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Ibovespa recua de mais de 1% com os EUA e reverte alta da semana

    logotipo da Reuters

    Por Paula Arend Laier

    SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em baixa nesta sexta-feira, revertendo a máxima da semana, contaminado por Wall Street, em meio a preocupações com o setor bancário nos Estados Unidos e com dados do mercado de trabalho norte-americano permanecendo na mesa a chance de uma recuperação monetária mais forte aperto do Federal Reserve.

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    Arezzo, Via, Magazine Luiza, CVC Brasil e Embraer também ganharam destaque, em meio a notícias corporativas mais carregadas. Os ajustes também marcaram o último pregão da semana.

    Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa caiu 1,38%, a 103.618,2 pontos, registrando queda de 0,24% na semana – contra alta de mais de 1% no acumulado até a véspera. O volume financeiro do pregão totalizou 24,5 bilhões de reais.

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    Nos EUA, o Departamento do Trabalho anunciou pela manhã a abertura de 311 mil empregos fora do setor agrícola norte-americano no mês passado, acima das expectativas, mas também dados que mostram sinais de arrefecimento da inflação salarial e aumento da taxa de desemprego mensalmente.

    Ainda assim, na visão do sócio e economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel, os dados continuam indicando persistência inflacionária devido ao bom desempenho do mercado de trabalho…”sugerindo maior necessidade de juros altos por mais tempo período de tempo”.

    O Federal Open Market Committee (FOMC) do banco central norte-americano se reúne nos dias 21 e 22 de março para decidir sobre a taxa básica de juros norte-americana e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). ) de fevereiro da próxima semana devem ser os dados decisivos para a definição das apostas.

    Em Wall Street, o S&P 500 recuou 1,45%, ainda pressionado pelos bancos em meio à crise envolvendo o SVB Financial Group, banco focado em startups, fechado nesta sexta-feira pelos reguladores americanos.

    A Bolsa de Valores de São Paulo também encerrou o pregão com os agentes aguardando notícias sobre o novo quadro fiscal prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para este mês.

    Em entrevista coletiva sobre o acordo para compensar os estados por perdas com ICMS sobre combustíveis, Haddad disse que apresentará o novo desenho do arcabouço fiscal brasileiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

    Ele reiterou que Lula terá a “palavra final” sobre o novo plano de contas públicas que substituirá o teto de gastos.

    Na B3, a partir de segunda-feira, devido ao início do horário de verão nos Estados Unidos, o mercado de ações à vista terá seu horário de negociação alterado, com call de fechamento a partir das 16h55 e término às 17h.

    DESTAQUES

    – ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,39%, a R$ 24,07, e BRADESCO PN recuou 2,86%, a R$ 13,57, em meio a preocupações com o mercado de crédito no país, entre outros fatores domésticos, além da contaminação por ações de bancos em queda em Wall Street. BANCO DO BRASIL ON perdeu 1,89%.

    – CVC BRASIL ON caiu 17,75%, a 3,43 reais, mesmo após anunciar acordo com debenturistas envolvendo até 900 milhões de reais em dívidas. O papel vinha de cinco pregões consecutivos de valorização, período em que acumulou ganho de quase 50%.

    – A AREZZO ON despencou 11,58%, para 68,7 reais, já que teve queda de 7,1% no lucro líquido ajustado no quarto trimestre de 2022, pressionada pelo resultado financeiro e maiores despesas, com queda na margem Ebitda também ajustada.

    – A VIA ON recuou 6,19%, para 1,82 reais, tendo no radar o balanço com prejuízo líquido de 163 milhões de reais no quarto trimestre, aumento da receita bruta, mas queda na margem Ebitda. A dona das marcas Ponto e Casas Bahia também anunciou a renúncia de Helisson Brigido Andrade Lemos, vice-presidente de inovação digital.

    – O MAGAZINE LUIZA ON reverteu a queda e fechou com alta de 0,29%, a 3,4 reais, após prejuízo de 35,9 milhões de reais nos últimos três meses do ano passado, mas aumento na receita total e na margem Ebitda. A varejista afirmou que “tomou conhecimento de uma denúncia anônima” que cita irregularidades envolvendo operações de bônus relacionadas a compras de fornecedores e distribuidores e que iniciou apuração dos fatos. No pior momento do dia, as ações caíram para 3 reais.

    – HAPVIDA ON saltou 27,32%, para 2,47 reais, no dia do ajuste, após cair mais de 30% na véspera, na esteira de preocupações com a solvência da empresa de serviços de saúde, que avalia a possibilidade de emissão de ações — apesar do fato de que os preços estão em mínimos históricos – para fortalecer sua estrutura financeira. Em março, o papel ainda cai 45%.

    – EMBRAER ON subiu 5,67%, para R$ 19, após os resultados trimestrais da fabricante de aeronaves e uma projeção de que a receita líquida aumentará em 2023 em relação ao ano anterior, com melhora gradativa na cadeia de suprimentos e aumento nas entregas de aeronaves. No melhor momento, a ação chegou a 19,45 reais, máxima intradiária desde fevereiro de 2022.

    – PETROBRAS PN caiu 1,3%, para 24,98 reais, apesar do aumento do preço do petróleo no exterior. A empresa anunciou na véspera que assinou um acordo de cinco anos com a Shell para buscar oportunidades em atividades como exploração e produção de petróleo dentro e fora do pré-sal, além de esforços na transição energética.

    – O VALE ON sucumbiu à piora dos ânimos e caiu 0,33%, a 84,7 reais, mesmo com alta dos contratos futuros de minério de ferro nesta sexta-feira.

    – AZUL PN recuou 11,3%, para 12,64 reais, em meio a ajustes, após uma semana de desempenho robusto, em que ainda registrou salto de 74,6% na sequência segundo locadoras e dados de tráfego/capacidade em fevereiro, além de balanço do quarto trimestre. A GOL PN, que também reagiu na semana a notícias como desempenho trimestral, dados de demanda/oferta e investimento da Abra na empresa, caiu 7,12% no dia, para 7,31 reais, mas acumulou alta de 42,5% na semana.



    Fonte: Noticias Agricolas