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Pecuaristas brasileiros buscam leite carbono zero

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    A introdução cativante e profissional em HTML h2,h3,h4 seria a seguinte:

    A Evolução e Sustentabilidade da Pecuária no Brasil

    A Importância do Desenvolvimento Sustentável na Produção de Leite

    Por Julio Huber

    A história da pecuária no Brasil começou há quase 500 anos, no ano de 1532, quando Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras 32 cabeças de gado ibérico ao país. Desde então, a pecuária no Brasil cresceu, evoluiu e hoje está presente em cerca de 98% dos municípios brasileiros.

    Patrocinadores

    O país produziu 34,6 bilhões de litros de leite em 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Da criação rudimentar do século 15 à produção tecnificada dos dias atuais, muita coisa mudou na pecuária brasileira. Aliar práticas sustentáveis em uma propriedade ao uso de tecnologias é uma tendência atual para quem busca aumentar a produção e agregar valor aos produtos.

    Na pecuária, fazer manejo de pastagens, manter áreas de florestas, formular uma dieta com produtos adequados e sustentáveis e utilizar genética superior são exemplos para tornar a pecuária mais eficiente e sustentável.

    Patrocinadores

    Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira conta que a pecuária pode ser divida entre a 1.0 e a 5.0. Na primeira fase, entre 10 mil AC até 1920, a atividade era essencialmente manual e arraigada em tradições locais em pequenas propriedades, com diversidade de culturas e animais. De lá para cá, muito mudou, e na pecuária 3.0 e 4.0 – que são as fases atuais – ser produz com automação e sustentabilidade, usando diferentes tecnologias.

    Nesse contexto, a produção de leite de baixo carbono, pecuária regenerativa e manejo de precisão têm ganhado cada vez mais destaque. A necessidade de preservação ambiental e de redução da emissão de gases efeito estufa fez com que pesquisadores buscassem alternativas para tornar a produção ainda mais eficiente em todos os sentidos, incluindo o ambiental.

    Diante dessa evolução da pecuária e buscando levar alternativas aos produtores, foi realizada a primeira edição do Seminário RS Carbon Free, em Esteio, no Rio Grande do Sul, no final do último mês de agosto. O evento foi promovido pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS) e pelo Sebrae/RS. O evento reuniu produtores, pesquisadores, professores, estudantes e representantes de entidades públicas e privadas.

    O pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira enfatizou a necessidade da preservação ambiental. “Nessa evolução e no aumento de produção no decorrer dos anos, foi usada muita tecnologia e insumos. Agora, vencendo essa barreira de produzir em quantidade, não basta ter o alimento, mas é preciso produzir de forma sustentável e muitas vezes regenerativa, melhorando o ambiente em que se produz. Essa é a evolução que eu considero a mais importante”, afirmou.

    Como parte desse movimento em direção à sustentabilidade na produção de leite, o Rio Grande do Sul está caminhando para instituir um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal. Essa iniciativa do Sindilat/RS, em parceria com o governo estadual, Embrapa e demais parceiros, tem como objetivo reconhecer e certificar as propriedades que adotam práticas sustentáveis e de baixa emissão de gases.

    Enquanto a pecuária leiteira impulsiona a economia e gera renda nos municípios, é fundamental garantir um equilíbrio ambiental e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O compromisso com a redução de carbono no Estado é uma das pautas que o governador Eduardo Leite está levando para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), destacando o compromisso do Rio Grande do Sul em neutralizar suas emissões até 2050.

    A pecuária sustentável é uma realidade que está se consolidando no Brasil, e o Rio Grande do Sul está à frente nesse movimento. Com iniciativas como o selo verde, o Estado busca incentivar os produtores a adotarem práticas cada vez mais eficientes e sustentáveis, garantindo um futuro promissor para a pecuária brasileira.

    Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?
    Sumário:

    Introdução

    A história da pecuária no Brasil

    A evolução da pecuária brasileira

    Práticas sustentáveis na pecuária

    Seminário RS Carbon Free

    A importância da preservação ambiental na pecuária

    O papel da Embrapa na evolução da pecuária brasileira

    O selo verde para a pecuária

    Redução de carbono e compromisso do governador

    A região Sul como líder na produção de leite

    Ações para redução de emissões de gases

    O compromisso do governador com a neutralização de emissões de carbono

    Participação do Rio Grande do Sul na COP26

    Conclusão

    Texto: Julio Huber

    A história da pecuária no Brasil começou há quase 500 anos, no ano de 1532, quando Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras 32 cabeças de gado ibérico ao país. A primeira vaca ordenhada que se tem notícia data do ano de 1641, em Recife (PE).

    Desde então, a pecuária no Brasil cresceu, evoluiu e hoje está presente em cerca de 98% dos municípios brasileiros. O país produziu 34,6 bilhões de litros de leite em 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Da criação rudimentar do século 15 à produção tecnificada dos dias atuais, muita coisa mudou na pecuária brasileira. Aliar práticas sustentáveis em uma propriedade ao uso de tecnologias é uma tendência atual para quem busca aumentar a produção e agregar valor aos produtos. Na pecuária, fazer manejo de pastagens, manter áreas de florestas, formular uma dieta com produtos adequados e sustentáveis e utilizar genética superior são exemplos para tornar uma pecuária mais eficiente e sustentável.

    Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira conta que a pecuária pode ser divida entre a 1.0 e a 5.0. Na primeira fase, entre 10 mil AC até 1920, a atividade era essencialmente manual e arraigada em tradições locais em pequenas propriedades, com diversidade de culturas e animais.

    De lá para cá, muita coisa mudou, e na pecuária 3.0 e 4.0 – que são as fases atuais – ser produz com automação e sustentabilidade, usando diferentes tecnologias. “Esse é um processo de evolução para tudo. Ela vem atrelada à tecnologia. E vimos isso no nosso dia a dia. Tínhamos uma televisão simples, hoje temos uma smart, com internet”, comparou.

    O professor enfatizou que a evolução tecnológica é importante para se produzir melhor. “Mas, uma evolução de conceito, cultural e até mesmo espiritual talvez seja mais importante. Quando passamos a produzir um alimento respeitando o meio ambiente, com baixa emissão de gases efeito estufa, temos uma história, temos valor efetivo junto com os alimentos. E isso acontece quando se produz com bons índices econômicos e ambientais”, disse Luiz Gustavo.

    E esses são temas cada vez mais em evidência nos dias atuais:  produção de leite de baixo carbono, pecuária regenerativa e manejo de precisão. A necessidade de preservação ambiental e de redução da emissão de gazes efeito estufa fez com que pesquisadores buscassem alternativas para tornar a produção ainda mais eficiente em todos os sentidos, incluindo o ambiental.

    Diante dessa evolução da pecuária e buscando levar alternativas aos produtores, foi realizada a primeira edição do Seminário RS Carbon Free, em Esteio, no Rio Grande do Sul, no final do último mês de agosto. O evento foi promovido pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS) e pelo Sebrae/RS. O evento reuniu produtores, pesquisadores, professores, estudantes e representantes de entidades públicas e privadas.

    Foto: Sindilat/RS

    Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira é um entusiata na pecuária com redução de carbono

    O pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira foi um dos palestrantes. Ele enfatizou a necessidade da preservação ambiental. “Nessa evolução e no aumento de produção no decorrer dos anos, foi usada muita tecnologia e insumos. Agora, vencendo essa barreira de produzir em quantidade, não basta ter o alimento, mas é preciso produzir de forma sustentável e muitas vezes regenerativa, melhorando o ambiente em que se produz. Essa é a evolução que eu considero a mais importante”, afirmou.

    Nesse processo evolutivo do setor, a Embrapa teve um papel importante a partir de sua criação, na década de 1970, quando novos números passaram a marcar a atividade leiteira no país. A produção, que era de 8 bilhões de litros/ano, saltou para os atuais 34,6 bilhões. A produtividade média por vaca inferior a 700 litros é hoje três vezes maior e o consumo passou de 75 para 150 litros/habitante/ano.

    “A produtividade dos animais praticamente triplicou nos últimos 20 anos, assim como os nutrientes do leite. E isso dá uma maior conversão para o leite em pó e para o queijo”, garante o secretário executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini. O dirigente do Sindicato comenta que os pecuaristas do Estado têm uma consciência ambiental e buscam constantemente por melhorias nas propriedades.

    “Se o produtor não tiver o meio ambiente a seu favor, ele certamente terá redução da produtividade. Até a falta de sombra nos pastos interfere negativamente. Se não tiver um solo produtivo, a alimentação também fica precária”, pontuou Darlan.

    “Ainda temos produtores que não adotam tecnologias sustentáveis e que não utilizam práticas adequadas, mas esse produtor vai deixar a atividade. Quem está preservando, está ficando, e vendo que é possível produzir cada vez mais. Essa mentalidade está mudando”, completa o pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira.

    Buscando mecanismos para tornar a produção de leite com cada vez mais equilíbrio ambiental, o Rio Grande do Sul caminha para instituir um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal, uma iniciativa do Sindilat/RS, juntamente com o governo do Estado, Embrapa e demais parceiros. A confirmação para a certificação aconteceu ao final da primeira edição do Seminário RS Carbon Free.

    Foto: Sindilat/RS

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    Darlan Palharini, secretário executivo do Sindilat/RS, enalteceu a criação do selo verde para a pecuária

    “Em diversas fases, muitas ações para o equilíbrio nas emissões já vêm sendo adotadas. O objetivo do selo é colocar tudo isso dentro da metodologia da Embrapa. Faremos isso em parceria com o Governo do Estado e com as entidades representativas da pecuária de corte, grãos e leite”, destacou o secretário executivo Sindilat/RS, Darlan Palharini.

    A iniciativa se alinha ao trabalho desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (SEMA), que já realiza uma tabulação de dados que permitirá determinar métricas para ações de descarbonização. De acordo com a secretária Marjorie Kauffmann, o Estado busca definir essas métricas até o final deste ano.

    Palharini enfatizou que é necessário buscar cada vez mais eficiência de produção para reduzir a emissão de gazes. “Quando se reduz a emissão de gazes, a eficiência da fazenda aumenta. Assim como as propriedades certificadas livres de tuberculose e brucelose, certificá-las como baixas em emissão de gazes dá um reconhecimento nacional e internacional e mostra o respeito ao meio ambiente”, comentou o secretário executivo.

    A região Sul do Brasil é o líder na produção de leite no país, com uma participação de 33,8%, seguido de perto pelo Sudeste com 33,6%. O Rio Grande do Sul é o 3º Estado com maior produção de leite.

    “A pecuária leiteira está presente em quase todos os municípios do Estado. O setor tem um efeito muito importante na economia. Cada R$ 1 investido é revertido em R$ 13 na economia. E diferente de muitos setores, pois essa é uma renda que fica nos municípios”, informou  Palharini.

    COMPROMISSO – A redução de carbono no Estado é o principal assunto que o governador Eduardo Leite está levando para a 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que será realizada de 1º a 5 de novembro, em Glasgow, na Escócia.

    “Assumiremos o compromisso de trabalhar para neutralizar as emissões de carbono do nosso Estado em 50% até 2030 e agir para neutralizar as nossas emissões até 2050. Esses compromissos estão em sintonia com o que o Brasil assumiu no âmbito do Acordo de Paris e tem como objetivo mobilizar entes nacionais e subnacionais, empresas e instituições, no sentido de minimizar os efeitos das emissões sobre o clima global”, afirma o governador, em vídeo divulgado nas redes sociais.

    Líderes de todo o mundo estarão reunidos na COP 26 para avaliar o que foi feito desde o Acordo de Paris, marco nas negociações sobre o clima e assinado por quase 200 países na COP21, em 2015. Assista abaixo ao vídeo divulgado pelo governador do Rio Grande do Sul.

    O secretário executivo do Sindilat/RS enalteceu a iniciativa do governo estadual em buscar mecanismos para transformar o assunto como política de Estado. “Há alguns projetos no Brasil que visam a redução da emissão de carbono, mas desconheço um Estado que abraçou essa causa. Esse passo que o Rio Grande do Sul está dando é importante porque une também a pecuária de corte e produção de grãos. Somente a com pecuária de leite, sem os produtores de grãos também preocupados com o tema, não alcançaríamos o sucesso esperado”, garantiu Darlan.

    Pesquisas acadêmicas comprovam benefícios da preservação ambiental

    Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diversos trabalhos têm sido feitos em busca de maneiras para reduzir a emissão de gazes na atmosfera pelas propriedades rurais. O professor Paulo César de Faccio Carvalho, titular do departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia da instituição, destaca o empenho acadêmico sobre o tema.

    “Nos últimos anos estamos trabalhando com uma equipe multidisciplinar em diversos fatores, como o manejo do solo, dos animais, das plantas forrageiras e com os sistemas de produção em geral. Medimos cada componente de forma bastante cientifica e publicamos trabalhos nesse sentido”, informou.

    Foto: Sindilat/RS

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    O professor Paulo César de Faccio Carvalho coordena trabalhos sobre redução das emissões de carbono na pecuária

    O professor destacou que todas as ações no sentido de reduzir as emissões de carbono, estão na mesma direção que a busca pelo aumento de produtividade e de sustentabilidade. Ele citou o pastejo rotatínuo como uma técnica usada no Rio Grande do Sul e que está se espalhando pelo país como exemplo.

    “Esse é um conceito de manejo de pastagem diferente do que vinha sendo conduzido.  O manejo do pasto é ditado pelos animais. A consequência disso é uma ingestão de pasto diferente em relação os sistemas antigos. Alguns experimentos mostram uma diminuição significativo da emissão de metano. Além desse, há o plantio direto e outros que devem ser trabalhados em conjunto nas propriedades”, sugeriu.

    Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) reduz custos e aumenta produtividade de fazendas

    Foto: Divulgação

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    A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na Fazenda Flor Roxa foi iniciada há quase 20 anos pela família Vellini

    Um dos sistemas bastante usados no Brasil é o Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). No país, cerca de 17,4 milhões de hectares de área produtiva são destinados ao sistema, que contribui com a conservação da biodiversidade brasileira. Um exemplo é a Fazenda Flor Roxa, da família Vellini, no município de Jardim Olinda, no interior do Paraná.

    Há quase 20 anos a família adotou a ILPF como estratégia de produção, que otimiza espaço nas propriedades rurais, pois integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área.

    A Fazenda Flor Roxa tem aproximadamente 400 hectares usados na integração soja/milho com a pecuária, além de espaço para rotação de soja com cana-de-açúcar e plantio de eucalipto. Mas, nem sempre foi assim. A fazenda, adquirida em 1986 e gerida pelos produtores César Vellini e Vitor Vellini – pai e filho – começou apenas com reforma de pastagem, em 1994, quando rotacionavam algumas culturas, como milho e milheto. Só em 2006 é que a ILP teve início na propriedade.

    Após a colheita do milho entra o gado na área para aproveitar a palhada de Brachiaria, em seguida os animais são retirados e é feita a dessecação para entrar com soja. “Recuperamos 25% da área total a cada três anos, e assim vamos fazendo mais rotação e o sistema de integração contínuo”, diz César.

    Foto: Divulgação

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    A plantação de eucalipto fornece sobra ao rebanho bovino em dias de sol quente

    Além de soja, milho e pecuária, a propriedade arrenda uma parte para plantio de cana-de-açúcar. “Para nós, os benefícios da ILPF são inúmeros, temos aumento da produtividade, qualidade do pasto, ganho de peso do animal, melhora na qualidade do solo e renda na propriedade”, explica o agropecuarista, que estudou agronomia e conduz o negócio todo em família.

    SOMBRA – Na Fazenda Flor Roxa, a produção de grãos e a pecuária tem em seu entorno o eucalipto, com cerca de 25 quilômetros da espécie. “Os talhões da fazenda são divididos e próximo aos piquetes do gado temos o eucalipto com espaçamento em fileiras duplas”, descreve Vitor.

    A sombra das árvores proporciona para o gado um maior conforto, já que na região do Paranapanema o clima é quente. “A partir de sete anos já dá para vender esse eucalipto. Faz parte da renda, mas como o visual é bonito, além de dar conforto térmico para os animais, nós não tiramos até o momento. Temos um silo de armazenagem de grãos na fazenda também e só com as partes que caem ou morrem do eucalipto já conseguimos alimentar o secador o suficiente”, conta.

    O produtor detalha ainda que quando iniciaram a integração entre os três sistemas na propriedade, contaram com o apoio e incentivo da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá (PR). “Começamos em um projeto deles em parceria com a Embrapa. Foram na fazenda nos apresentar e meu pai, que sempre foi de mente aberta, ficou tão entusiasmado que resolvemos participar e separamos uma área. Com o tempo, aprendendo nela, a implantação do sistema foi crescendo e hoje chega a praticamente 40% da fazenda. A Cocamar foi pioneira na difusão destas tecnologias em todo o território em que ela atua, e é nossa parceira até hoje”, relembra.

    Especialistas visitam propriedades rurais e avaliam ações para redução de gases de efeito estufa

    Desenvolvido por empresas que atuam no setor de pecuária e parceiros institucionais, o Confina Brasil tem circulado regiões que se destacam na pecuária em todo o Brasil. Em 2023, foram visitados 12 Estados brasileiros. No mês de outubro, e equipe da pesquisa-expedicionária promovida pela Scot Consultoria visitou propriedades no Rio Grande do Sul.

    Em Mato Grosso do Sul (MS), confinamentos que valorizam e cuidam da qualidade da água fornecida aos bovinos foram destaque nas visitas, além de propriedades reconhecidas pelo comprometimento na luta para redução de emissão de gases nocivos à atmosfera, assim como atenção máxima à composição da dieta dos bovinos, com investimento em insumos alimentares de qualidade.

    Um exemplo é a fazenda Santa Vergínia, localizada em Bataguassu (MS). O confinamento realizado na propriedade é um dos primeiros do país a ser reconhecido como projeto carbono neutro. “Isso quer dizer que a propriedade faz uso de manejos que visam redução e compensação da emissão de gases, equilibrando a balança”, diz Diego Rossin, médico-veterinário e técnico do Confina Brasil.

    Foto: Bela Magrela

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    O gado da fazenda Santa Virgínia fica em uma propriedade de 30 mil hectares

    Além disso, a Santa Vergínia também chamou a atenção pelo seu tamanho: são 30 mil hectares próprios, ou 300 quilômetros quadrados. A fim de comparação, a cidade de Paris conta com 105,4 quilômetros quadrados. Com isso, a propriedade tem quase três vezes o tamanho da capital francesa. “Desses impressionantes 30 mil hectares, 12 mil são destinados apenas à pastagem, já que boa parte dos bovinos são terminados no sistema de Terminação Intensiva a Pasto (TIP). Outros 8 mil hectares da propriedade se enquadram como Integração Pecuária-Floresta (IPF)”, informa Diego.

    Em Ribas do Rio Pardo (MS), cidade que abriga a Fazenda Cachoeirinha, o destaque foi para a composição da dieta. “Os gestores optaram pela utilização de feno como volumoso na alimentação do rebanho. Para fornecer o que há de melhor para a engorda e desenvolvimento de carcaça do gado, os proprietários investem pesado nas soluções nutricionais da Nutron, que compõem grande parte dos insumos alimentares”, diz Jayne Costa, zootecnista e técnica do Confina Brasil.

    Em 2023, o Confina Brasil tem apoio da Casale, Elanco, FS Bioenergia, Nutron, Associação Brasileira de Angus, Mitsubishi, Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Agricultura Digital e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

    A história da pecuária no Brasil tem suas raízes há quase 500 anos, mais especificamente no ano de 1532, quando Martin Afonso de Souza introduziu as primeiras 32 cabeças de gado ibérico no país. A primeira vaca ordenhada que se tem registro ocorreu em 1641, na cidade de Recife (PE). Desde então, a pecuária no Brasil tem crescido e evoluído, estando presente atualmente em cerca de 98% dos municípios brasileiros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país produziu 34,6 bilhões de litros de leite em 2022.

    Ao longo dos séculos, muitas mudanças ocorreram na pecuária brasileira, desde seu início rudimentar até as práticas tecnificadas atuais. Hoje em dia, uma tendência para quem busca aumentar a produção e agregar valor aos produtos é aliar práticas sustentáveis ao uso de tecnologias. Isso inclui realizar um manejo adequado de pastagens, manter áreas de florestas, adotar uma dieta sustentável e utilizar genética superior. Essas são apenas algumas das medidas que podem tornar a pecuária mais eficiente e sustentável.

    De acordo com o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, a pecuária pode ser dividida em fases, indo da pecuária 1.0 à 5.0. Na primeira fase, que ocorreu entre 10 mil AC e 1920, a atividade era essencialmente manual e baseada em tradições locais, em pequenas propriedades com diversidade de culturas e animais. A partir daí, muitas mudanças ocorreram e, atualmente, na pecuária 3.0 e 4.0, a produção é realizada com automação e sustentabilidade, utilizando diferentes tecnologias.

    Segundo Luiz Gustavo, a evolução tecnológica é importante para melhorar a produção, mas uma evolução de conceito, cultural e espiritual também é essencial. Quando se produz um alimento respeitando o meio ambiente e com baixa emissão de gases de efeito estufa, isso agrega valor aos produtos e gera uma história. Atualmente, temas como produção de leite de baixo carbono, pecuária regenerativa e manejo de precisão estão cada vez mais em evidência. A necessidade de preservação ambiental e redução das emissões de gases de efeito estufa tem levado pesquisadores a buscar alternativas para tornar a produção de leite ainda mais eficiente e sustentável em todos os aspectos.

    Um exemplo disso foi a realização do primeiro Seminário RS Carbon Free, no Rio Grande do Sul, que reuniu produtores, pesquisadores e representantes de entidades públicas e privadas. Durante o evento, o pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira destacou a importância da preservação ambiental e ressaltou que a evolução da produção precisa ser sustentável e, muitas vezes, regenerativa, melhorando o ambiente em que ocorre.

    Ao longo das décadas, a Embrapa desempenhou um papel importante no setor ao implementar novas tecnologias e impulsionar o crescimento da produção de leite no país. Atualmente, a produtividade média por vaca é três vezes maior do que há algumas décadas, e o consumo de leite também aumentou significativamente. Essa evolução reflete não apenas em uma maior produção, mas também em uma conversão mais eficiente para produtos como leite em pó e queijo.

    Os pecuaristas do Rio Grande do Sul têm demonstrado uma consciência ambiental, buscando constantemente melhorias em suas propriedades. Aqueles que não adotam práticas sustentáveis estão gradualmente deixando a atividade, enquanto aqueles que preservam e buscam a sustentabilidade estão conseguindo aumentar a produção. Essa mudança de mentalidade tem impulsionado a criação de um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal no estado.

    Essa iniciativa, promovida pelo Sindilat/RS, em parceria com o governo estadual, Embrapa e outros parceiros, visa certificar propriedades com baixa emissão de gases de efeito estufa. Esse selo verde será uma forma de reconhecimento nacional e internacional, demonstrando o compromisso com o meio ambiente e a produção sustentável. O Rio Grande do Sul é líder na produção de leite no Brasil, e a pecuária leiteira desempenha um papel importante na economia do estado.

    A redução das emissões de carbono é um assunto prioritário para o governador Eduardo Leite, que estará levando essa temática para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, que será realizada na Escócia. O objetivo é trabalhar para neutralizar as emissões de carbono em 50% até 2030 e agir para neutralizar completamente as emissões até 2050. Esses compromissos estão alinhados com o Acordo de Paris e têm como objetivo mobilizar diferentes setores para minimizar os efeitos das emissões sobre o clima global.

    Esse caminho rumo à sustentabilidade na pecuária é um processo contínuo, que envolve a adoção de práticas cada vez mais eficientes para reduzir o impacto ambiental. O Brasil tem uma posição de destaque nesse setor, e é importante continuar buscando soluções inovadoras e tecnologias sustentáveis para garantir um futuro promissor para a pecuária brasileira. A pecuária do futuro será aquela que consegue produzir de forma eficiente, respeitando o meio ambiente e atendendo às demandas do mercado cada vez mais consciente.

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    Conclusão:

    A história da pecuária no Brasil é marcada por uma evolução constante ao longo dos anos. Desde as primeiras cabeças de gado trazidas ao país no século XVI até os dias de hoje, muita coisa mudou na forma como a pecuária é praticada. Atualmente, a busca por práticas sustentáveis e o uso de tecnologias são fundamentais para aumentar a eficiência e a sustentabilidade da atividade.

    A utilização de manejo de pastagens, preservação de áreas de florestas, dieta adequada e sustentável, e o uso de genética superior são exemplos de práticas que podem contribuir para uma pecuária mais eficiente e sustentável. Além disso, temas como produção de leite de baixo carbono, pecuária regenerativa e manejo de precisão estão cada vez mais em evidência e são importantes para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e preservar o meio ambiente.

    No Rio Grande do Sul, busca-se instituir um selo verde para a produção de proteína animal, uma iniciativa que visa reconhecer e certificar as propriedades que adotam práticas sustentáveis na pecuária. Essa iniciativa está alinhada aos esforços do governo estadual em reduzir as emissões de carbono e tornar o estado mais sustentável.

    Em conclusão, a pecuária no Brasil está passando por uma evolução constante, buscando cada vez mais práticas sustentáveis e a utilização de tecnologias para aumentar a eficiência e preservar o meio ambiente. Essa evolução é fundamental para garantir a produção de alimentos de forma sustentável e preservar os recursos naturais.

    Perguntas com respostas:

    1. Quando começou a história da pecuária no Brasil?
    Resposta: A história da pecuária no Brasil começou em 1532, quando Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras cabeças de gado ibérico ao país.

    2. Quais são os principais temas em evidência na pecuária atualmente?
    Resposta: Produção de leite de baixo carbono, pecuária regenerativa e manejo de precisão.

    3. Como a evolução tecnológica contribui para a produção pecuária?
    Resposta: A evolução tecnológica é importante para aumentar a eficiência e a sustentabilidade da produção pecuária.

    4. Quais são as práticas sustentáveis na pecuária?
    Resposta: Manejo de pastagens, preservação de áreas de florestas, dieta adequada e sustentável, uso de genética superior.

    5. O que o Rio Grande do Sul está fazendo para reduzir as emissões de carbono na pecuária?
    Resposta: O Rio Grande do Sul está buscando instituir um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal, reconhecendo e certificando as propriedades que adotam práticas sustentáveis na pecuária.

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