Captação de leite cresce em cenário desafiador para produtores
No cenário atual de preços deprimidos para os produtores de leite, a captação da matéria-prima por grandes empresas do setor cresceu em 2023, refletindo a estratégia do setor de industrialização em maior escala.
A necessidade de estratégias para enfrentar as dificuldades do mercado
Com a queda no número de produtores rurais entregando leite, é importante entender as estratégias adotadas pelas indústrias para se manterem competitivas e garantirem rentabilidade em um mercado desafiador.
O panorama atual da captação de leite no Brasil
Impacto das oscilações nos preços e na produção de leite
O aumento no preço líquido para os produtores de leite em 2024 reflete as oscilações no mercado e as estratégias adotadas pelas empresas para aumentar a captação da matéria-prima. É essencial analisar como as indústrias estão lidando com essas mudanças e o que esperar para o futuro do setor.
Explorando as tendências e desafios do mercado de lácteos
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Captação de leite: Estratégias das empresas e cenário atual
No atual cenário de preços baixos para os produtores de leite, a captação da matéria-prima por 17 das maiores empresas do setor no país teve um crescimento significativo de 5% em 2023, atingindo a marca de 9,017 bilhões de litros. Esse aumento na captação reflete a estratégia adotada pelos laticínios de elevar o volume de industrialização para obter ganho de escala e redução de custos.
Outro ponto interessante é a liderança da Laticínios Bela Vista, proprietária da marca Piracanjuba, que registrou um recebimento de 1,77 bilhão de litros, representando um avanço de 13,3%. Em seguida, a Unium, grupo formado por cooperativas, obteve 1,48 bilhão de litros, com um crescimento de 14%. No entanto, vale ressaltar que algumas grandes empresas do setor, como Lactalis e Italac, não participaram do levantamento, o que poderia alterar a classificação das líderes em captação.
Apesar do aumento geral na captação, algumas empresas, como a CCPR, tiveram uma queda de -3,9%, devido às condições desfavoráveis de preço e custos elevados. O presidente da Abraleite, Geraldo Borges, destaca que o mercado de laticínios enfrenta margens apertadas, levando muitos pecuaristas a deixarem a atividade.
Em relação aos preços pagos aos produtores de leite, houve altas e baixas ao longo do ano, com uma média nacional de R$ 2,6619 por litro no início de 2023, chegando a R$ 1,9675 por litro em outubro. Em fevereiro de 2024, o preço médio foi de R$ 2,2347 por litro, representando uma recuperação em relação ao ano anterior.
No geral, as expectativas para o setor são positivas, com previsão de aumento na captação leiteira e melhorias no cenário econômico, o que pode impulsionar o consumo e estabilizar os preços, beneficiando tanto os produtores quanto as indústrias de laticínios. O crescimento da captação total de leite no país, conforme dados do IBGE, também indica um cenário promissor para o setor.
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Conclusão
Diante do cenário de desafios enfrentados pelos produtores de leite no Brasil, a estratégia das empresas do setor para ganhar escala e reduzir custos tem se mostrado eficaz. A alta na captação de leite reflete o esforço das indústrias de maior escala para manter a competitividade em um mercado desafiador.
Apesar das oscilações nos preços pagos aos produtores de leite, há uma perspectiva positiva para o futuro, com expectativa de crescimento na captação leiteira e aumento do consumo interno. A busca por eficiência e rentabilidade tem sido a chave para enfrentar as adversidades do mercado.
É fundamental que os produtores de leite e as empresas do setor continuem buscando soluções inovadoras e estratégias que garantam a sustentabilidade da cadeia produtiva. Com a retomada do crescimento e a estabilidade nos preços, há um horizonte promissor para o setor lácteo no país.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Análise do crescimento da captação de leite no Brasil em 2023
No cenário atual de preços deprimidos para os produtores de leite, o aumento das importações de lácteos tem impactado o mercado. De acordo com dados da Abraleite, a captação da matéria-prima pelas maiores empresas do setor cresceu 5% em 2023, alcançando 9,017 bilhões de litros.
FAQs sobre o aumento da captação de leite no Brasil
1. Quais foram as empresas líderes em captação de leite em 2023?
A Laticínios Bela Vista, com 1,77 bilhão de litros, e a Unium, com 1,48 bilhão de litros, lideraram o ranking com crescimentos significativos.
2. Por que a CCPR teve uma queda na captação de leite?
A CCPR teve uma queda na captação de leite devido a um cenário de margens apertadas e custos elevados, levando alguns pecuaristas a saírem do setor.
3. Qual foi a estratégia das indústrias de maior escala em 2023?
As indústrias de maior escala aumentaram o volume de industrialização para reduzir custos, impulsionando o resultado geral da captação de leite.
4. Como ficou o preço líquido pago ao produtor de leite em 2023?
O preço líquido pago ao produtor de leite começou em R$ 2,6619 por litro e chegou a R$ 1,9675 por litro em outubro. Em 2024, o valor médio foi de R$ 2,2347 por litro em fevereiro.
5. Qual é a expectativa para a captação de leite em 2024?
Espera-se que a captação leiteira supere os 897,9 milhões de litros do ano passado, com perspectivas de melhoria na renda dos consumidores e estabilidade nos preços.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Num cenário de preços deprimidos para os produtores de leite, reflexo sobretudo do aumento das importações de lácteos, a captação da matéria-prima por 17 das maiores empresas do setor no país cresceu 5% em 2023, e alcançou 9,017 bilhões de litros, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) em parceria com mais seis instituições. A alta na captação refletiu a estratégia dos laticínios de elevar o volume de industrialização para ganhar escala.
Outras seis grandes empresas do setor foram consultadas para fazer parte do ranking, mas não responderam ao levantamento.
A Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba, ficou na liderança da lista, com recebimento de 1,77 bilhão de litros, avanço de 13,3%. Na segunda posição aparece a Unium, grupo de intercooperação formado pelas cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal, com 1,48 bilhão de litros e uma alta de 14%. A Nestlé vem na sequência e depois, a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR). Ficaram de fora da lista a Lactalis, Italac, Alvoar, Tirol, Vigor e DPA.
Em entrevista recente, a Lactalis informou que seu processamento de leite no Brasil estava em 2,5 bilhões de litros — o que a colocaria no topo do ranking, caso tivesse participado do levantamento.
Apesar de estar na quarta posição da lista, a CCPR foi uma das poucas que teve queda (-3,9%) na captação leiteira, ao lado de Aurora, Tirolez e Cativa.
“Tivemos um 2022 muito conturbado, com custos altos e desvalorização do preço pago ao produtor, e 2023 começou na mesma linha, com um viés não muito favorável. Tanto que acabamos fechando o ano com queda”, disse Leandro Sampaio, gerente-geral de suprimento de Leite da CCPR.
De acordo com Geraldo Borges, presidente da Abraleite, esse cenário de margens apertadas levou pecuaristas a saírem do setor leiteiro. O número de produtores rurais que entregam leite às empresas que compõem o ranking caiu 4,2% em 2023, para 43 mil.
“Nessas condições, uma das teses é o produtor de leite deixar a atividade e substituí-la por outra, ficando na produção somente propriedades com maior escala, mais tecnificadas e mais condições de gestão, que conseguem reduzir custos e ter rentabilidade”, disse o dirigente.
Para Borges, foi justamente essa a estratégia das indústrias de maior escala: aumentar o volume de industrialização para reduzir custos, o que impulsionou o resultado geral da captação.
A queda no índice de ociosidade na capacidade de produção das indústrias participantes do ranking, de 35% em 2022 para 15% em 2023, é um indicativo de que houve uma aceleração nos trabalhos entre as empresas que decidiram continuar no mercado, apesar das condições adversas de preço do leite, segundo ele.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o preço líquido pago ao produtor de leite começou o ano de 2023 em R$ 2,6619 por litro, na média nacional. Entre altas e baixas, esse valor chegou a R$ 1,9675 por litro em outubro. Em 2024, a cotação mais recente indica que o produtor recebeu, em média, R$ 2,2347 por litro em fevereiro, valor que representa uma recuperação comparada às mínimas do ano passado, mas ainda inferior à média obtida no início de 2023.
“O aumento do preço que houve para os produtores de leite nos primeiros meses de 2024 é incipiente. E a queda do preço do leite ao produtor também foi muito maior que a queda observada nos insumos”, comentou o presidente da Abraleite.
Mesmo com o recuo nas despesas com grãos como soja e milho, que são matéria-prima para a alimentação do gado leiteiro, não há expectativa de que os produtores rurais que saíram da atividade possam voltar.
Para este ano, Leandro Sampaio, da CCPR, vê um horizonte positivo e espera que a captação leiteira supere os 897,9 milhões de litros do ano passado. “Para os produtores mais eficientes, o atual patamar de preços está gerando lucro”, disse.
“Somos otimistas em pensar num crescimento do consumo, decorrente de melhoria na renda dos consumidores, redução nas importações, que foi o principal gargalo em 2023, e estabilidade nos preços”, afirmou Geraldo Borges.
A captação total de leite no país também avançou em 2023. De acordo com o IBGE, os laticínios com algum tipo de serviço de inspeção sanitária captaram 24,52 bilhões de litros, alta de 2,5%.
