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Emburrecimento está ligado ao consumo diário de alimentos ultraprocessados

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Foto: Divulgação

Declínio cognitivo pode ser quase um terço maior para quem consome mais de 20% das calorias diárias em alimentos ultraprocessados, segundo pesquisa realizada por cientistas da USP

Pão, macarrão instantâneo, refrigerante: produtos ultraprocessados ​​são produtos que passaram por um longo processo industrial a ponto de sua composição final não se assemelhar a comida de verdade. Vários estudos mostram os danos que causam à saúde. Um dos estudos mais recentes foi realizado por cientistas da USP com base no Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) e mostra que o consumo de alimentos ultraprocessados ​​é um dos fatores que contribuem para o declínio do desempenho cognitivo ao longo do tempo . Os dados mostraram que o declínio cognitivo ao longo da vida é 28% maior naqueles que consomem mais de 20% das calorias diárias em alimentos ultraprocessados. Isso equivale, por exemplo, a comer três pães todos os dias.

Os dados estão sendo apresentados durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimerque acontece ao longo desta semana, entre 31 de julho e 4 de agosto, em San Diego, nos Estados Unidos.

O Elsa-Brasil é um estudo epidemiológico nacional realizado desde 2008 por diversas instituições como USP, UFES, Fiocruz, UFBA, UFMG e UFRGS, que monitora o estado de saúde de aproximadamente 15.000 funcionários. A ideia é investigar a incidência e os fatores de risco para doenças crônicas, em especial, doenças cardiovasculares (AVC, hipertensão, arteriosclerose, infarto) e outras associadas. Os participantes, com idades entre 35 e 74 anos, são de diferentes regiões do país. No próximo mês de agosto, eles serão novamente convocados para entrevistas e exames que identifiquem uma possível evolução dos fatores de risco para essas doenças, consideradas a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo.

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Entre vários outros aspectos da saúde, Elsa é o estudo com maior amostra e maior tempo para avaliar o desempenho cognitivo no Brasil. Os dados das três primeiras ondas (entre 2008 e 2010, 2012 e 2014 e de 2017 a 2018) corroboraram uma série de artigos que encontraram associações de piora do desempenho cognitivo com diversos fatores, como enxaquecas, consumo de álcool, inflamação e, principalmente, vascular doenças como hipertensão.

Os fatores sociais também são relevantes: um dos artigos mostrou que a adesão à dieta MIND (Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay), criada para reduzir o risco de doenças que afetam a memória e a mente, só mostrou eficiência nesse objetivo em pacientes com alta renda, com melhores condições materiais para se alimentar de forma saudável. Em outro, os pesquisadores observaram que o estresse relacionado ao trabalho também está associado ao declínio cognitivo.

Durante a conferência em San Diego, a equipe de Elsa apresenta dois novos estudos longitudinais, ainda não publicados, baseados no acompanhamento de participantes nas três primeiras ondas que identificaram dois fatores que contribuem para o declínio do desempenho cognitivo ao longo do tempo: consumo de alimentos ultraprocessados ​​e o impacto do acúmulo de gordura nas artérias.

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Arte: Simone Gomes

Consumo de produtos ultraprocessados

O estudo sobre alimentos ultraprocessados ​​foi realizado pela pesquisadora Natália Gonçalves em colaboração com outros integrantes da Elsa, incluindo o grupo de pesquisa do professor Carlos Augusto Monteiro, coordenador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da Faculdade de Saúde Pública (FSP), um dos órgãos diretamente envolvidos na elaboração do Guia Alimentar para a População Brasileira.

O estudo utilizou dados de 10.775 pessoas coletadas nas três primeiras ondas do Elsa para classificar as dietas dos participantes de acordo com os quatro grupos descritos pelo Guia: não processados ​​(legumes, frutas, cereais etc.), ingredientes culinários (óleos, sal, óleos ), alimentos processados ​​(com pequenas modificações, como adição de sal ou açúcar) e ultraprocessados, “alimentos que passaram por um longo processo industrial a ponto de sua composição final nem se assemelhar a comida de verdade” (pão pão, macarrão instantâneo, marmitas, refrigerantes, entre outros).

A partir disso, os pesquisadores dividiram as pessoas em quatro grupos, de acordo com o percentual de alimentos ultraprocessados ​​em sua dieta, e constataram que as pessoas que consomem mais desse tipo de produto (acima de 20% de sua ingestão diária) têm um consumo 28% maior derrubar. no desempenho cognitivo do que aqueles que comem menos (abaixo de 20%).

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Para tornar mais tangível o que isso significa, o pesquisador explica que 20% das calorias diárias de alimentos ultraprocessados ​​equivalem, por exemplo, a três míseras fatias de pão por dia.

“Esses resultados, além de inéditos, são muito importantes, pois apontam para um comportamento que as pessoas podem modificar e, com isso, possivelmente reduzir a chance de declínio cognitivo ao longo dos anos”, comenta Natália.

Através da Revista USP

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Fonte: Noticias Agricolas

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