O Ministério Público de Minas Gerais lançou, nesta quinta-feira (07), uma operação para desmantelar uma quadrilha especializada em roubo de gado.
Batizada de ‘Carcará’, a operação, que contou com o apoio da Polícia Militar, prendeu seis pessoas: em Três Corações (MG); Carmo da Cahoeira (MG); Nazaré Paulista (SP); e Bom Jesus dos Perdões (SP). Oito mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
Um veículo foi apreendido e os animais recuperados.
Segundo o MP, a quadrilha praticava roubos e furtos de gado em Minas Gerais e São Paulo. Utilizaram rádios comunicadores e caminhões baús, que foram “escoltados” por carros alugados para evitar a aproximação da polícia.
As autoridEstima-se que os criminosos causaram um prejuízo de R$ 1 milhão somente em cidades do interior paulista, onde foram levadas 500 cabeças de gado e máquinas agrícolas. Em Minas foram furtadas 185 cabeças de gado, material de montaria e ferramentas nas cidades de Itaguara, Santo Antônio do Amparo, Bom Sucesso e Minduri. O prejuízo total ainda não foi estipulado.
Em Minas Gerais roubaram 200 cabeças de gado, material de montagem e ferramentas.
A operação, que contou com o apoio de policiais militares mineiros e de São Paulo, foi fruto de uma investigação iniciada pela Promotoria de Cruzília, no Sul de Minas. Informações davam conta que, no município, uma organização criminosa foi criada, estruturada e aperfeiçoada com a finalidade de lucrar com comércio de animais furtados de produtores rurais.
“As diligências empreendidas resultaram na identificação de indivíduos que residiam na zona rural de municípios próximos de onde os furtos vinham ocorrendo, sendo que os investigados possuíam vínculos com outros agentes de cidades vizinhas, bem como integrantes residentes no estado de São Paulo”, detalha o MPMG.
Bastante organizada, a quadrilha contava com vários integrantes que utilizavam radiocomunicadores e se distribuíam nos imóveis rurais antes, durante e depois dos crimes. Para transportar os animais sem levantar suspeita, eles utilizavam caminhões do tipo baú, que não costuma ser usado para este tipo de carga, que eram adaptados para levar o gado.
“Para a logística do empreendimento, veículos eram alugados em locadoras e serviam de ‘batedores’, a fim de verificar a presença de policiais durante o trajeto, ou mesmo de movimentação pessoas que indicasse possível obstáculo à efetivação dos crimes”, completa o órgão estadual.
Os criminosos também alugaram um imóvel rural na cidade de Carmo da Cachoeira, na mesma região, onde o gado e outros materiais furtados eram depositados para, posteriormente, serem levados para São Paulo. Nesta quinta, foram cumpridos sete mandados de prisão e de busca e apreensão nas cidades de Três Corações, Carmo da Cachoeira e na capital paulista.
Até o último balanço do MPMG, seis pessoas tinham sido presas e foram apreendidos um veículo adaptado para transporte de gado, dois celulares e carnes, que estavam armazenadas em freezers.
Venda de pássaros silvestres
Para além do comércio de gado furtado ou roubado, os criminosos também utilizavam a propriedade rural para capturar pássaros silvestres, que eram vendidos para garantir renda ao grupo.
As aves eram transportadas aos montes, em pequenas embalagens de papelão, desprovidas de alimentação, água e ventilação. Foram apreendidos no local sete pássaros trinca-ferro não anilhados, um trinca-ferro com anilha e duas gaiolas que eram utilizadas na captura dos animais.
