de produção adaptados a cada bioma, desenvolvimento de práticas de preservação ambiental, entre outras.
3. O que o Governo Federal pode fazer para ajudar os produtores de leite?
O Governo Federal pode implementar medidas concretas para conter a importação de leite e derivados, investigar triangulação ilegal e reidratação de leite em pó, além de apoiar programas de produtividade e desenvolvimento da cadeia leiteira, especialmente para pequenos e médios produtores.
4. Qual foi o papel das resoluções publicadas pelo Governo Bolsonaro na importação de leite?
As resoluções publicadas pelo Governo Bolsonaro permitiram a importação de leite com o objetivo de controlar a inflação. No entanto, essas resoluções já foram revogadas e substituídas por um novo decreto que estimula a compra de leite in natura no mercado interno.
5. Quais são os próximos passos para resolver a situação dos produtores de leite?
Além das medidas para diminuir a importação, o governo está estudando a implementação de um programa de produtividade da cadeia leiteira, principalmente voltado para pequenos e médios produtores. O objetivo é aumentar a cadeia produtiva e complementar as medidas de diminuição da importação.
