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Encontro online debate segurança alimentar e mudanças climáticas • Portal DBO

    Encontro online debate seguranca alimentar e mudancas climaticas • Portal

    Segurança alimentar e mudanças climáticas foram o tema das palestras de abertura da “11ª Mostra de Iniciação Científica e Tecnológica” (Sicit) e da “6ª Mostra de Pós-Graduação e Pesquisa”.

    Organizado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Rio Grande do Sul, o evento foi aberto na manhã desta quarta-feira (10/05) e segue até o final do Quinta-feira à tarde (10/06).

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    As pesquisadoras do DDPA, Joseila Maldaner e Kelly Brito, organizadoras desta edição, sob a mediação da pesquisadora Maria Helena Fermino, destacaram a importância do tema segurança alimentar e das pesquisas desenvolvidas pelo departamento nesse sentido.

    O diretor do DDPA, Caio Efrom, afirmou que o investimento em ciência e pesquisa e os resultados gerados por elas são fundamentais para aumentar e reduzir a fome. “E isso não está ligado apenas à questão da produtividade, área em que o país tem evoluído a passos largos nas últimas décadas, mas também à qualidade dos alimentos”diz.

    Para Efrom, são as inovações técnicas e científicas em sua busca por modelos de agricultura mais sustentáveis ​​que podem contribuir para uma transformação estrutural em larga escala dos sistemas alimentares.

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    A pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Teresa Cristina Moraes Genro, primeira palestrante do dia, apresentou a pesquisa desenvolvida na instituição para mitigar as emissões de metano entérico de ruminantes.

    VEJA TAMBÉM | Especialistas abordam desafios e soluções para a emissão de gás metano no Fórum Metano na Pecuária

    Segundo ela, o Brasil está em sétimo lugar em emissões de gases. Em primeiro lugar vem a China (26,4%), seguida pelos Estados Unidos (12,5%), com emissão de gases de efeito estufa mais ligada à indústria.

    Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), realizada no ano passado, da qual o Brasil é um dos signatários, foi definida uma redução de 30% no metano.

    Segundo Teresa, no Brasil, o metano na agricultura é a maior fonte de emissões, responsável por 76% das emissões. Destes 76%, 90% são provenientes de bovinos, que emitem metano como parte do processo normal de digestão.

    A Embrapa Pecuária Sul faz parte de uma rede nacional de pesquisa, a Rede Pecus, que avalia a dinâmica dos gases de efeito estufa (GEE) e o balanço de carbono em sistemas de produção agrícola em seis biomas brasileiros, incluindo o Pampa.

    O palestrante relata que foram desenvolvidos três protocolos experimentais, dois na Estação Experimental Agropecuária (EEA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Eldorado do Sul, com novilhas Angus, e um em Bagé, com novilhos Hereford, da própria Embrapa.

    Com base em pesquisas, Teresa Cristina destaca que o manejo correto reduz os gases de efeito estufa e aumenta a produtividade.

    Entre as principais ferramentas de mitigação estão o manejo de pastagens, sistemas integrados (pecuária, pastagem, floresta), uso de leguminosas em pastagens como opção de fertilizantes, melhoramento genético de plantas forrageiras como trevo, maxixe e ervilhaca, suplementação de campo e seleção de animais com menores emissões de carbono.

    Segundo o pesquisador, durante a Expointer deste ano, foi apresentada uma nova metodologia capaz de medir a emissão de metano em bovinos de raças europeias.

    SAIBA MAIS | Nova metodologia da Embrapa mede emissões de metano em jovens criadores

    Para Teresa, o desafio é a implementação dessa gestão pelos produtores. Apesar disso, ela afirma que já existem iniciativas como o Plano ABC+, coordenado pela Seapdr; o estímulo dos produtos Prêmio; algumas ações desenvolvidas pelas associações de Produtores Rurais de Campos de Cima da Serra (Aproccima), Associação de Produtores do Pampa Sul do Estado do Rio Grande do Sul (Apropampa), Alianza del Pastizal (formada por Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil na preservação do Bioma Pampa), o projeto Estâncias Gaúchas, que tem apelo ambiental com o preço do couro pelo produtor, entre outros.

    Mudanças climáticas e agrobiodiversidade – O pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Irajá Ferreira Antunes, destacou as mudanças bruscas que estão ocorrendo no clima de todo o planeta.

    Segundo ele, está em curso uma nova era geológica chamada “antropoceno”, onde o destaque é a intervenção do ser humano na vida do planeta e na relação entre as espécies.

    “Existe uma ameaça a essa riqueza que existe na natureza, chamada erosão genética, onde muitas espécies e variedades estão desaparecendo”diz.

    Para Antunes, a agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê 17 metas de desenvolvimento sustentável, é uma alternativa para frear esses processos que estão alterando a natureza do planeta. Entre os destaques, ele cita a meta número 2, que busca acabar com a fome e promover a agricultura sustentável.

    Irajá destaca que existem três formas de conservar a riqueza da agrobiodiversidade na agricultura: os agricultores que fazem essas variedades existirem, os chamados “guardiões de sementes”, as feiras de sementes e os mais de 1.750 bancos de germoplasma, onde as variedades são conservado.

    “É preciso abrir esses bancos e distribuir essas sementes aos agricultores, ajudando as plantas a se adaptarem às mudanças climáticas muito drásticas registradas hoje”diz.

    Acompanhe o evento no canal do DDPA no YouTube; Clique aqui.

    Fonte: Ascom Seapdr / Governo do RS

    Fonte: Portal DBO