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Ministro da Fazenda considera nota do Copom “muito preocupante”

    Previa do IBGE registra deflacao de 037

    A afirmação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) é “muito preocupante”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite desta quarta-feira (22). Ele comentou a decisão do BC de manter a taxa Selic, taxa básica de juros da economia, em 13,75% ao ano e o tom do comunicado. Ao anunciar a manutenção da tava, o Copom apontou a possibilidade de novas altas de juros, caso necessário.

    “Em um momento de retração da economia, o Copom chega a sinalizar um aumento dos juros. Lemos com muita atenção, mas achamos que o comunicado realmente preocupa muito”, declarou Haddad ao deixar o Ministério da Fazenda.

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    O ministro disse ter ficado surpreso com a declaração do BC, justamente no dia em que o governo divulgou novas estimativas que apontam para aumento de arrecadação e redução do déficit primário em relação ao valor sancionado no Orçamento.

    Para Haddad, a divulgação do relatório demonstra o compromisso do governo com o reequilíbrio das contas públicas. Segundo ele, esse seria um motivo para o Banco Central começar a flexibilizar a política monetária, em vez de endurecer o tom do comunicado.

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    “Achei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje divulgamos um relatório bimestral mostrando que nossas projeções para janeiro estão se confirmando nas contas públicas”, comentou Haddad.

    Harmonia
    O ministro disse que vai rever as conclusões sobre o tom do comunicado do Copom nas próximas reuniões institucionais com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Apesar das divergências com a autoridade monetária, Haddad disse que a relação entre o Ministério da Fazenda e o BC deve ser harmoniosa e que continuará pautada pela institucionalidade.

    “Falei em harmonia desde a primeira entrevista e vou continuar perseverando nesse objetivo. Nunca desrespeitei um diretor ou presidente do Banco Central”, disse Haddad. “Temos uma relação institucional [com o Banco Central]. Somos órgãos estatais. Temos satisfação para dar à população. O BC tem um mandato. A lei é clara sobre os objetivos do BC”, acrescentou.

    Na avaliação de Haddad, os juros altos estão travando o crédito. O ministro reiterou que a pasta enviará, em abril, medidas para incentivar a concessão de empréstimos. “Devemos enviar um conjunto de medidas à Casa Civil em abril para melhorar o ambiente de crédito”, declarou.

    incertezas
    Em nota, o Copom informou que o ambiente internacional piorou desde a última reunião do órgão, com bancos em dificuldades nos Estados Unidos e na Europa e com a inflação na maioria dos países não cedendo. Na economia doméstica, a desaceleração continua, com inflação acima do teto da meta. O texto menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal que está sendo elaborado pelo governo, mas elogia a recente regravação parcial da gasolina e do etanol.

    “Por um lado, o recente aumento nos custos de combustível reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, exige maior atenção na condução da política monetária”, destacou o comunicado.

    “O comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária podem ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não ocorra conforme o esperado”, finalizou o texto.

    Segundo Haddad, o Brasil está em uma situação diferente das principais economias internacionais, o que não justifica um aumento da taxa Selic neste momento, mesmo com o Federal Reserve (FED, Banco Central da América do Norte) tendo aumentado os juros básicos em 0,25 porcentagem de pontos nesta quarta-feira (23). A afirmação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) é “muito preocupante”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite desta quarta-feira (22). Ele comentou a decisão do BC de manter a taxa Selic, taxa básica de juros da economia, em 13,75% ao ano e o tom do comunicado. Ao anunciar a manutenção da tava, o Copom apontou a possibilidade de novas altas de juros, caso necessário.

    “Em um momento de retração da economia, o Copom chega a sinalizar um aumento dos juros. Lemos com muita atenção, mas achamos que o comunicado realmente preocupa muito”, declarou Haddad ao deixar o Ministério da Fazenda.

    O ministro disse ter ficado surpreso com a declaração do BC, justamente no dia em que o governo divulgou novas estimativas que apontam para aumento de arrecadação e redução do déficit primário em relação ao valor sancionado no Orçamento.

    Para Haddad, a divulgação do relatório demonstra o compromisso do governo com o reequilíbrio das contas públicas. Segundo ele, esse seria um motivo para o Banco Central começar a flexibilizar a política monetária, em vez de endurecer o tom do comunicado.

    “Achei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje divulgamos um relatório bimestral mostrando que nossas projeções para janeiro estão se confirmando nas contas públicas”, comentou Haddad.

    Harmonia
    O ministro disse que vai rever as conclusões sobre o tom do comunicado do Copom nas próximas reuniões institucionais com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Apesar das divergências com a autoridade monetária, Haddad disse que a relação entre o Ministério da Fazenda e o BC deve ser harmoniosa e que continuará pautada pela institucionalidade.

    “Falei em harmonia desde a primeira entrevista e vou continuar perseverando nesse objetivo. Nunca desrespeitei um diretor ou presidente do Banco Central”, disse Haddad. “Temos uma relação institucional [com o Banco Central]. Somos órgãos estatais. Temos satisfação para dar à população. O BC tem um mandato. A lei é clara sobre os objetivos do BC”, acrescentou.

    Na avaliação de Haddad, os juros altos estão travando o crédito. O ministro reiterou que a pasta enviará, em abril, medidas para incentivar a concessão de empréstimos. “Devemos enviar um conjunto de medidas à Casa Civil em abril para melhorar o ambiente de crédito”, declarou.

    incertezas
    Em nota, o Copom informou que o ambiente internacional piorou desde a última reunião do órgão, com bancos em dificuldades nos Estados Unidos e na Europa e com a inflação na maioria dos países não cedendo. Na economia doméstica, a desaceleração continua, com inflação acima do teto da meta. O texto menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal que está sendo elaborado pelo governo, mas elogia a recente regravação parcial da gasolina e do etanol.

    “Por um lado, o recente aumento nos custos de combustível reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por elevada volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação a metas em horizontes mais longos, exige maior atenção na condução da política monetária”, destacou o comunicado.

    “O comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária podem ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não ocorra conforme o esperado”, finalizou o texto.

    Segundo Haddad, o Brasil está em uma situação diferente das principais economias internacionais, o que não justifica um aumento da taxa Selic neste momento, mesmo com o Federal Reserve (FED, Banco Central da América do Norte) tendo aumentado os juros básicos em 0,25 porcentagem de pontos nesta quarta-feira (23).



    Fonte: Agro