A agricultura tem um grande desafio: Alimentando um planeta em constante crescimento. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que a população mundial chegue a aproximadamente 9 bilhões de pessoas até o ano de 2050. Nesse sentido, a biotecnologia é um elemento essencial para que o agronegócio continue evitando a fome nos países.
O que é biotecnologia?
A biotecnologia é um campo multidisciplinar que combina avanços de áreas como Biologia, Química e Engenharia para desenvolver soluções inovadoras por meio do uso de organismos vivos ou partes deles.
Este campo utiliza o conhecimento científico e os desenvolvimentos tecnológicos para manipular e modificar os sistemas biológicos, visando otimizar a produção, criar novos produtos e desenvolver processos ou serviços. Além disso, a biotecnologia é utilizada há milênios na agricultura: a fermentação do pão e do vinho, por exemplo, utiliza técnicas desenvolvidas com organismos microbiológicos.
E se por muito tempo foi necessário que a área plantada crescesse para que a produção aumentasse, essa máxima não é mais verdadeira com o desenvolvimento tecnológico. Levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela como o produtividade da agricultura brasileira cresceu 400% entre 1975 e 2020, muito devido ao desenvolvimento de tecnologia e investimentos em pesquisa.
Com o aumento da capacidade computacional de coleta, processamento e análise de dados, a biotecnologia atingiu novos patamares e passou a ser utilizada em diversas áreas.
Na área da Saúde, por exemplo, a biotecnologia foi fundamental para o desenvolvimento de medicamentos, mapeamento genético e desenvolvimento de terapias gênicas, diagnósticos mais precisos e vacinas.
Na Indústria, auxilia na fabricação de produtos químicos, combustíveis renováveis, enzimas e materiais biodegradáveis. Além disso, é utilizado para remediação de áreas contaminadas, tratamento de resíduos e monitoramento ambiental.
A biotecnologia utiliza técnicas de diversas áreas do conhecimento, dentre as quais podemos citar a engenharia genética, cultura de células e tecidos, fermentação, bioinformática e nanotecnologia. Por meio dessas ferramentas, é possível modificar o ácido desoxirribonucléico (DNA) de um organismo para produzir proteínas específicas, criar organismos geneticamente modificados, desenvolver terapias celulares avançadas e muito mais.
Também pode ser usado para aumentar a qualidade de vida, produção sustentável de alimentos e proteção ambiental. Os incessantes avanços da tecnologia levam a Ciência a novos patamares, e soluções inovadoras podem surgir em diversas áreas para contribuir com a continuidade da vida na Terra.
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Como a biotecnologia é utilizada no agronegócio?
Na agricultura, a biotecnologia desempenha um papel fundamental no aumento da produtividade e na proteção do meio ambiente. Está presente nas técnicas que geraram desenvolvimentos importantes como resistência a pragas e doenças, desenvolvimento de culturas mais nutritivas, melhoramento genético e resistência a eventos climáticos extremos.
Algumas das aplicações da biotecnologia na agricultura incluem:
1. Culturas geneticamente modificadas (GM)
Por meio da engenharia genética, genes específicos podem ser inseridos em plantas para conferir características desejáveis. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Organismo Geneticamente Modificado (OGM) é aquele que recebe um gene de outro organismo doador. Essa alteração do DNA permite que as plantas adquiram características que antes não possuíam, o que possibilita avanços produtivos em resistência a pragas, tolerância a herbicidas, maior resistência a doenças, melhoria da qualidade nutricional e extensão da vida útil dos produtos agrícolas. .
2. Rapidez no melhoramento genético
A biotecnologia permite a aceleração do processo de melhoramento vegetal. Essa técnica é antiga e consiste em cruzar variedades de espécies para obter híbridos mais nutritivos ou com outras características. A biotecnologia permite realizar esses processos com mais rapidez, possibilitando, por exemplo, a adaptação a novas condições ambientais.
3. Bioinsumos
O desenvolvimento de biofertilizantes (microrganismos benéficos que promovem o crescimento das plantas e melhoram a fertilidade do solo) também contou com a ajuda da biotecnologia. Além disso, é utilizado no desenvolvimento de biopesticidas, produtos naturais derivados de microrganismos ou proteínas específicas para o controle de pragas e doenças agrícolas.
4. Diagnóstico de doenças
Também é possível utilizar a biotecnologia em técnicas de identificação e diagnóstico de doenças de plantas. Isso permite uma resposta mais rápida e precisa no controle de epidemias e manejo de doenças, otimizando o uso de pesticidas e medicamentos.
5. Conservação dos recursos genéticos
A biotecnologia ajuda a preservar variedades de plantas importantes para a diversidade genética e futuros programas de melhoramento.
Se as previsões de desenvolvimento populacional da ONU forem verdadeiras, o mundo precisará produzir o dobro de alimentos até 2050 para garantir que não haja fome no planeta. Nesse cenário, a biotecnologia é fundamental para continuar otimizando a produção agrícola e até mesmo aumentando a capacidade nutricional das lavouras.
Proteger a biodiversidade, evitando que áreas agrícolas invadam espaços florestais, é essencial para proteger o planeta do aquecimento global. Portanto, saber produzir mais e melhor, sem agredir o meio ambiente e sem aumentar exponencialmente as áreas plantadas, é uma tarefa crucial.
Fontes: Embrapa, Strix, Terra Magna
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