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Ministro descarta risco no abastecimento de combustíveis; setor vê aperto…

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Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira que não há risco de desabastecimento de combustíveis no Brasil, após agentes do mercado apontarem nos últimos dias restrições específicas ao fornecimento de produtos por distribuidoras em diferentes estados do país.

O ministro fez o comentário ao ser questionado sobre o atual cenário de abastecimento, que seria impactado por uma decisão da Petrobras de manter os preços do diesel e da gasolina abaixo dos praticados no mercado internacional, segundo representantes do mercado.

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O movimento da petroleira estaria desestimulando as importações por terceiros, segundo representantes do mercado ouvidos pela Reuters. O Brasil importa cerca de um quarto do que é necessário para atender a demanda.

Fontes do setor, porém, afirmam que não falta produto no mercado.

Tenho absoluta convicção de que não (vai faltar combustível)”, disse Silveira aos jornalistas, acrescentando que a Petrobras tem “autonomia e independência” para fixar seus preços e que a empresa já informou ao governo que faria reajustes se necessário em vista de um aumento no preço do petróleo.

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A Petrobras atendeu pedidos de fornecimento de diesel feitos pelas distribuidoras em agosto e pedidos para setembro estão sendo negociados, disse nesta semana o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da empresa, Claudio Schlosser, descartando riscos para o abastecimento.

Em nota aos clientes nesta sexta-feira, analistas do Goldman Sachs disseram acreditar que a Petrobras “pode ​​estar prestes a aumentar o preço do combustível no Brasil, especialmente para manter o mercado equilibrado e evitar a escassez de combustível no Brasil, principalmente do diesel, visto que cerca de 25% da oferta vem de importações.

Analistas do Goldman também afirmaram que representantes da direção da Petrobras disseram na véspera em reunião com investidores que a empresa continua lucrativa com os preços atuais e, portanto, vê menos necessidade de ajustar as cotações nessa perspectiva.

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O cenário ocorre após a petroleira adotar uma nova estratégia comercial neste ano, que deixou de seguir apenas a paridade de importação e passou a considerar outras variáveis, como o custo alternativo do cliente, buscando ser o mais competitivo possível.

Cálculos da consultoria StoneX mostram que o diesel da Petrobras precisaria hoje de um reajuste de 37,7% para se equiparar ao mercado internacional, enquanto a gasolina da empresa precisaria de um aumento de 24,3%.

“Realmente estamos tendo algumas restrições. A defasagem da Petrobras tem desestimulado a compra de produtos importados para essas regiões, que apresentam escassez”, afirmou em nota a consultoria de gestão de riscos StoneX, reiterando que a capacidade de refino da Petrobras não é suficiente para atender toda a demanda brasileira por combustível.

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A petroleira atingiu um fator médio de utilização (FUT) de seu parque de refino de 93% no segundo trimestre, o maior nível desde o terceiro trimestre de 2015, e sinalizou que pode elevar ainda mais o indicador para acima de 95%. A empresa vem batendo recordes mensais de produção de diesel S-10.

ALERTAS SOBRE UMA OFERTA

A Fecombustíveis, federação que representa cerca de 40 mil postos de combustíveis no país, confirmou nesta sexta-feira que as distribuidoras estão restringindo produtos em diversos pontos do Brasil, mas ressaltou que não há desabastecimento.

A Federação Brasilcom, que reúne mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis instaladas em quase todos os estados brasileiros, afirmou em nota que “não há notícias de desabastecimento de diesel, apenas informações de desabastecimentos pontuais e localizados, mas todos sanados e abastecidos dentro das cotas do dia”.

O presidente da Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, afirmou que a Petrobras não está fazendo nada diferente do que prometeu, adiando os reajustes por mais tempo. Mas ele destacou que a empresa precisa dar previsibilidade ao mercado, para que os agentes se posicionem para que não falte produto.

Apesar dos alertas de integrantes do setor, os preços dos combustíveis nos postos seguem relativamente bem comportados.

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O diesel S-10 acumulou alta de quase 1% nos primeiros dez dias de agosto nos postos brasileiros, para uma média de 5,17 reais o litro, revertendo a tendência recente de queda, apontou nesta sexta-feira o Índice de Preços de Log de Bilhetes (IPTL).

Procurada, a ANP, reguladora do sector petrolífero, disse que neste momento não existem relatórios relativos à redução da oferta nacional ou internacional de gasóleo, nem foram reportados à agência problemas relacionados com a falta de gasóleo, gasolina ou qualquer outro produto.

“Os estoques de diesel estão em níveis satisfatórios, suficientes para a demanda interna. As importações complementam o abastecimento interno do produto”, afirmou a autarquia.

(Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira)


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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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