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Produtividade cresce 87,2% entre produtores que integram Rally da Pecuária em doze anos

Os pecuaristas que fazem parte do público da Rali Gado 2022/23 registrou crescimento de produtividade de 5,4% ao ano nos últimos doze anos, considerando o ciclo completo – que inclui desde a produção de bezerros até a terminação. No Brasil, no mesmo período, a produtividade da pecuária cresceu a uma taxa anual de 2,9%. Em 2011, na primeira edição da expedição, a produtividade verificada em campo pelos técnicos do Rally foi de 6,88 arrobas por hectare/ano e, no Brasil, de 3,38 arrobas por hectare/ano.

Ao fechar os números de 2023, a produtividade dos pecuaristas amostrados pelo Rally foi 87,2% superior à edição de 2011, chegando a 12,88 arrobas por hectare/ano, enquanto no país cresceu 41%, para 4,77 arrobas por hectare/ano ano .

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De acordo com Mauricio Palma Nogueira, diretor da Athenagroorganizadora do Rally da Pecuária, há uma clara diferença nos resultados de produtividade de acordo com o uso da tecnologia nas propriedades amostradas.

“Os pecuaristas que operam em níveis mais elevados de produtividade conseguem obter maior renda por hectare. Por terem melhores condições, tendem a crescer acima da média, concentrando o movimento nas vendas de produtos pecuários”, reforça. Ele explica que 18% dos entrevistados durante a expedição foram responsáveis ​​por 57% das vendas.

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“Quando esses números são apresentados, muitas vezes se questiona se essa concentração se deve ao porte dos maiores produtores entrevistados durante o Rally. Porém, esse público – 18% dos produtores – ocupa 8,5% da área disponível para produção”, lembra Nogueira.

Com cerca de 20% do rebanho brasileiro operando de forma praticamente extrativista e imprevisível do ponto de vista comercial, o desafio no planejamento de políticas públicas e privadas acaba sendo maior, tendo em vista o risco que a movimentação desse rebanho pode trazer para o mercado.

É o caso do controle de fornecedores indiretos, tema discutido em todas as esferas relacionadas à produção de carne bovina. Devido ao formato proposto para o controle, os animais provenientes desses sistemas podem acabar contaminando a movimentação de propriedades que primam pela regularidade, conforme exigido.

Outro impacto que pode ser explicado a partir desse perfil é o aumento da oferta em determinados horários, impactando negativamente os preços em proporções maiores do que o esperado.

Ainda de acordo com os organizadores, o Rally da Pecuária vem reunindo esforços para esclarecer a questão do balanço de carbono na linguagem dos produtores. Nogueira lembra que o debate sobre o assunto, na maioria das vezes conduzido por profissionais com pouco conhecimento agronômico, acabou deixando de lado os conhecimentos básicos. “Retirar maior quantidade de carbono, além de emitir menos, representa aumento de produtividade e redução de desperdícios”, lembra Nogueira. Em termos de informação, a expedição se esforçou para esclarecer o benefício de práticas culturais adequadas no manejo das pastagens.

O coordenador do Rally considera que recuperar um pasto é melhor do que reformá-lo, se levarmos em conta o uso de combustíveis fósseis. “A reforma exige um grande número de operações com maior consumo de combustível. Operações que revolvem o solo, como a gradagem, demandam mais horas de trabalho e aumentam a emissão de carbono pela queima de matéria orgânica. Tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental, a melhor estratégia para as pastagens não integradas às lavouras é evitar que sejam perturbadas”, diz Nogueira.

Preços e exportações

O Rally da Pecuária 2022/23 termina em um momento de pessimismo em relação aos preços de mercado. Os preços médios nacionais do boi gordo estão 19,5% abaixo dos praticados no mesmo período de 2022. Os resultados só não são piores porque houve quedas nos preços de fertilizantes e rações concentradas, o que só favorece a pecuária com maior aporte tecnológico.

Após o excelente resultado de 2022, as exportações de carne bovina estão abaixo do esperado. De janeiro a junho, a quantidade exportada foi 3,75% menor que no mesmo período do ano anterior. O faturamento, porém, recuou 21,4% na mesma comparação.

Mesmo diante de um momento desfavorável, a pecuária brasileira deve viver bons momentos no futuro, em função da enorme competitividade das diversas combinações de sistemas de produção em ambiente tropical.

“Se o Brasil ocupasse a atual área de 158 milhões de hectares com o nível tecnológico praticado pelos 15% mais produtivos que responderam ao questionário do Rally da Pecuária nas últimas quatro edições, o país sozinho seria responsável pelo volume total de carne bovina produzida no todo o país. mundo”, enfatiza Nogueira.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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