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Ibovespa fecha em alta com bancos compensando queda de Vale e Petrobras

    Ibovespa perde folego e cai abaixo de 100 mil pontos scaled

    Por Paula Arend Laier

    SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, com o avanço dos bancos prevalecendo sobre a pressão negativa da Vale e da Petrobras, mas longe da máxima, dada a fraqueza de Wall Street e alguma cautela em relação a novos anúncios relacionados ao ajuste fiscal do governo plano.

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    A Prio avançou mais de 4% após os dados das reservas e a Natura&Co fechou em baixa após disparar mais cedo com a venda da Aesop.

    Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa subiu 0,36%, a 101.869,45 pontos, após duas quedas consecutivas. O volume financeiro no pregão totalizou 20,3 bilhões de reais, contra média de 25,2 bilhões de reais em 2023.

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    Os agentes financeiros seguem cautelosos com as possíveis medidas que serão adotadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para elevar as receitas e atingir as metas de resultado primário apresentadas na proposta do novo quadro fiscal na semana passada.

    Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo anunciaria uma nova rodada de medidas que pode gerar um aumento anual de mais de 100 bilhões de reais nos cofres federais, citando a restrição de um benefício fiscal concedido a empresas, entre outros.

    A análise técnica do Itaú BBA afirma que o Ibovespa precisa superar 104,1 mil pontos para sair da tendência de baixa e reduzir a aversão ao risco e buscar 106,8 mil pontos, que seria a próxima barreira. Ao mesmo tempo, se perder o suporte de 100.000 pontos, deve avançar para o nível de 97.000 pontos.

    “O cenário segue pessimista no curto prazo. Ainda vemos cautela e o momento é de acionar as paradas, caso sejam atingidas, pois o risco de novas quedas aumentou”, afirmou Fábio Perina e equipe em relatório a clientes.

    DESTAQUES

    – ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2%, a 24,51 reais, BRADESCO PN avançou 2,23%, a 13,11 reais, recuperando-se das perdas expressivas da véspera. As ações dos bancos foram afetadas recentemente por preocupações com a desaceleração econômica, deterioração da inadimplência e temores sobre a repercussão da reforma tributária no setor. O BTG Pactual também chamou a atenção para as declarações de Haddad na semana passada sobre a criação de um grupo de trabalho para discutir as taxas de juros do cartão de crédito. Nesta quarta-feira, porém, o diretor de regulação do Banco Central disse que a autarquia não discute tetos de juros para cartões de crédito.

    – BTG PACTUAL UNIT ganhou 2,95%, a 20,22 reais, o melhor desempenho entre os bancos no Ibovespa. O BTG Pactual anunciou nesta terça-feira sua stablecoin, BTG Dol, com preço lastreado no dólar americano e paridade 1:1, buscando se posicionar como referência no mercado de ativos digitais.

    – O PRIO ON valorizou 4,48%, para 33,85 reais, depois de a empresa ter divulgado ter reservas provadas de petróleo de 547,3 milhões de barris, segundo certificação elaborada pela consultora D&M, valor superior em 132,7 milhões face ao ano anterior. Na visão do Bradesco BBI, o relatório foi positivo, pois mostrou um aumento significativo nas reservas 1P (provadas) e 2P (provadas e prováveis) para os principais campos, Albacora Leste e Frade + Wahoo, enquanto o capex permaneceu praticamente inalterado para Frade + Wahoo e , para Albacora Leste, diminuiu significativamente. “O aumento das reservas do Frade foi um grande destaque”, observaram em relatório.

    – A REDE D’OR ON avançou 4,55%, para 21,81 reais, em sessão positiva para o setor de saúde como um todo, com HAPVIDA ON subindo 1,22%, para 2,48 reais.

    – NATURA&CO ON fechou em queda de 3,39%, a R$ 13,11, longe da alta da sessão, quando disparou para R$ 14,93. A empresa assinou um acordo vinculativo para a venda da marca australiana de cuidados com a pele e cabelos Aesop para a empresa francesa de cosméticos L’Oréal por US$ 2,53 bilhões. A expectativa é que o negócio seja fechado no terceiro trimestre. O Goldman Sachs destacou que o acordo traz alívio em termos de estrutura de capital e deve permitir que a Natura&Co invista no “turnaround” da Avon e da The Body Shop. Mas ele destacou que a conclusão do negócio deve devolver os holofotes às demais operações, onde os analistas do banco ainda veem risco de queda nas estimativas do mercado.

    – PETROBRAS PN cedeu 0,9%, a R$ 24,27, enquanto o petróleo Brent também perdeu fôlego, fechando praticamente estável, a R$ 84,94 o barril. A estatal informou ainda que iniciou a contratação de dois navios-plataforma para a bacia de Sergipe-Alagoas.

    – VALE ON encerrou a sessão em queda de 2,83%, a 78,04 reais, prejudicando uma alta mais forte do Ibovespa. Na China, os contratos futuros de minério de ferro recuaram pela segunda sessão consecutiva, pressionados por maiores embarques, fraca demanda por aço na tradicionalmente alta temporada de construção e preocupações persistentes sobre a intervenção do governo. No setor, a CSN MINERAÇÃO ON caiu 2,33%.

    – ELETROBRAS ON subiu 1,65%, para 33,34 reais. A elétrica fechou acordo com a Alupar para aumentar progressivamente sua participação no projeto da linha de transmissão Manaus-Boa Vista nos próximos anos, podendo até comprar o empreendimento após a entrada em operação. UNIDADE ALUPAR valorizou 3,33%.

    – DASA ON avançou 2,85%, a 7,21 reais, após solicitar registro para oferta primária de, inicialmente, 176.470.590 ações, que espera precificar em 18 de abril. Esse valor pode ser aumentado em até 46,67%, ou seja, até 82.352.940 ações adicionais e 8.235.294 bônus de subscrição.



    Fonte: Noticias Agricolas