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Cepea, 13 de junho de 2023 – A receita com as exportações brasileiras de produtos do agronegócio continuou avançando no primeiro quadrimestre de 2023, mas o ritmo de desenvolvimento foi menos intenso do que o verificado nos anos anteriores.
Levantamentos do Cepea (Núcleo de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços (MDIC), Secretaria de Transacção Exterior – sistema Siscomex – mostram que, a partir de janeiro até abril de 2023, o faturamento do setor em dólares cresceu 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo aumento no volume – de 9,8% –, já que os preços em dólares caíram 5%. Em moeda vernáculo, as vendas cresceram 4,9%.
Pesquisadores do Cepea apontam que os produtos que mais contribuíram para o aumento do volume exportado foram milho (os embarques cresceram expressivos 144%), etanol (+74%), óleo de soja (26,1%), músculos suína (+16,4%), frango músculos (+13,4%), celulose (+9,8%), soja em grão (+3,3%), açúcar (+2,5%) e farelo de soja (+1,1%).
Quanto à queda no preço médio pago pelos produtos do agronegócio brasiliano, os pesquisadores do Cepea indicam que esse movimento se deve à desaceleração do ritmo de desenvolvimento da demanda internacional em 2023 e também ao progresso da produção mundial.
EXPECTATIVAS – A taxa de desenvolvimento das economias em todo o mundo diminuiu, resultando em menor pressão de demanda sobre os preços das commodities. Do lado da oferta, os altos preços praticados em 2021 e 2022 motivaram o aumento da produção em importantes países. No Brasil, confirma-se o aumento de mais de 14% na safra de grãos, com a produção de soja crescendo mais de 20% no ciclo 2022/23. No entanto, as preocupações sanitárias e fitossanitárias continuam na tarifa dos produtores, principalmente devido ao surgimento de casos de gripe aviária em aves silvestres no país.
Quanto à taxa de câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que fique próxima a R$ 5 neste ano, podendo permanecer inferior desse patamar caso o programa de controle da dívida pública seja eficiente. Aliás, a inflação deve seguir mais comportada, em função da expectativa de firmeza do dólar e do resfriamento dos preços das matérias-primas. Para o setor agroexportador, em seguida ser premiado com uma produção recorde, resta esperar que os preços no mercado internacional não sejam muito depreciados para que possam superar o valor recorde de receita externa obtido em 2022.
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Mais informações sobre as exportações do agronegócio cá e pela Notícia do Cepea, com o professor Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros e a pesquisadora Andréia Adami: [email protected]
**Nascente texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**
