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A propósito do cinquentenário da Embrapa, um pouco da história desta empresa e da Embrapa Rebanho de Namoro • Portal DBO

    A proposito do cinquentenario da Embrapa um pouco da historia

    Foto AntonioRosa 4 e1686691899548Por Antônio do Promanação Ferreira Rosa – Eng. Agr., Pesquisador e atual Dirigente Universal da Embrapa Rebanho de Namoro.

    Quero, antes de tudo, registrar meus agradecimentos a Demétrio Costa, Diretor Executivo do Grupo DBOpela oportunidade de trazer a nossa Embrapa Rebanho de Namoro para as páginas deste importantíssimo veículo de notícia rústico – o Portal DBO!

    Uma vez que o invitação foi feito há pouco tempo, em março deste ano em que comemoramos os cinqüenta anos da Embrapa, imaginei que, neste primeiro de uma série de artigos, pudesse trazer aos nossos leitores um pouco da história da própria Embrapa e da nossa Embrapa Rebanho de Namoro.

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    O primórdio de tudo está lá no início dos anos 70 do século pretérito. Nessa estação, o povo brasílico vivia um período de euforia pela conquista do tricampeonato mundial de futebol, em Guadalajara, no México, com a nossa famosa seleção canadense, considerada a melhor do mundo!

    Um verdadeiro álibi, já que, no fundo, graves problemas socioeconômicos e ambientais se acumulavam em todo o país: seca no Nordeste, instabilidade fomentar, lazeira em algumas regiões, crise do petróleo, êxodo rústico…

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    A vida no campo não era fácil. A falta de infraestrutura, em termos de transporte, saúde e ensino, somada à baixa produtividade das lavouras e da pecuária… assim uma vez que óleo, arroz, feijoeiro, trigo, leite e até músculos bovina!

    Em procura de soluções para esta grave crise, nosso ministro da Lavoura, o engenheiro agrônomo gaúcho Luís Fernando Cirne Lima (governo do presidente Emílio Garrastazu Médici), encomendou um diagnóstico.

    O Brasil tinha estações experimentais espalhadas por todas as regiões. Porém, exceto em partes do sul e sudeste, onde foi verosímil conciliar algumas culturas e tecnologias de países mais desenvolvidos, com clima temperado, não havia conhecimento para explorar a maior segmento do território, com características tropicais. Muito pouco foi salvo. Moca, cacau, cana-de-açúcar…

    Aliás, a pesquisa foi desvinculada da visão do sistema produtivo, ou seja, do contexto da eficiência, não só biológica, mas também econômica. Pesquisadores desmotivados, sem formação técnica… Era preciso uma mudança radical. O mais rápido verosímil! E a decisão do ministro Cirne Lima foi contundente, histórica: extinguir o velho Departamento Vernáculo de Pesquisa e Experimentação Agropecuária – DNPEA e fabricar uma novidade instituição, com autonomia e flexibilidade administrativa, para viabilizar as mudanças necessárias.

    Assim nasceu a Embrapa, uma vez que empresa estatal, conforme estabelece a Lei nº. 5.851, sancionada pelo Presidente Médici em 7 de dezembro de 1972.

    Com a posse da primeira diretoria em 26 de abril de 1973, marco inicial da instalação, a Embrapa passou a se destinar a organizar a governo, estruturar a empresa e incorporar o patrimônio do extinto DNPEA.

    As transformações mais impactantes, porém, só foram realizadas a partir de 1974, durante o governo do presidente Ernesto Geisel, com Alysson Paolinelli, agrônomo mineiro, uma vez que ministro da Lavoura.

    Com base na ciência aplicada e numa abordagem sistêmica, o organograma da Embrapa incluía unidades centrais, em Brasília, para a gestão do sistema de pesquisa, centros de produtos nacionais, unidades ecorregionais e temáticas, cuja localização dependeria da vocação proveniente da região e a valor socioeconômica do tema a ser trabalhado para o país.

    Ainda em 1974, nesse organograma, embora ainda não definidos seus locais de atuação, surgiram os primeiros centros nacionais dedicados à pesquisa de trigo, arroz e feijoeiro, pecuária leiteira, recursos genéticos, seringueira e pecuária de golpe (1º. nota de rodapé: ver no final do texto).

    A primeira decisão de grande repercussão tomada pela diretoria executiva da Embrapa foi enviar murado de 2.000 pesquisadores para cursos de mestrado e doutorado, segmento deles no Brasil e a maioria no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.

    Naquela estação, o estado de Mato Grosso despontava uma vez que uma rota promissora para a transmigração e evolução da pecuária destinada à produção de músculos.

    Entre as cidades candidatas a sediar o Meio Vernáculo de Pesquisas de Pecuária de Namoro – CNPGC, Campo Grande teve a vantagem de poder incorporar o pessoal e as instalações do extinto Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Oeste – IPEAO. No entanto, a decisão final só foi tomada em seguida negociar, pela Embrapa, com o Tropa Brasiliano, a cessão da Rancho Remonta, velho Coudelaria do Tropa, localizada a exclusivamente 15 km da cidade. (2º. nota de rodapé: ver no final do texto).

    Feitas as reformas necessárias, a inauguração solene aconteceu no dia 28 de abril de 1977, evento com a presença do Presidente Ernesto Geisel, Ministro da Lavoura Alysson Paolinelli, Governador do Estado de Mato Grosso, Garcia Neto, Diretor Presidente da Embrapa Irineu Cabral, diretores Eliseu Alves, Edmundo Gastal e Almiro Blumenschein, os senadores Rachid Derzi e Italívio Coelho, o ex-governador Pedro Pedrossian, o prefeito municipal Marcelo Miranda, entre outras autoridades, e um grande número de produtores rurais.

    Nesse mesmo ano, em 1977, em 11 de outubro, o estado de Mato Grosso do Sul foi oficialmente desmembrado de Mato Grosso pela Lei Complementar nº. 31, sancionada pelo presidente Geisel, de quem primeiro governo foi instalado no 1º. Janeiro de 1979, com a cidade de Campo Grande tornando-se a capital do novo estado.

    A Embrapa Pecuária de Namoro passou portanto a solidar sua liderança no país, coordenando o Programa Vernáculo de Pesquisa Pecuária de Namoro da Embrapa, uma vez que segmento integrante do Sistema Vernáculo de Pesquisa Agropecuária, em cooperação com outras unidades da Embrapa, universidades, institutos de pesquisa e empresas estatais.

    Nestes últimos 50 anos, um limitado espaço de tempo na história de um país, as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e seus parceiros públicos e privados proporcionaram uma transformação sem precedentes no mundo. O Brasil, que já vivia uma grave crise de segurança fomentar, tornou-se um dos maiores produtores mundiais de víveres, vigor e fibras.

    No caso da músculos bovina, de importador, passamos a ser o maior exportador mundial, posição que se mantém desde 2004, mesmo em seguida prometer o aprovisionamento do mercado interno, que consome murado de 75% da produção!

    Naturalmente, essa não foi uma conquista exclusiva da Embrapa, mas da masmorra produtiva uma vez que um todo, a partir do trabalho dos trabalhadores rurais, mas com um insumo extra precípuo: ciência e tecnologia.

    Detalhes dessa transformação, descrição de algumas das tecnologias geradas, novos desafios e cenários futuros para o nosso negócio serão abordados em nossos próximos artigos.

    Obrigado, grande amplexo!


    Fontes:

    40 anos da Embrapa Pecuária de Namoro na memória [recurso eletrônico] / editores técnicos: Antônio do Promanação Ferreira Rosa [et al]. – Campo Grande, MS: Embrapa Rebanho de Namoro, 2017. 170 p. (Documentos/Embrapa Rebanho de Namoro, ISSN1983-974X; 230).
    CABRAL, JI Sol da manhã: memória da Embrapa. Brasília, DF: UNESCO, 2005. 344 p.

    1º. nota de rodapé: Atualmente, 43 unidades descentralizadas estão em funcionamento, sendo 15 pólos de produtos nacionais (Algodão, Arroz e Feijoeiro, Moca, Caprinos e Ovinos, Floresta, Bovinos de Namoro, Bovinos de Leite, Hortaliças, Mandioca e Fruticultura, Milho e Sorgo, Soja, Solos , Suínos e Aves, Trigo, Uvas e Vinho); 18 ecos regionais (Acre, Oeste Agropecuário, Agrossilvipastoril, Vitualhas e Territórios, Amapá, Oeste do Amazonas, Leste do Amazonas, Cerrados, Clima Temperado, Cocais, Meio-Setentrião, Pantanal, Pecuária do Sul, Pecuária do Sudeste, Rondônia, Roraima, Semi-árido, Planaltos Costeiros); e 10 temáticas (Lavoura Do dedo, Agrobiologia, Agroenergia, Agroindústria Tropical, Agroindústria Cevar, Instrumentação Agrícola, Meio Envolvente, Pesca e Aquicultura, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Territorial).
    2º. nota de rodapé: As outras duas candidatas à sede do CNPGC foram Uberaba, MG, e Planaltina, GO”.

    Fonte: Portal DBO