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Investidores reduzem aposta em corte de 0,50%, levando a aumento das taxas curtas de juros

    Juros altos nos EUA preocupam produtores americanos e alerta repercute

    tag:reutersPor Fabricio de Castro

    SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos encerraram a sexta-feira ligeiramente em alta, com investidores reduzindo as apostas em um corte de 0,50 ponto percentual na Selic na próxima semana, após o anúncio de dados positivos do mercado de trabalho brasileiro e números piores da área fiscal.

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    Entre os contratos com vencimentos mais longos, o viés foi de baixa, em linha com a queda dos rendimentos do Tesouro no exterior.

    Pela manhã, o Banco Central informou que a dívida bruta brasileira ficou estável em 73,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em junho, ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 74,0%. No entanto, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 48,899 bilhões, pior que o saldo negativo esperado de R$ 42,75 bilhões.

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    O déficit fiscal pior do que o esperado ajudou a elevar os prêmios na ponta curta da curva futura, que também reagiu aos dados de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil encerrou o segundo trimestre com taxa de desemprego de 8,0%, abaixo dos 8,2% esperados e no menor nível em quase dez anos.

    O desemprego mais baixo pode pressionar a inflação, levando a taxas de juros mais altas por mais tempo.

    Além disso, segundo o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos, a sexta-feira foi marcada por ajustes de posições na curva futura.

    “O desemprego no menor nível desde 2014 e os dados fiscais do BC não muito bons contribuíram para a alta dos juros futuros, mas também houve ajustes. Embora o mercado tenha precificado 70% de chance de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, esse não é o consenso dos economistas”, ponderou.

    Na última quarta-feira, próximo ao horário de fechamento, a curva futura precificou 68% de probabilidade de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduzisse a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, em 0,50 ponto percentual na próxima semana. Com o movimento de quinta e desta sexta, a precificação para corte de meio ponto passou para 58% de probabilidade próximo ao fechamento.

    “O preço de 0,50 ponto caiu muito hoje (sexta-feira). A leitura é que talvez o BC não se sinta tão à vontade para cortar 0,50 da Selic”, comentou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

    Segundo ele, a alta da taxa dos DIs, reflexo desse ajuste de precificação para o Copom, contribuiu para a “caminhada” do real frente ao dólar pela manhã.

    No início da próxima semana, as atenções estarão voltadas para o último relatório Focus a ser divulgado antes da reunião do Copom. Enquanto a curva a termo de preços praticamente dividiu as chances de um corte de 0,50 ou 0,25 ponto na Selic, os economistas do Focus continuam projetando um corte de apenas 0,25 ponto na próxima semana.

    Uma pesquisa da Reuters também indica um corte de 0,25 ponto, embora a perspectiva não seja unânime entre os economistas.

    No final da tarde, a taxa DI de janeiro de 2024 estava em 12,62%, ante 12,6% no reajuste anterior, enquanto a taxa DI de janeiro de 2025 estava em 10,63%, ante 10,613% no reajuste anterior.

    Entre os contratos mais longos, porém, o viés foi de baixa, com as taxas sendo influenciadas pela queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro no exterior.

    No final da tarde, a taxa de janeiro de 2028 era de 10,43%, ante 10,446% no reajuste anterior, e a de janeiro de 2029 era de 10,6%, ante 10,614%.

    Às 16h38 (horário de Brasília), o rendimento do Tesouro de dez anos – referência mundial para decisões de investimento – caía 4,70 pontos-base, para 3,9646%.


    Jornal Campo do Campo
    As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos encerraram a sexta-feira em ligeira alta, devido aos dados positivos do mercado de trabalho brasileiro e números piores da área fiscal. Investidores reduziram as apostas de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic na próxima semana. O Banco Central informou que a dívida bruta brasileira ficou estável em 73,6% do PIB em junho, abaixo da expectativa. No entanto, o setor público consolidado registrou déficit primário pior do que o esperado. O desemprego no Brasil ficou em 8,0%, abaixo das expectativas e no menor nível em quase dez anos, o que pode pressionar a inflação, levando a taxas de juros mais altas. Além disso, ajustes de posições na curva futura também contribuíram para a alta dos juros. A precificação para um corte de 0,50 ponto na Selic passou de 68% para 58% de probabilidade. A taxa DI de janeiro de 2024 estava em 12,62% e a de janeiro de 2025 em 10,63%. Já as taxas de contratos mais longos tiveram viés de baixa, influenciadas pela queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro no exterior. O rendimento do Tesouro de dez anos caía para 3,9646%.

    As atenções estarão voltadas para o último relatório Focus a ser divulgado antes da reunião do Copom, e a maioria dos economistas projeta um corte de apenas 0,25 ponto na Selic. Uma pesquisa da Reuters também indica essa perspectiva. No entanto, os investidores reduziram as apostas em um corte de 0,50 ponto devido aos dados positivos do mercado de trabalho e aos números da área fiscal. A alta dos juros futuros também influenciou a valorização do real frente ao dólar.

    Fonte
    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**