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Em 2020, 1º ano da pandemia, PIB cai 24 unidades da Federação

    Em 2020 1o ano da pandemia PIB cai 24 unidades

    Em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) chegou a R$ 7,6 trilhões, com queda de 3,3%. Houve quedas no PIB em 24 dos 27 estados da Federação, estabilidade no estado de Mato Grosso e variações positivas em Mato Grosso do Sul (0,2%) e Roraima (0,1%).ebc

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    As informações constam das Contas Regionais 2020, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com órgãos estatísticos estaduais, secretarias estaduais e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

    Rio Grande do Sul teve a maior queda no volume (-7,2%), seguido por Ceará (-5,7%), Rio Grande do Norte (-5%), Espírito Santo (-4,4%), Rondônia (-4,4%) e Bahia (-4,4%). Os demais recuos foram em Alagoas (-4,2%), Acre (-4,2%), Pernambuco (-4,1%), Paraíba (-4,0%), Piauí (-3,5%) e São Paulo (-3,5%).

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    Segundo o IBGE, no Rio Grande do Sul, o resultado foi causado pela agricultura, que foi impactada pela estiagem em 2020, e pelas indústrias de transformação, por conta do segmento de preparação de couro.

    No Sudeste, o volume do PIB foi igual ao nacional (-3,3%), com retração mais acentuada no Espírito Santo (-4,4%), seguido de São Paulo (-3,5%), Minas Gerais (-3% ) e Rio de Janeiro (-2,9%).

    A Região Sul teve a maior queda no volume do PIB (-4,2%) entre 2019 e 2020, principalmente devido ao desempenho do Rio Grande do Sul (-7,2%).

    O Centro-Oeste foi a região com menor queda no volume (-1,3%), influenciado por Mato Grosso do Sul (0,2%) e Mato Grosso, que se manteve estável.

    De acordo com o levantamento, oito unidades da Federação mudaram de posição no classificação de participação no PIB entre 2019 e 2020. Ao longo da série histórica, iniciada em 2002, apenas em 2014 e 2016 o número de mudanças de posições foi maior. “O Paraná avançou da quinta para a quarta posição, devido ao ganho relativo na agricultura nacional, enquanto no Rio Grande do Sul a perda de posição refletiu a redução de volume e participação na mesma atividade”, diz o IBGE.

    O Pará, pelo ganho relativo ligado às indústrias extrativas, avançou da 11ª para a 10ª posição, ocupando em 2020 a posição que até o ano anterior pertencia a Pernambuco.

    Mato Grosso, que também se destacou em 2020 pelo desempenho da agropecuária, avançou para a 12ª posição, superando o Ceará, que caiu para a 13ª posição. Mato Grosso do Sul subiu uma posição, para 15º, enquanto o Amazonas caiu para 16º, pois o primeiro aumentou sua participação no PIB de 1,4% para 1,6%, enquanto o segundo ficou em 1,5% entre 2019 e 2020.

    “Houve muita mudança de posição, muito mais do que nos últimos anos. Isso é reflexo do primeiro ano da pandemia e da forma como ela ocorreu, diferentemente entre as unidades da Federação. A agropecuária cresceu 4,2%, mas representa cerca de 5% do PIB nacional, enquanto nos estados do Centro-Oeste chega a 20% do valor adicionado, o que compensou parcialmente a queda nos serviços. O Rio Grande do Sul foi um dos poucos estados onde a agricultura e a pecuária não cooperaram, devido a problemas climáticos”, disse a gerente de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça.

    Segundo o gerente, em 2020, a agricultura teve supersafras (com exceção do Rio Grande do Sul) e alta no preço do mercadorias como soja, milho, café e grãos em geral na agricultura, bem como o aumento dos preços dos produtos pecuários, contribuindo para o resultado de estados que possuem produção agrícola relevante em suas economias.

    No Sudeste, única região a perder participação no PIB no período, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram redução de 0,7 ponto percentual e 0,6 ponto percentual, respectivamente. No estado do Rio, a queda foi impulsionada pelas indústrias extrativas, com a queda do preço do petróleo e do gás, enquanto em São Paulo, por perdas nas atividades financeiras, seguros e serviços correlatos e em hospedagem e alimentação.

    Entre os demais estados da região, Minas Gerais ganhou 0,2 ponto percentual por conta da cafeicultura, e o Espírito Santo perdeu 0,1 ponto percentual, também afetado pelas indústrias extrativas.

    “No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo perderam participação. O Espírito Santo perdeu porque o preço do petróleo caiu e sua produção de minério ainda não se recuperou após o acidente em Brumadinho (MG), cuja produção foi pelotizada e escoada pelo Espírito Santo. O desempenho positivo do café não compensou as perdas dos demais setores da economia capixaba”, disse Alessandra.

    PIB per capita

    o PIB per capita no Brasil, em 2020, foi de R$ 35.935,74 e aumentou 2,2% em relação a 2019. O Distrito Federal manteve o maior PIB per capita (R$ 87.016,16), 2,4 vezes maior que o PIB per capita do país. Em segundo lugar aparece São Paulo (R$ 51.364,73) e depois Mato Grosso (R$ 50.663,19) ocupando a posição que historicamente pertencia ao Rio de Janeiro.

    Entre os estados com menor PIB per capita em 2020, Piauí e Maranhão ocuparam a 26ª e a 27ª posições, respectivamente. Abaixo da vigésima posição na classificação são quase exclusivamente estados do Nordeste, sendo o Acre a única exceção, em 23º lugar.

    Em 2020, a remuneração dos empregados perdeu participação pelo quarto ano consecutivo, passando de 43,5% em 2019 para 42%. Pela primeira vez, a remuneração dos empregados deixou de ser o principal componente do PIB, do ponto de vista da renda.



    Fonte: Noticias Agricolas