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Embrapa: Biocarvão de café recupera solo contaminado com metais pesados

    Embrapa Biocarvao de cafe recupera solo contaminado com metais pesados

    Foto: Ruan Carnier/Embrapa

    Dois tipos de biocarvão obtidos a partir de resíduos da cadeia do café, o lodo (resíduo gerado na produção do café solúvel) e o pergaminho (gerado no despolpamento úmido do café), incorporados ao solo, mostraram-se eficientes na redução da contaminação por metais pesados e na redução da melhoria da sua qualidade. O Biochar pode ser obtido a partir de qualquer biomassa, como resíduos da cadeia do café, alinhado aos conceitos de responsabilidade socioambiental, economia circular e sustentabilidade.

    Segundo os pesquisadores, os resultados referentes aos teores de cálcio, cobre, carbono orgânico e à atividade das enzimas desidrogenase e protease serviram de base para o cálculo de um Índice de Qualidade do Solo (IQS), permitindo avaliar os impactos do biochar. . A amostra de solo com biocarvão em pergaminho de café apresentou o maior IQS, mas ambas conseguiram reduzir a concentração de metais no solo, contribuindo para a melhoria da sua qualidade.

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    A pesquisa foi realizada sob a liderança de Aline Coscione, do Instituto Agronômico (IAC), em colaboração com a Embrapa Meio Ambiente. O experimento durou 90 dias e, no momento deste estudo, havia uma compreensão limitada do uso do biochar (em inglês, biochar) para melhorar a qualidade do solo, conforme medido pelo IQS.

    Segundo Cristiano Andrade, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, a qualidade do solo refere-se à sua capacidade de desempenhar funções, como apoiar a produção vegetal e regular o fluxo de água no meio ambiente, importantes para o equilíbrio do ecossistema. Assim, os índices de qualidade podem ser pensados ​​no sentido de combinar variações nos atributos do solo e medição do desempenho de uma ou mais funções no ambiente. Isso foi abordado pela equipe na evolução da pesquisa.

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    Manutenção da fertilidade do solo

    As atividades enzimáticas, por exemplo, desempenham um papel crucial na ciclagem de nutrientes e, portanto, na manutenção da fertilidade do solo. A enzima desidrogenase é particularmente importante nos processos bioquímicos, pois está ligada à oxidação da matéria orgânica. A enzima protease está envolvida no ciclo do nitrogênio no solo. O teor de cálcio está intimamente relacionado à produção agrícola, principalmente em solos tropicais, que são naturalmente ácidos e apresentam níveis insatisfatórios de nutrientes. O cobre, embora seja um micronutriente, pode tornar-se tóxico em altas concentrações.

    Na obtenção do IQS, a abordagem para as enzimas é “quanto maior, melhor”, uma vez que estão relacionadas com a ciclagem de nutrientes e, consequentemente, com o desenvolvimento das plantas. Para o cobre, a abordagem é uma “faixa de teor desejada”. Neste último caso, os danos à qualidade do solo ocorrem para valores inferiores ou superiores aos limites da faixa citada para o cobre.

    Segundo Ruan Carnier, um dos idealizadores da pesquisa quando era doutorando no IAC e hoje colaborador da Embrapa, a atividade da enzima desidrogenase atingiu nota muito baixa em todos os tratamentos, com valores abaixo do limite estabelecido. “Por ser uma enzima intracelular, explica Carnier, ela reflete diretamente a atividade dos microrganismos e é altamente sensível a alterações. Assim, neste estudo, a redução da atividade da enzima foi atribuída principalmente à toxicidade dos metais presentes no solo”.

    O trabalho completo de Ruan Carnier, Cleide Aparecida de Abreu, Ana Olivia Fernandes, Adriana Parada Dias Silveira e Aline Renée Coscione, Instituto Agronômico (IAC), Cristiano Alberto de Andrade, Embrapa Meio Ambiente, pode ser acessado aqui.

    Da Embrapa Meio Ambiente

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