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Fisioterapia Equina – 9 Principais Técnicas

    Fisioterapia Equina - 9 Principais Técnicas

    A fisioterapia equina vem se tornando um recurso terapêutico cada vez mais importante na medicina veterinária e uma mais valia para a recuperação do paciente.

    Acredito que muitos dos que ainda não conheciam a área da fisioterapia veterinária, ficaram sabendo após publicação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que noticiou a decisão judicial ratificando o uso do termo fisioterapia veterinária.

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    Mas afinal…

    O que fazem os fisioterapeutas veterinários/fisiatras de cavalos?

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    Como isso aconteceu?

    Como a Reabilitação se compara?

    Essas são perguntas frequentes de quem ainda não conhece esse lado da Medicina Veterinária. Mas já adianto a todos vocês leitores que a fisioterapia equina tem como um de seus principais objetivos auxiliar os processos fisiológicos normais através da aplicação de técnicas manuais, eletroterapias e protocolos de exercícios, promovendo longevidade e boa qualidade de vida ao animal.

    História da Fisioterapia Equina

    A origem desta área da medicina veterinária é atribuída a Senhor Carlos Forte, Fisioterapeuta da Casa Real Britânica. Na década de 1930, Charles tratou os ferimentos de membros da casa real que jogavam pólo, com processos de estimulação elétrica.

    Inicialmente, Sir Charles tratou apenas humanos com esses estímulos elétricos. Mais tarde, passou a aplicar o mesmo tratamento aos cavalos usados ​​nas partidas de polo.

    Sir Charles Strong Fisioterapia Equina
    Sir Charles Strong aplicando uma corrente de baixa frequência ao corpo de um cavalo por meio de eletrodos.

    Esses impulsos estimulavam a circulação muscular, sanguínea e linfática danificada, reduzindo a dor e melhorando a cicatrização.

    Fonte: História Fisio

    Em 1967 publicou um livro sobre a fisioterapia para cavalos. Nele, Charles abordou os métodos e as evoluções nos tratamentos fisioterapêuticos desenvolvidos a partir de suas práticas.

    Os resultados foram bons e a partir desse acontecimento a fisioterapia começou a ganhar nome, entrou no mercado de pequenos animais e conseguiu mostrar que as técnicas apresentavam respostas superiores nos animais quando comparadas aos humanos.

    Atualmente, os fisiatras de animais são protegidos pela legislação do CFMV, garantindo que somente veterinários estão aptos a realizar técnicas e métodos conservando a capacidade física do animal.

    O que é Fisioterapia Equina?

    A fisioterapia equina está em ascensão há alguns anos. Cada vez mais, proprietários e veterinários que trabalham na clínica equina veem a necessidade de incorporar esta especialidade em seus prevenção e tratamento para melhorar a recuperação e a qualidade de vida dos seus cavalos de atletismo.

    Com isso, pode-se afirmar que com fisioterapia e reabilitação animal podemos estudar, evitar e tratar distúrbios cinéticos funcionais gerado por:

    • Genética;
    • Traumas;
    • Doenças adquiridas.

    Assim, esta especialidade pode ser utilizada em casos como:

    • Tratamentos pós cirúrgicos;
    • Lesões musculoesqueléticas;
    • Lesões articulares;
    • Doença do disco;
    • paresia;
    • Anormalidades posturais e em muitas outras lesões que um animal atlético pode apresentar.

    Como usar a Fisioterapia Equina?

    A partir de uma avaliação precisa, é possível entender a necessidade do animal como um todo. Com isso, sabemos o motivo pelo qual ele vai precisar de determinada técnica e assim podemos escolher a melhor opção para o paciente capaz de melhorar seus resultados, auxiliando e/ou tratando o animal.

    Existem muitas técnicas que podem ser utilizadas nesta área, sendo as principais e mais comuns:

    • Crioterapia;
    • terapia a laser;
    • Magnetoterapia;
    • Cinesioterapia;
    • termoterapia;
    • Hidroterapia;
    • massagem terapêutica;
    • Medicina Chinesa Tradicional;
    • Kinesio Taping.

    crioterapia

    É o uso do gelo que é capaz de atenuar os sinais cardinais da inflamação o que eles são: dor, edema, hiperemia, aumento de temperatura e diminuição na função.

    A crioterapia também tem sido estudada para diminuir a dor, ou seja, trazer ao paciente um efeito de analgesia e mesmo depois de muitos estudos, ainda existem algumas teorias sobre esse efeito específico. As principais teorias são:

    • O frio diminui a transmissão nervosa das fibras de dordiminui a excitabilidade dos sensores terminais livres e diminui o metabolismo tecidual, aliviando assim os efeitos deletérios da isquemia;
    • Promove a transmissão assíncrona nas fibras de dor;
    • Aumenta o limiar da dor;
    • É contra-irritante;
    • Libera de endorfinas.

    terapia a laser

    É o aproveitamento da luz (com energia eletromagnética) transmitida por partículas de diferentes energias..

    A luz laser possui características especiais que a diferem da luz comum e de outros aparelhos de fototerapia (como os LEDs), nomeadamente:

    • colimado – indica que seus raios são extremamente paralelos entre si.
    • Coerente porque todos os fótons são transmitidos no mesmo comprimento de onda e são sincronizados no mesmo tempo e espaço sem colisão.
    • monocromático – porque tem apenas um comprimento de onda, ou seja, uma única cor.

    O laser estimula as células e pode reparar tecidos e nervosatuando também como analgésico bloqueando a transmissão de impulsos elétricos entre os neurônios, entre muitas outras funções no organismo animal.

    laserterapia na fisioterapia equina
    Fonte: Arquivo pessoal da autora durante estágio com Dr. Nádia Chaves

    Magnetoterapia

    Utilização do campo eletromagnético pulsátil com o uso de imãs para promover um campo magnético no corpo, capaz de trazer efeitos de células em movimento.

    tudo isso gera um efeito relaxante totalmente claro em pacientes que costumam tirar uma soneca durante as sessões.

    imã em fisioterapia equina
    Fonte: Arquivo pessoal da autora durante estágio com Dr. Nádia Chaves
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    Cinesioterapia

    Kinesio é o uso de exercícios. Existem várias formas de fazer o animal se movimentar, pois hoje em dia já está descrito que o a imobilização do animal promove efeitos deletérios nas estruturas locomotorasdificultando o retorno do animal às provas.

    Portanto, a escolha do exercício correto pode auxiliar no aumento da força muscular, promover condicionamento musculoesquelético ao paciente, manter a propriocepção, promover maior flexibilidade articular e tecidual e consequentemente reduzir o estresse.

    termoterapia

    Uso de aquecer É de frio. Neste caso pode ser usado bolsas, terapia aquática ou lâmpadas infravermelhas. A utilização desse método causa efeitos na dilatação dos vasos sanguíneos, alívio da dor, relaxamento muscular, entre outros efeitos.

    hidroterapia

    É uma atividade terapêutica que consiste em exercícios de natação, que pode ser a imersão total do animal na água ou apenas parte dela. Um dos principais efeitos dessa modalidade é promover maior pressão de resistência à tração, ajudando a aumentar a força muscular.

    A Hidroterapia também é considerada um exercício, por isso se enquadra na Cinesioterapia.

    massoterapia

    É o uso das mãos, podendo causar efeitos reflexos (oferece uma sensação de prazer e relaxamento), fisiológico (conhecido como sedação, usado sutilmente) e mecânica (Consiste em auxiliar o retorno sanguíneo e linfático.).

    Medicina Chinesa Tradicional

    O uso de algumas terapias chinesas como acupuntura, caracterizada pela colocação de agulhas na superfície do corpo, é capaz de estimular as terminações nervosas existentes na pele e seus tecidos subjacentes.

    A informação gerada por esse estímulo percorre os nervos até o Sistema Nervoso Central (SNC), onde os neurotransmissores são liberados, desencadeando efeitos analgésicos, anti-inflamatório e relaxamento muscularalém do efeito sobre as emoções.

    Kinesio Taping

    Uso de bandagens funcionais utilizadas como adjuvante a outras modalidades. Suas ações são para promover analgesia, agem no sistema circulatório e linfático (tem bons resultados na redução do edema), funções musculares por você fáscia auxiliando na remodelação.

    Existem bandagens para cada função, com um corte específico a ser feito. Por isso, é sempre recomendável a presença de uma pessoa capacitada para utilizá-lo, para não causar ou agravar ferimentos a um animal.

    Considerações finais

    Estas são apenas algumas das inúmeras técnicas e métodos que podem ser utilizados para ajudar, tratar, prevenir e cuidar do bem-estar de tantos cavalos atletas.

    Mas a pergunta que nunca vai embora é… qual a diferença entre reabilitação e fisioterapia?

    Alguns dos veterinários ativos mencionam que a diferença está em por que fazer terapia?

    Quando o uso de alguma dessas técnicas é para prevençãochame-o fisioterapia e quando o uso é em tratamento de uma lesão existenteportanto chamado reabilitação. Mas lembre-se, os dois sempre andam juntos!

    LEMBRE-SE SE

    Este artigo tem apenas caráter informativo. Procure SEMPRE um profissional!

    Aproveitando os estudos, confira nosso artigo sobre Mieloencefalite Protozoária Equina – Uma Doença Neurológica

    Referências

    O clube Therapy4Horses – Grupo de Pesquisa;

    Pedro, CR; Mikail, S. Fisioterapia Veterinária. 2ª Edição. SP. Manole, 2009.

    McGowan C. et al. Fisioterapia Animal: Avaliação, Tratamento e Reabilitação de animais. São Paulo-SP. Rocha Ltda. 2011.

    maria

    Silva, DT e cols. Fisioterapia aplicada à Medicina Veterinária: Revisão. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. 2008. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/TbFe5nokhPnVSOR_2013-6-13-16-21-19.pdf Acesso em: 28 de janeiro de 2022.

    Braga, NS et al. Acupuntura como opção de analgesia em medicina veterinária. PUBVET Londrina. 2012. Disponível em: https://www.pubvet.com.br/uploads/a9c37cbcd217d9d67a20bccb3a75527f.pdf Acesso em: 28 de janeiro de 2022.

    CALATAYUD, Maria. Uma história real da fisioterapia animal. 8 de fevereiro 2019. Disponível em: https://history.physio/a-brief-history-of-animal-physiotherapy/. Acessado em: 7 de fevereiro de 2022.


    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

    Fonte