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Produtividade da pecuária de corte brasileira cresce 41%, revela Rally da Pecuária • Portal DBO

    Produtividade da pecuaria de corte brasileira cresce 41 revela Rally

    Em 2011, na primeira edição da expedição, a produtividade verificada em campo pelos técnicos do Rally Pecuário foi de 6,88 arrobas por hectare/ano, enquanto em todo o Brasil foi de 3,38 arrobas por hectare/ano. Ao fechar os números de 2023, a produtividade entre os envolvidos no Rally chegou a 12,88 arrobas por hectare/ano e, no país, a 4,77@/ha/ano (+41%).

    Ou seja, entre os pecuaristas mais técnicos consultados para o evento realizado pela Athenagro, a produtividade cresceu 87,2% em 12 anos.

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    Nos últimos 12 meses, esse índice é de 5,4%, considerando o ciclo completo, desde a geração do bezerro até a terminação. No Brasil como um todo, esse índice cai para 2,9%.

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    Esses e outros números foram divulgados nesta terça-feira, 11, em evento on-line. Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, enfatizou que o levantamento de 2023 mostrou que “pecuaristas que operam com maiores níveis de produtividade conseguem obter maior rendimento por hectare”.

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    Nogueira fez questão de reforçar que “quando esses números são apresentados, muitas vezes se questiona se essa concentração se deve ao tamanho dos maiores produtores entrevistados durante o Rally”. Mas a resposta é que esse público, cerca de 18% dos produtores, ocupa apenas 8,5% da área disponível para produção.

    Mas ele entende que com “20% do rebanho brasileiro operando de forma praticamente extrativista e imprevisível do ponto de vista comercial, o desafio no planejamento de políticas públicas e privadas acaba sendo maior, considerando o risco que a movimentação desse rebanho pode trazer para o mercado”.

    É o caso do controle de fornecedores indiretos, tema discutido em todas as esferas relacionadas à produção de carne bovina. Devido ao formato proposto para o controle, os animais provenientes desses sistemas podem acabar contaminando a movimentação de propriedades que primam pela regularidade, conforme exigido.

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    Pastagens e sustentabilidade – Outro possível impacto que pode ser explicado a partir desse perfil é o aumento da oferta em determinados horários, impactando negativamente os preços em proporções maiores do que o esperado. Nogueira destacou que o maior impedimento para uma melhor avaliação e interferência dos números ainda é o nível de degradação das pastagens.

    Para ele, é melhor recuperá-los do que reformá-los. “A reforma demanda um grande número de operações, como revirar o solo e gradagem, e mais horas de trabalho, aumentando a emissão de carbono pela queima da matéria orgânica. A melhor estratégia é a integração com a lavoura”. Isso toca na questão da sustentabilidade, incluindo a otimização até mesmo dos recursos financeiros.

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    Bruno Benatti, gerente de produto da Mosaic Fertilizantes, também destacou que as pastagens ainda são um grande gargalo para a pecuária de corte, por isso a “esforço da empresa em levar conhecimento aos produtores e técnicas como soluções para a produção”. Ele ainda se lembra disso “existem linhas de crédito muito acessíveis” para mudar este quadro.

    Outro executivo atento ao obstáculo é Guilherme Moraes, Gerente Regional de Marketing de Cultura de Pastagens da IHARA. Ele ressalta que além de cuidar do solo em seus aspectos físicos, químicos e orgânicos, “é preciso garantir a sanidade do pasto contra pragas, doenças e plantas invasoras, o que só ocorre com o uso de boas tecnologias”.

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    O desafio do ciclo descendente – Este Rali da Pecuária 2022/23 termina num momento de pessimismo em relação aos preços praticados na atividade. As cotações médias nacionais do boi gordo estão 19,5% abaixo das praticadas no mesmo período de 2022. “Só não é pior porque há queda nos preços de insumos como fertilizantes e concentrados”.

    Além disso, as exportações de carne bovina estão abaixo das expectativas. No acumulado de janeiro a junho, o volume que saiu do país foi 3,75% menor que o mesmo período do ano anterior. Para piorar, o faturamento caiu 21,4% na mesma comparação. Mas Nogueira entende que a pecuária brasileira deve “desfrutar de bons momentos no futuro”.

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    “Se o Brasil ocupasse a atual área de 158 milhões de hectares com o nível tecnológico praticado pelos 15% mais produtivos que responderam ao questionário do ‘Rally da Pecuária’ nas últimas quatro edições, o País seria responsável pelo total de carne bovina produzida em todo o mundo”reforça o diretor da Athenagro.

    Um rali com maior alcance – Nesta 11. , nutrição e terminação, reprodução e estratégias de saúde.

    Infraestrutura e adequação também foram dimensionadas por tomada de crédito e capacidade de investimento. Os técnicos levaram informações aos produtores e técnicos de campo. Foram 14 eventos e oficinas regionais atingindo um público total de 800 profissionais e produtores da pecuária, além de diversos técnicos da cadeia produtiva, ampliando a abrangência da expedição.

    Fonte: Portal DBO