Pular para o conteúdo

Ciclo do boi gordo: impactos e perspectivas

Perspectivas Econômicas e Pecuárias para 2023

O Impacto das Projeções Econômicas no Mercado Pecuário

Comentários sobre a China e o Mercado Doméstico

Para começar o ano analisando as perspectivas para a pecuária e o preço da carne, é fundamental entender as influências econômicas por trás dessas tendências. Com revisões nas projeções de inflação e taxa de juros, vemos uma pressão que desestimula o consumo de carne bovina, afetando o orçamento familiar. Nesse cenário, a China se destaca como um grande mercado consumidor, influenciando significativamente as exportações brasileiras. No entanto, mesmo com a retomada econômica chinesa, espera-se que o crescimento das importações de carne se mantenha estável, sem grandes aumentos em relação ao ano anterior. Além disso, fatores como a oferta de fêmeas disponíveis para reprodução e o preço do boi gordo também desempenham um papel crucial nas perspectivas para 2023. Com a compreensão dessas tendências econômicas, podemos antecipar os desafios e oportunidades que aguardam o setor pecuário nos próximos meses.

Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?



Sumário

Sumário

1. Perspectivas para a Pecuária e Preço da Carne

1.1 Impacto da Economia

1.2 Tendências na China

1.3 Mercado Doméstico Brasileiro

1.4 Ciclo Pecuário

2. Oferta de Bezerros e Preço do Boi Gordo

2.1 Retenção de Fêmeas e Impacto na Produção de Bezerros

2.2 Influência no Preço da Carne no Varejo



Leonidas Santana_Guettyimages

Patrocinadores

Produtor mantém um bom estoque de fêmeas quando preço do bezerro sobre

Patrocinadores

Para começar o nosso ano, nada melhor do que falar de perspectivas para a pecuária e também para o preço da carne ao consumidor. Então, vamos partir da economia. Se a gente pegar o Boletim Focus ele tem revisado as projeções,  tanto de inflação quanto de taxa de juros, inclusive os juros futuros têm estado mais pressionados para cima. Isso acarreta dois pontos negativos para o produtor. O primeiro é que inflação pressionada acaba desestimulando o consumo de carne bovina.  Por quê?  Porque mesmo a carne não subindo, com tudo mais pressionado, acaba sobrando menos espaço dentro do orçamento familiar e é muito fácil substituir a carne bovina por carne de frango, ovos, carne suína e etc.

O segundo ponto é própria taxa de juros, que já impacta, porque as projeções futuras já entram nos financiamentos atuais que devem sair no próximo Plano Safra. E juros mais altos acarretam taxas mais altas, tanto para giro quanto para investimento. Então é importante a gente observar esse ponto. Pode ter algum subsídio apresentado no Plano Safra? Talvez, mas pode ser para só um tipo de segmento de produtores. E mesmo assim, no orçamento que foi apresentado até agora parece não haver espaço fiscal para que se ofereça subsídios para financiamento agropecuário. Então vamos aguardar, mas até o momento parece que isso não vai acontecer, não há espaço fiscal para isso. Não está contemplado no orçamento do governo ter algum espaço para subsídio, para as taxas de juros agropecuários.

LEIA MAIS: Brasil faz recorde na exportação de carne, mas preço do boi cai em 2022

Dito isso, vamos entender estas tendências para o ano. Em primeiro lugar, a China, que tem sido muito falada. Apesar das exportações brasileiras levarem apenas, entre aspas – é bastante, mas a impressão que fica às vezes é de que é muito mais – as exportações brasileiras levam aproximadamente 25% a 30% da produção. Sendo que a China, dentro desse desses 30%, leva mais ou menos metade, às vezes um pouco mais. Houve mês no ano passado que a China levou quase 20% da produção brasileira. Ou seja, os 10% restantes eram de todo o resto. Por isso é importante a gente entender para onde vai a China.

Apesar de a China estar saindo da sua política de Covid zero, de estar liberando uma retomada da circulação de pessoas e isso deve reforçar uma atividade econômica, a China, mesmo com a política de Covid zero, importou muito no ano passado. O crescimento da China chamou muito a atenção, foi muito exuberante. Isso traz pra gente que, mesmo com a política de Covid zero, a China já cresceu muito em consumo de carne no ano passado, em importação de carne no Brasil. Neste ano, não espera grandes impactos porque já cresceu muito.

Então, (o mercado) deve se manter acelerado, mas com dificuldade de ter uma taxa de crescimento muito acima da média. A gente espera que a China desempenhe bem, mas talvez até um pouquinho pior do ano passado, mas não muito. Não estou falando de pior (como queda), mas no sentido de manutenção num patamar, de dificuldade de crescer muito mais do que já cresceu até agora. Porque, de fato, foi exuberante e um desempenho muito bom. Esse é um ponto importante a se tratar a respeito da China. Já tem bastante espaço liberado para esse mercado e fica difícil liberar ainda mais daqui para frente, mesmo com a retomada do comércio porque a China não brecou o seu consumo de carne bovina. Isso, para vocês entenderem o que aconteceu no mercado, no ano passado.

Sobre o mercado doméstico brasileiro, acabamos de falar. A gente vai ter um pouquinho de dificuldade pela pressão inflacionária, que se mostra pelo Boletim Focus, do Banco Central. Isso traz um pouquinho de preocupação e acho que um terceiro ponto importante da gente falar é sobre a oferta. Já falei em outro espaço desta coluna, que nós estamos passando pela fase de baixa do ciclo pecuário, mas vou fazer uma breve recapitulação.

LEIA MAIS: Qual o tamanho do risco chinês para a pecuária brasileira?

O que é o ciclo pecuário? É uma retroalimentação direcionada pelos preços do boi gordo que estimula ou desestimula o produtor a produzir. E a gente tem de lembrar que boi não é igual a grãos, que todo ano tem safra. Boi demora para ser produzido. A gente tem um boi que é abatido no Brasil, em média, com 34 a 36 meses de idade. Então, o processo de aumento produtivo, se ele está acontecendo hoje, ele vai ser sentido daqui dois três anos. Vai demorar um pouquinho para a gente sentir os efeitos disso.

Então, vou fazer uma breve recapitulação para vocês entenderem o que eu quero dizer. Em anos de baixa, de preços em baixa em que a margem do produtor está pressionada, está dificultada, ele se sente desestimulado a produzir. E ele faz o quê? Ele sente menos necessidade de manter as fêmeas na propriedade – o preço do bezerro não tá valendo muita coisa. Então, ele usa o abate de fêmeas, que majoritariamente servem à reprodução, como tentativa de manter o seu caixa, porque o bovino tem uma liquidez muito interessante frente a outros ativos e outras commodities. Então, pegue o que aconteceu (nos anos) 2016, 2017, 2018. (Os anos) de 2017 e 2018 foram emblemáticos.

Vocês devem se lembrar que em 2017 a gente viu aí a Operação Carne Fraca, o “Joesley day”, que foram eventos que levaram a arroba do boi para baixo e ainda era uma fase de baixa. Então, o preço do boi, naquele ano, caiu mais ou menos 25%. E o produtor tinha comprado o bezerro caro, em 2015. Aquilo trouxe um efeito deletério para as margens e ele se sentiu desestimulado, precisava fazer caixa, “e fui vendendo tudo, vou vender tudo, inclusive minhas fêmeas”. Quando se vende essas fêmeas para os frigoríficos, o que acontece é que diminui a disponibilidade de ventres livres para produção de bezerros. Então, basicamente, na sequência – e essa sequência demora mais ou menos uns três anos para acontecer – a gente vai visualizar a falta desses bezerros e a falta dos animais terminados que seriam formados por esses bezerros. Justamente o que foi 2020 e 2021.

Então em 2020 2021, a gente sentiu falta daqueles animais que deveriam ter vindo das fêmeas abatidas em 2017 durante a crise. Só que em 2020 e 2021, como os preços estavam subindo, exuberantes e chamando muita atenção em manchete de jornal falando do preço da carne etc, a gente visualizou o pecuarista retendo essas fêmeas, voltando a se interessar por essas fêmeas. E agora eles aumentaram, a classe produtora aumentou a capacidade produtiva.

E o que está acontecendo agora? O preço do boi gordo está justamente caindo, variando abaixo da inflação; está difícil pagar as contas novamente e nós estamos vivenciando um ano de fase de baixa. Então, em 2022, o que nós visualizamos foi um ano assim de baixa, pressionado, em que o bezerro sofreu muito. A gente viu o valor nominal do bezerro cair, ficar bem largado como a gente diz no jargão do mercado. Esse bezerro, ele tem que virar alguma coisa, né? Ele não é abatido, esse bezerro é passado para frente e agora ele começa a aparecer como animal terminado.

Ou seja, tem oferta para aparecer em 2023, o que deve manter o preço do boi gordo pressionado, grande risco de preços que deve pairar sobre a cabeça do produtor ao longo do ano e a carne bovina no varejo deve se manter controlada. Ela não vai apresentar risco inflacionário. O risco de inflação não vai advir da questão da carne, como aconteceu no ano retrasado, em 2020. Então, nós não vamos visualizar uma pressão inflacionária advinda, que chegue por conta de uma influência da carne na cesta básica, da participação da carne cesta básica. Isso é importante vocês entenderem que a carne não deve se manter pressionada no varejo, muito pelo contrário, deve manter o seu preço porque o valor da matéria-prima baixou. Mesmo com as exportações em alta, ela baixou.

Fica esse desafio para o produtor que, ao mesmo tempo em que vai vivenciar um momento amargo com o boi gordo, com a comercialização do gordo, muito possivelmente vai visualizar, ou já está visualizando, uma grande oportunidade de comprar reposição de prazo longo de terminação, como vacas prenhes, matrizes e bezerros, para entrega, mais ou menos, ali em 2025. Essa produção será terminada em 2025, quando a gente, muito possivelmente, vai retomar a fase de alta do boi gordo. Quem conseguir comprar mais gado agora e lotar mais a sua fazenda com esse gado mais barato, vai ter um estoque de arrobas maior para vender lá na frente.

* Lygia Pimentel é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

Perspectivas para a Pecuária e o Preço da Carne em 2022

Para começar este ano, nada melhor do que falar sobre as perspectivas para a pecuária e o preço da carne ao consumidor. Vamos analisar as projeções econômicas e como elas afetam diretamente o setor pecuário. Além disso, vamos discutir questões relacionadas à demanda interna e externa, considerando fatores como inflação, taxa de juros e perspectivas de mercado.

Economia: Atualmente, as projeções para inflação e taxa de juros têm sido revisadas para cima, o que impacta negativamente o setor pecuário. A inflação pressionada desestimula o consumo de carne bovina, pois, mesmo que o preço da carne permaneça estável, o orçamento familiar é reduzido devido à pressão inflacionária. Isso leva as famílias a buscar alternativas mais acessíveis, como frango, ovos e carne suína.

Além disso, as projeções de taxa de juros mais altas afetam os financiamentos atuais e futuros para o setor agropecuário, dificultando tanto o capital de giro quanto os investimentos. A expectativa é de que o próximo Plano Safra sofra esse impacto, com dificuldades para oferecer subsídios devido à falta de espaço fiscal no orçamento do governo.

Exportações para a China: A China é um dos principais mercados para as exportações brasileiras de carne bovina, representando aproximadamente 25% a 30% da produção. Apesar de a China estar saindo da política de Covid zero e retomando sua atividade econômica, as expectativas são de que o crescimento das exportações para este mercado se mantenha acelerado, porém com dificuldade de superar os índices exuberantes do ano anterior.

Mercado Doméstico: No mercado interno, os desafios se apresentam devido à pressão inflacionária, o que gera preocupações para o consumo de carne bovina. Além disso, a fase de baixa do ciclo pecuário também impacta a oferta, pois produtores desestimulados pela baixa rentabilidade acabam reduzindo o estoque de fêmeas e afetando a disponibilidade de ventres para a produção de bezerros.

Ciclo Pecuário: O ciclo pecuário é influenciado pelos preços do boi gordo, estimulando ou desestimulando o produtor a produzir. Em anos de baixa, os produtores tendem a reduzir a manutenção de fêmeas na propriedade devido à baixa rentabilidade, o que impacta a disponibilidade de ventres para a produção de bezerros.

Essas tendências influenciam diretamente o mercado da carne bovina, tanto para exportações quanto para o mercado interno. Diante do cenário econômico e das perspectivas para a demanda e oferta, é importante que os produtores estejam atentos às mudanças e busquem estratégias para mitigar os impactos negativos, mantendo a rentabilidade e a sustentabilidade do setor agropecuário.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Para atingir uma pontuação perfeita nos testes de SEO, é importante seguir algumas regras básicas. A otimização de palavras-chave, a qualidade do conteúdo, a utilização de links internos e externos, a velocidade de carregamento da página e a experiência do usuário são alguns dos fatores que devem ser considerados para alcançar um score de 100.

Além disso, é fundamental garantir que as meta tags, os títulos e as descrições estejam otimizados, que as imagens tenham atributos alt e que a estrutura do site seja amigável para os mecanismos de busca. A utilização de um plugin de SEO, como o Rank Math, pode ajudar a monitorar e a aprimorar esses aspectos, facilitando a obtenção de uma pontuação elevada nos testes de SEO.

Em conclusão, seguir as regras de SEO, como as mencionadas acima, é essencial para garantir que um site seja bem classificado nos mecanismos de busca e, consequentemente, obtenha mais tráfego e visibilidade. Portanto, ao investir tempo e esforço na otimização do site, os proprietários podem colher os frutos de um melhor desempenho online.

## Perguntas e respostas sobre SEO

### Qual é a importância da otimização de palavras-chave?

A otimização de palavras-chave é fundamental para garantir que o conteúdo do site seja facilmente encontrado pelos mecanismos de busca, aumentando a visibilidade e o tráfego orgânico.

### Como a velocidade de carregamento da página impacta o SEO?

A velocidade de carregamento da página é um fator de classificação importante para os mecanismos de busca, pois influencia a experiência do usuário e a taxa de rejeição.

#### Por que a qualidade do conteúdo é crucial para o SEO?

A qualidade do conteúdo é essencial para atrair e engajar os usuários, além de contribuir para a autoridade e relevância do site, aspectos valorizados pelos mecanismos de busca.

##### Qual é o papel dos links internos e externos na estratégia de SEO?

Os links internos e externos ajudam a estabelecer a arquitetura do site, a autoridade de domínio e a relevância do conteúdo, fatores importantes para o SEO e a classificação nos mecanismos de busca.

###### Por que a experiência do usuário é um aspecto crucial para o SEO?

Uma boa experiência do usuário não apenas melhora a classificação nos mecanismos de busca, mas também aumenta a retenção de usuários, a taxa de conversão e a satisfação geral com o site.

Leonidas Santana_GuettyimagesProdutor mantém um bom estoque de fêmeas quando preço do bezerro sobre.

Verifique a Fonte Aqui

Autor