Introdução
O projeto de poder do vereador Milton Leite em São Paulo
O vereador Milton Leite, considerado o político mais influente da capital paulista, está articulando um projeto de poder para 2024. Seus planos incluem a busca por um quarto mandato consecutivo como presidente da Câmara Municipal, o cargo de vice-prefeito na chapa do prefeito Ricardo Nunes e a vice-presidência do Corinthians, clube de maior torcida na cidade.
Leite já oficializou sua candidatura para a vice-presidência do Corinthians, porém, quanto aos outros cargos, ele afirma que são apenas especulações. No entanto, essas especulações são alimentadas por fatos, como uma mudança na Lei Orgânica do Município para garantir sua reeleição na Câmara e indicações para a vice-prefeitura por nomes influentes.
A expansão dos domínios de Milton Leite
O vereador tem ampliado sua influência e poder na cidade de São Paulo. Ele já controla o setor de Transportes e as obras nas subprefeituras da zona sul. Essa expansão aconteceu após um momento de retração, quando Leite perdeu espaço na pasta estadual de Transportes após a derrocada do PSDB no governo do estado.
Agora, Leite busca consolidar seu poder através de sua candidatura no Corinthians, onde pretende atuar na articulação junto à Prefeitura para reduzir as dívidas do clube com a administração paulistana.
O desafio de se tornar vice-prefeito
Dos três objetivos do vereador, a indicação para vice-prefeito é o que apresenta mais dificuldades. Ricardo Nunes, o atual prefeito, está costurando alianças com diversos partidos para a disputa, o que gera concorrência para o cargo. No entanto, o partido do governador também possui interesse nessa indicação, o que pode dificultar as chances de Leite.
Internamente, o vereador estaria demonstrando interesse no cargo, mas seus aliados enxergam essa afirmação como uma estratégia para barrar os planos de outros caciques políticos. A movimentação de Leite para minar a candidatura de um deputado federal também é vista como uma estratégia. Ao mostrar que seu partido pode lançar um nome próprio, ele busca ter mais força de barganha para a indicação como vice.
O projeto de poder de Milton Leite em São Paulo é ambicioso e carrega muitos desafios. O vereador terá que lidar com especulações, alianças políticas e competição por cargos. Resta acompanhar os desdobramentos e ver se ele alcançará seus objetivos.
Por Juliana Arreguy e Bruno Ribeiro
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Sumário
1. Introdução
- Político mais influente em São Paulo
- Projeto de poder para 2024
2. As especulações e fatos
- Mudança da Lei Orgânica do Município
- Indicações para a vice-prefeitura
3. Retração e expansão
- Perda de espaço após a derrocada do PSDB
- Busca por influência nos transportes
4. As eleições do Corinthians
- Concorrendo ao cargo de vice-presidente do clube
- Objetivo de reduzir as dívidas do clube
5. Vice-prefeito
- Dificuldades na indicação para vice-prefeito
- Estratégias e possíveis candidaturas
São Paulo – Considerado o político mais influente da capital paulista, o vereador Milton Leite (União Brasil) articula um projeto de poder para 2024 que mira uma espécie de “tríplice coroa” em São Paulo: o inédito quarto mandato consecutivo como presidente da Câmara Municipal, o posto de vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a vice-presidência do Corinthians, clube de maior torcida na cidade.
Ao Metrópoles, Leite admite apenas a candidatura na chapa de André Luiz de Oliveira, o André Negão, para o comando do Corinthians, que já foi oficializada no clube. “O resto é especulação”, diz.
Essas “especulações”, feitas pelos seus principais aliados e também por adversários, são alimentadas por fatos que vão de uma arrojada mudança da Lei Orgânica do Município, a “constituição” do Estado, ocorrida no último dia 1º/11, para garantir sua reeleição na Câmara, a indicações para a candidatura a vice-prefeito de nomes como Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Retração e expansão
A expansão dos domínios do vereador, que na cidade detém controle do bilionário setor de Transportes e das obras nas subprefeituras da zona sul, ocorre após um momento de retração. Durante as gestões tucanas afrente do governo do estado, Leite também dominava a pasta estadual de Transportes. Após a derrocada do PSDB e a posse de Tarcísio de Freitas (Republicanos), entretanto, o vereador perdeu esse espaço.
O União só havia embarcado no projeto de Tarcísio no segundo turno das eleições do ano passado. Quando embarcou no projeto do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), Leite se viu sem espaço. Tentou manter sua influência nos transportes, sem sucesso. Tentou então garantir a pasta da Habitação, mas perdeu uma queda de braço com Gilberto Kassab (PSD). No fim, conseguiu manter influência apenas na Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU).
No primeiro semestre, com o cálculo de que Tarcísio precisava dos oito votos da bancada União na Assembleia Legislativa (Alesp) e que seria possível recuperar espaço, Leite começou a ensaiar sua aposentadoria. Começou a dizer no plenário da Câmara que não tentaria um novo mandato e fomentou a candidatura de aliados para sucedê-lo na Câmara.
Mas, confirme os acordos na esfera federal não saiam, o vereador fez uma correção de cursos e avisou os vereadores que iria colocar em votação uma mudança na lei para se perpetuar no poder. Sua influência no Legislativo é tanta que até a bancada do PT votou seu projeto – um texto que estava parado no Legislativo desde 1992.
As eleições do Corinthians
Conselheiro do Corinthians, Milton Leite concorre ao cargo de primeiro vice-presidente do clube na chapa de André Negão. Os dois pertencem ao grupo político que comanda o clube há dezesseis anos e contam com o apoio do atual presidente Duílio Alves e do ex-presidente Andrés Sanchez, que foi deputado federal pelo PT.
O vereador tem dito a aliados que pretende atuar na articulação junto à Prefeitura para conseguir um acordo e reduzir os quase R$ 400 milhões de dívidas que o clube possui com a administração paulistana.
Os altos valores incluem R$ 86 milhões em dívidas de IPTU, entre 2014 e 2022, e R$ 311 milhões em outros impostos. O Corinthians é o segundo clube com a maior dívida do país – de R$ 1 bilhão – atrás apenas do Atlético-MG.
Vice-prefeito
Dos três objetivos, a indicação para vice-prefeito de Ricardo Nunes é o que tem mais dificuldades.
Como Nunes vem costurando uma ampla aliança de partidos para a disputa, que inclui PL, Republicanos e PSD, entre outras siglas, há concorrência considerável para o cargo. Aliados mais próximos de Nunes e de Tarcísio apontam que o prefeito daria o cargo para o partido do governador, em nome a cooperação mútua que ambos vêm fazendo ao longo desta ano.
Nunes, porém, mantém o PL esperançoso em ter o espaço, que poderia levar caso o partido consiga evitar que Jair Bolsonaro apoie outro candidato na cidade.
Internamente, Leite estaria dizendo a aliados do União que almeja o cargo. Parte dos aliados, porém, veem a fala como uma estratégia para conter os planos dos caciques que querem lançar o deputado federal Kim Kataguiri como nome próprio da sigla à Prefeitura.
O presidente da Câmara, porém, ainda não se movimentou para minar a candidatura de Kim. Aliados de Nunes entendem que essa também é uma estratégia. Ao manter aberta a possibilidade de seu partido lançar nome próprio, Leite teria mais força de barganha para disputar a indicação do posto de vice.
São Paulo – O vereador Milton Leite (União Brasil) é considerado o político mais influente da capital paulista e está articulando um projeto de poder para 2024 que visa conquistar uma “tríplice coroa” em São Paulo. Ele planeja buscar seu quarto mandato consecutivo como presidente da Câmara Municipal, o cargo de vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a vice-presidência do Corinthians, o clube com a maior torcida da cidade.
De acordo com Leite, sua candidatura na chapa de André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, para o comando do Corinthians já está oficializada. No entanto, ele nega as especulações sobre os outros cargos. Essas especulações são alimentadas por fatos como a recente mudança da Lei Orgânica do Município, que ocorreu no dia 1º de novembro, para garantir sua reeleição na Câmara. Além disso, há indicações para a sua candidatura a vice-prefeito, incluindo o nome de Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
A expansão dos domínios do vereador ocorre após um período de retração. Quando os tucanos estavam no governo estadual, Leite também tinha influência na pasta estadual de Transportes, mas perdeu espaço com a derrocada do PSDB. Ele tentou manter sua influência nos transportes, mas sem sucesso. Em seguida, tentou garantir a pasta da Habitação, mas perdeu a disputa para Gilberto Kassab (PSD). No final, conseguiu manter sua influência apenas na Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU).
No primeiro semestre, Leite chegou a ensaiar sua aposentadoria, anunciando que não buscaria um novo mandato. No entanto, devido a falta de acordos na esfera federal, ele decidiu propor uma mudança na lei para se perpetuar no poder. Sua influência no Legislativo é tanta que até a bancada do PT votou a favor de seu projeto, que estava parado desde 1992.
No Corinthians, Leite concorre ao cargo de primeiro vice-presidente na chapa de André Negão. Ambos fazem parte do grupo político que controla o clube há dezesseis anos e contam com o apoio do atual presidente Duílio Alves e do ex-presidente Andrés Sanchez, que foi deputado federal pelo PT. O vereador pretende atuar na articulação junto à Prefeitura para reduzir as dívidas do clube, que ultrapassam os R$ 400 milhões.
Já a indicação para vice-prefeito de Ricardo Nunes é mais difícil. Como o prefeito está costurando uma ampla aliança de partidos, incluindo o PL, Republicanos e PSD, há uma concorrência considerável pelo cargo. No entanto, Nunes mantém o PL esperançoso em ter o espaço, principalmente se o partido conseguir o apoio de Jair Bolsonaro. Internamente, Leite expressou seu interesse no cargo, mas alguns aliados acreditam que seja estratégia para conter os planos de lançar o deputado federal Kim Kataguiri como candidato da sigla. Até o momento, Leite não tomou nenhuma atitude para minar a candidatura de Kim.
Em resumo, o vereador Milton Leite está buscando uma espécie de “tríplice coroa” em São Paulo, mirando seu quarto mandato como presidente da Câmara Municipal, a vice na chapa do prefeito e a vice-presidência do Corinthians. Sua influência política e seu histórico de articulação são evidentes, mas as especulações sobre os cargos futuros ainda estão em aberto.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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