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Pesquisadores desenvolvem cultivar de azevém mais produtiva

A produtividade de folhas da nova cultivar é até 20% maior em relação às tradicionais da mesma espécie.

Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma nova cultivar de azevém (Lolium multiflorum Lam.) com produtividade foliar até 20% maior em relação ao azevém tradicional da mesma espécie. Este é um avanço importante, uma vez que esta gramínea é amplamente utilizada na alimentação do gado leiteiro, principalmente na Região Sul. Em produtividade de forragem, o material recém-desenvolvido gerou 2% a mais que as cultivares BRS Ponteio e Fepagro, dois importantes materiais de azevém atualmente no mercado. Batizada de BRS Estações, a nova cultivar esteve entre as mais produtivas em experimentos realizados no Paraná.

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Com lançamento previsto para 29 de agosto, a BRS Estações tem um longo ciclo de produção, que vai até novembro, segundo a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Andréa Mittelmann. “Isso possibilita prolongar o pastejo, ajudando a lidar com o vazio forrageiro da primavera”, destaca o pesquisador, detalhando que a cultivar tem altura média a baixa, com folhas largas e longas e inflorescência densa, com elevado número de espiguetas por orelha.

Lançamento na Expointer

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BRS Estações, nova cultivar de azevém da Embrapa, será lançada no dia 1º de setembro, durante a Expointer, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

A cultivar foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento do Azevém da Embrapa, que integra as Unidades Embrapa Clima Temperado e Embrapa Gado de Leite, com a participação das Unidades Embrapa Pecuária Sul e Embrapa Trigo. O desenvolvimento ocorreu no âmbito do convênio da Embrapa com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com a Associação Sul-Brasileira de Promoção e Pesquisa de Plantas Forrageiras (Sulpasto).

Confira o vídeo aqui

“Por ser proveniente de populações adaptadas à região sul do Brasil, a planta apresenta boa adaptação e sanidade, além de ter alta produtividade forrageira, com excelente qualidade, devido ao florescimento tardio e à excelente relação folha/caule”, relata o pesquisador da Embrapa Clima Temperado Fernanda Bortolini. A pesquisadora destaca a produtividade das sementes, pois possuem espigas densas e capacidade de ressemeadura natural. O analista da Embrapa Sérgio Bender diz que a nova cultivar se destaca, principalmente, pela boa produtividade das folhas, o que confere mais qualidade ao pastejo.

Esta é a terceira cultivar de azevém desenvolvida pela Embrapa. O primeiro, o BRS Ponteio, aconteceu há uma década e foi considerado um sucesso pelo setor, com produtividade 7% superior aos concorrentes da época. O segundo, BRS Integração, lançado em 2017, tem ciclo mais curto (20 dias a menos), produz 5% a mais que o BRS Ponteio e se adapta bem aos sistemas Integrados Lavoura Pecuária (ILP).

As plantas são consideradas aptas ao pastejo quando atingem 18 centímetros de altura, segundo Carlos Eduardo da Silva Cardoso, professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que especificou os protocolos de manejo. Para que ocorra o acúmulo máximo de folhas vivas, o intervalo entre os cortes deve corresponder ao tempo necessário para a expansão completa de duas novas folhas: em torno de 30 dias ou 300 graus-dia (cálculo da soma térmica em graus-dia “GD” realizada a partir da temperatura média do ar subtraída da temperatura base) durante o período vegetativo e em torno de 20 dias ou 230 graus-dia durante o período reprodutivo. “Para ter uma alta colheita de folhas vivas, após cada pastejo, as plantas devem ser abaixadas até atingirem metade da altura inicial”, recomenda o professor. O aparecimento das flores ocorre em meados de outubro, com produção de sementes suficiente para ressemeadura natural, formando uma nova pastagem de azevém na mesma área no ano seguinte.

Nova cultivar de azevém BRS Estações é uma opção para reduzir vazios de forragem

forrageadora de inverno

O azevém é uma espécie forrageira de grande importância para a região sul do Brasil e, desde que irrigada, também pode ser cultivada em algumas localidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Uma das principais forrageiras de inverno cultivadas no Brasil, esta gramínea resiste bem a baixas temperaturas. Importante banco de proteína para bovinos na entressafra, a suplementação com apenas duas horas de pastejo em campo cultivado com azevém é capaz de garantir a produção diária de cerca de dez litros de leite por vaca, reduzindo a necessidade de concentrado e, consequentemente, custos de produção.

O capim se adapta bem às condições climáticas do Centro-Sul do Brasil, onde, no inverno, as temperaturas são amenas. Uma limitação, no entanto, é a necessidade de água. Requer uso contínuo de irrigação. Como cultura anual, adequada ao outono/inverno, o azevém não compete com outras culturas. A grama pode ser plantada nas mesmas áreas usadas para o cultivo de milho ou arroz. O plantio ocorre em meados de março e final de abril, quando as áreas de cultivo de verão já estão desocupadas.

A forragem possui sementes pequenas, do tamanho de um grão de arroz, e pode ser semeada em fileiras ou por lingotamento. Também é possível semear com o solo preparado de forma convencional ou semeado em áreas de campo nativo ou pastagens de verão cultivadas.

como comprar sementes

Os produtores interessados ​​poderão obter as sementes da cultivar BRS Estações a partir da próxima safra (2022/2022). Os licenciados para comercialização do produto estão vinculados à Sulpasto. Na página da Embrapa é possível acessar o contato dos semeadores BRS Estações. Ou, o produto pode ser adquirido diretamente através dos contatos:

Andreola & Cia Ltda

Rua Henrique Scarpellini, 2077 – zona industrial

CEP 98270-000

pejuçara RS

telefone: (55) 3377-1363

o email: [email protected]

gerenciamento recomendado

As recomendações de gestão para a BRS Estações foram desenvolvidas pela Embrapa, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O professor do Departamento de Fitotecnia da UFPel Carlos Eduardo da Silva Pedroso lista os seguintes cuidados no cultivo:

– Densidade de semeadura: 20 kg por hectare (kg/ha) de sementes puras viáveis ​​na semeadura em linha e 25 kg na semeadura a lanço;

– Correção do solo: solo corrigido para acidez e fertilidade, de acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo;

– Adubação nitrogenada: 20 a 30 kg de nitrogênio (N)/ha na base e 150 kg/ha na cobertura, divididos ao longo do ciclo, com a primeira dose no momento em que as plantas estiverem com três a quatro folhas.



Fonte: Noticias Agricolas

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