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Ibovespa fecha em alta com trégua em novos ruídos do governo e dados dos EUA

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com o Ibovespa em alta pela terceira sessão consecutiva nesta sexta-feira, com a trégua nos ruídos políticos abrindo espaço para o mercado brasileiro acompanhar o desempenho positivo de Wall Street após os dados de emprego.

Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa subiu 1,23%, para 108.963,70 pontos. O volume financeiro somou 23 bilhões de reais.

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Na semana, porém, o Ibovespa registrou recuo de 0,7%, pressionado pelas quedas dos dois primeiros pregões do ano, quando imperavam os temores com a estratégia a ser adotada pelo novo governo, em meio a decisões e declarações contraditórias.

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou sua primeira reunião ministerial, afirmando na abertura do encontro que o compromisso de seu governo é unificar o país, e não acabar com as diferenças.

A reunião ocorre após episódios como a sinalização para acabar com a isenção de combustível, e o posterior recuo, que afetaram diretamente o ministro das Finanças. O discurso do ministro da Previdência também foi mal recebido, o que foi posteriormente contestado.

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Na visão de Fernando Donnay, sócio e gestor de portfólio da G5 Partners, os investidores ainda estão muito sensíveis aos rumos do governo.

“O novo quadro fiscal é uma das peças importantes para reduzir algumas incertezas. Enquanto houver sinais antagônicos sobre esse tema, o mercado vai incorporar isso ao preço e a volatilidade vai continuar alta”, afirmou.

Ele avalia que a precificação dos ativos brasileiros é muito atrativa, porém, por algum motivo eles são assim e está relacionada à incerteza política e, nesse campo, o tributário é o que mais preocupa.

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A Ibiuna Investimentos, que tem entre seus sócios ex-dirigentes do Banco Central, decidiu manter a cautela e o baixo envolvimento com ativos brasileiros no momento, tendo em vista a diretriz de “velhas ideias” sinalizada pelo novo governo.

Como “pequena amostra”, o gestor listou forte expansão das despesas correntes, alta carga tributária, busca pelo crescimento por meio da intervenção do Estado, reversão das privatizações, retorno do crédito subsidiado, entre outros.

“Difícil ver como essa agenda vai aumentar a produtividade da economia e resultar em um crescimento mais sustentado”, disse ele em carta mensal a clientes.

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Nesta sexta-feira, os números do mercado de trabalho dos EUA também chamaram a atenção, mostrando arrefecimento dos salários e moderação no crescimento do emprego em dezembro, acalmando as apreensões sobre os próximos passos do Federal Reserve.

Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, os salários são a maior preocupação do Fed, já que o aumento contínuo da renda dos trabalhadores reforça seu poder de compra, o que tende a retroalimentar a inflação.

“De nada adianta a variação da taxa de desemprego se os trabalhadores continuarem percebendo aumentos salariais. Por isso, o dado foi visto como positivo pelo mercado, devido ao aumento salarial menor do que o esperado.”

Em Wall Street, o S&P 500 avançou 2,28%.

Para Donnay, o tema da inflação global continua sendo o principal driver do ano, pois definirá o quanto os bancos centrais terão que aumentar as taxas de juros e isso pode ou não levar a uma recessão.

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DESTAQUES

– O VALE ON avançava 1,58%, a 92,34 reais, avalizado pela alta dos preços dos contratos futuros de minério de ferro na Ásia, em dia de ganhos também das siderúrgicas em meio a notícias sobre alta de preços no setor. A CSN ON registrou alta de 4,09%.

– PETROBRAS PN recuou 0,59%, a R$ 23,74, após duas altas consecutivas. Analistas do Morgan Stanley elevaram o preço-alvo dos ADRs da companhia, mas reiteraram a recomendação de ‘igualdade de peso’, avaliando que o cenário para os dividendos da companhia não justificaria a exposição à ação.

– AMERICANAS ON valorizou 7,43%, para 10,41 reais, buscando amparo em novo alívio na curva de juros futura, que também beneficiou outros títulos sensíveis a essa variável, notadamente o consumo, com NATURA&CO ganhando 4,7%, mas também o setor imobiliário. A CYRELA ON subiu 4,66%.

– LOJAS RENNER ON fechou em alta de 3,69%, a 19,39 reais, em meio a um relatório do Citi cortando projeções e o preço-alvo da varejista de roupas, mas mantendo a recomendação de “comprar”, avaliando que tem as “ferramentas certas para enfrentar esses desafios vezes em 2023”.

– HAPVIDA ON recuou 1,05%, para 4,72 reais, depois que o JPMorgan cortou a recomendação das ações para “neutra”, citando ventos contrários mais fortes ao crescimento e rentabilidade. O preço-alvo passou de 9,50 para 5,50 reais. No mesmo relatório, o banco elevou para ‘neutra’ a ODONTOPREV ON, que avançou 6,9%.

– UNIDADE KLABIN recuou 1,26%, a 20,31 reais, em sessão negativa para o setor de celulose, com SUZANO ON cedendo 0,64%, a 49,94 reais, tendo como pano de fundo a queda do dólar frente ao real.

– A COPEL PNB caiu 1,44%, a 7,54 reais, com as demais elétricas também na coluna negativa do Ibovespa. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) começou a prever uma queda na carga de energia elétrica no Brasil em janeiro.

– ZAMP ON disparou 12,42%, para 5,25 reais, o melhor desempenho do índice Small Caps, endossado por relatório do JPMorgan, adotando recomendação de ‘overweight’ para as ações e fixando preço-alvo de 10 reais para dezembro de 2023, destacando que vê um ponto de entrada atraente, com uma relação risco/retorno favorável.



Fonte: Noticias Agricolas

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