Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Rio Grande do Sul em 2023/24 foi estimada nesta terça-feira em 22,44 milhões de toneladas, um aumento de 73% em relação ao ciclo anterior, quando a seca afetou o rendimento das lavouras. O Rio Grande do Sul, apontou levantamento da Emater sobre a produção de verão no estado.
As lavouras do estado, um dos maiores produtores de soja do Brasil, deverão produzir mais por hectare devido ao retorno do fenômeno climático El Niño, que costuma trazer precipitações mais abundantes para o sul do Brasil.
A área plantada com soja no Rio Grande do Sul em 2023/24 foi estimada em 6,7 milhões de hectares, um aumento de 1,3% em relação ao ciclo anterior.
O Rio Grande do Sul é visto como um fator importante para impulsionar a safra do Brasil, maior produtor e exportador mundial de soja, já que o El Niño tende a trazer chuvas irregulares ou períodos de seca para áreas do norte do país.
“Teremos um El Niño moderado a forte, ou talvez superforte… este ano será melhor para o Rio Grande do Sul, com o El Niño a condição hídrica do estado vai melhorar”, disse o meteorologista Flávio Varone, presente na divulgação de números durante a feira agrícola Expointer.
Ele lembrou que a recuperação da colheita deverá ocorrer após o Rio Grande do Sul ter sofrido três anos consecutivos com a seca. “Tivemos três primaveras muito secas e dois verões quentes e secos. Olhando para todo o histórico, isso nunca aconteceu”, destacou, citando os efeitos do La Niña, que esteve presente na última temporada.
A Emater estima que o Estado terá capacidade para produzir 6,06 milhões de toneladas de milho em 2023/24, um aumento de 53,2% em relação ao ciclo anterior.
O Estado, quando beneficiado pelas chuvas, tem potencial para ser o principal produtor de milho verão do Brasil.
A empresa que presta serviços ao governo do estado estimou a área plantada com milho no Rio Grande do Sul em 2023/24 em 817,5 mil hectares, queda de 0,7% em relação ao ciclo anterior, com base em levantamento que envolveu quase 100% dos municípios produtores .
Tal como acontece com a soja, a produção de milho também deverá apresentar forte recuperação devido ao aumento esperado no rendimento médio das culturas.
As lavouras de milho do Rio Grande do Sul já estão em processo de plantio, enquanto no caso da soja a semeadura começa mais tarde.
Segundo o meteorologista, o Estado terá um setembro com chuvas acima da média na maioria dos municípios, enquanto outubro deverá ter chuvas dentro da normalidade. Em novembro volta a chover abundantemente, principalmente na fronteira oeste.
Caso as chuvas prevejam beneficiar a safra de verão, poderão trazer prejuízos para a safra de inverno, já que as obras estão em fase de finalização, o que poderá atrasar o plantio de verão.
“Haverá muita umidade no final da colheita de inverno. E possivelmente atrasará o plantio de verão, por causa dessa chuva.”
A produção de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, foi estimada em 7,5 milhões de toneladas, um aumento de 4,19% em relação ao ciclo anterior, segundo a Emater.
Isso acontecerá com um aumento de 7,4% na área plantada, afirmou a Emater, para 902,4 mil hectares.
(Reportagem de Roberto Samora)
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