Os especuladores realizaram uma de suas maiores vendas semanais no milho negociado em Chicago na semana passada, uma vez que uma forte safra brasileira, um ritmo eficiente de plantio nos EUA e uma fraca demanda de exportação dos EUA levaram os futuros a mínimas de nove meses. Na semana encerrada em 2 de maio, os gestores de ativos aumentaram sua posição vendida líquida em futuros e opções de milho CBOT para 118.146 contratos, de 15.297 na semana anterior, estabelecendo sua posição de milho mais pessimista desde agosto de 2020.
Isso marcou a terceira maior venda semanal de milho do fundo já registrada e apenas a quarta semana desde 2006 em que as vendas líquidas de milho ultrapassaram 100.000 contratos. A maior semana de vendas de todos os tempos ocorreu apenas nove semanas antes, quando os fundos reduziram suas compras líquidas de milho em mais de 147.000 contratos.
Os novos shorts foram responsáveis por quase dois terços das vendas da semana passada entre os gerentes de dinheiro. Os traders do índice aumentaram as posições totais no milho CBOT em 8% até 2 de maio, atingindo os níveis mais altos desde julho.
Os contratos futuros de milho CBOT mais ativos caíram 4,6% na semana encerrada em 2 de maio, embora os futuros tenham atingido outra baixa de nove meses em 3 de maio, antes de se recuperarem quase 3% nas últimas três sessões.
O movimento de alta ocorreu apesar da notícia de quinta-feira de que as vendas de exportação de milho dos EUA na semana anterior estavam em níveis recordes depois que a China cancelou os embarques. As preocupações com as exportações ucranianas e a força do trigo também ajudaram os futuros de milho a se livrar da fraca demanda dos EUA.
TRIGO
O trigo e a soja de Chicago atingiram mínimas notáveis em 3 de maio, com o trigo e a soja mais ativos caindo para os níveis mais baixos desde 1º de abril de 2021 e 28 de outubro de 2022, respectivamente.
A CBOT Wheat caiu 6,7% na semana encerrada em 2 de maio, e as vendas líquidas dos gestores de ativos expandiram para 126.324 contratos futuros e de opções, a maior desde janeiro de 2018. Isso foi predominantemente baseado em novas vendas brutas e se compara a uma venda líquida de 113.012 contratos uma semana antes.
Algumas dessas posições vendidas já podem ter acabado, já que os contratos futuros subiram mais de 8% entre quarta e sexta-feira devido a preocupações com o acordo de grãos do Mar Negro e a disposição da Rússia em cooperar. Os embarques da Ucrânia diminuíram e nenhum novo navio foi autorizado na sexta-feira para partidas futuras.
Os contratos futuros de trigo de Kansas City também sofreram pesadas perdas na semana encerrada em 2 de maio, incluindo a impressão do menor nível desde outubro de 2021 no final do período. Os gerentes de dinheiro registraram uma venda líquida suave em futuros e opções de trigo KC de 5.464 contratos em relação ao longo líquido da semana anterior de 7.371.
Eles também definiram sua visão mais pessimista sobre o trigo de Minneapolis desde setembro de 2020, aumentando suas vendas líquidas para 8.206 contratos futuros e de opções, de 3.410 na semana anterior. No entanto, o trigo de julho de Minneapolis subiu 8% nas últimas três sessões, enquanto os futuros do KC saltaram mais de 12%.
COMPLEXO SOJA
Nas duas semanas encerradas em 2 de maio, as vendas combinadas de fundos em soja CBOT, farelo de soja e óleo de soja foram as duas semanas mais fortes desde dezembro de 2019, mas o sentimento do investidor em feijão e farelo permanece moderadamente otimista.
Os gestores de recursos evitaram apostas pessimistas na soja CBOT durante grande parte dos últimos três anos, embora as vendas na semana encerrada em 2 de maio tenham sido impulsionadas por novas vendas a descoberto, a maior para qualquer semana desde fevereiro de 2020. A venda líquida de fundos caiu para 56.373 futuros e contratos de opções de 87.208 na semana anterior, marcando sua posição de feijão menos otimista desde dezembro de 2021.
Os futuros mais ativos de soja e óleo de soja caíram uma fração na semana encerrada em 2 de maio, enquanto o farelo de soja caiu 1,6%. Os gestores de recursos continuaram sua sequência de vendas no óleo de soja, expandindo suas vendas líquidas em mais de 4.000, para 23.734 contratos futuros e de opções, o maior volume desde agosto de 2019.
As vendas líquidas de gerentes de dinheiro em farelo de soja CBOT foram as mais pesadas em qualquer semana desde março de 2017, mas eles removeram longos brutos a uma taxa recorde até 2 de maio, abaixo dos 86.373 na semana anterior.
Os futuros do farelo de soja caíram uma fração entre quarta e sexta-feira, incluindo uma queda na quinta-feira para o nível mais baixo desde 1º de dezembro de 2022. de atingir mínimas de dois anos no final de abril, e a soja ganhou 1,8%.
Karen Braun é analista de mercado da Reuters.*
