Ações já em andamento visam demonstrar a eficiência e tecnologia dos veículos e desenvolver rotas para que ônibus e caminhões possam rodar a gás natural ou biometano no Paraná
A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) e a fabricante Scania se unem com o objetivo de impulsionar o uso do Gás Natural Veicular (GNV) e do biometano em veículos pesados. A parceria foi consolidada durante a participação das empresas no 5º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, que acontece de 18 a 20 de abril em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Durante o anúncio oficial, as empresas destacaram a importância de trabalharem juntas para a implantação de projetos que permitam o desenvolvimento do uso do gás para o transporte pesado, incluindo ônibus e caminhões, e a estruturação dos Corredores Azuis para que esses veículos possam circular com combustível mais eficiente e sustentável.
“Projetos relacionados à mobilidade sustentável colocam o Paraná em um movimento de destaque nacional. O gás natural é uma energia verde e contribui para a transição energética com menor emissão de poluentes e maior competitividade. Além disso, a tecnologia da Scania está disponível para adoção imediata por frotas e empresas, o que também representa ganhos ambientais e operacionais imediatos. O gás natural e o biometano são os combustíveis para a sustentabilidade do presente”, destaca o presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr.
“A parceria da Scania com a Compagas celebra mais um importante passo rumo à descarbonização do transporte de cargas e passageiros. É preciso que o maior número possível de agentes se comprometa com essa urgência, não dependa do diesel, e estimule o mercado a atender essa demanda. Estamos trabalhando em várias frentes para que o biometano seja cada vez mais uma opção não só viável, mas real, assim como aconteceu com o etanol para automóveis”, destaca Gustavo Bonini, diretor de Relações Institucionais da Scania.
Entre os projetos realizados pelas duas empresas está a demonstração do ônibus 100% a gás natural que integra o transporte público urbano de Curitiba e Região Metropolitana. Durante todo o mês de março, o veículo percorreu mais de 280 quilômetros por dia entre a capital paranaense e o município vizinho, São José dos Pinhais. A ação faz parte do projeto de mobilidade urbana sustentável a partir do uso do gás natural, realizado pela Compagas e Scania, em parceria com a Agência Metropolitana do Paraná (AMEP) e o Governo do Estado.
Ação semelhante foi iniciada nesta segunda-feira (17/4) pela Compagas e Scania junto à Prefeitura de Curitiba. O objetivo da iniciativa é fazer uma demonstração do veículo movido a GNV e certificar os indicadores de eficiência, em especial, a redução da emissão de poluentes para integrar esse tipo de carro às frotas de transporte público do Paraná. “Queremos mostrar que a substituição dos veículos movidos a diesel por gás natural ou biometano contribui não só com o meio ambiente e com a saúde da população, mas também com a economia, dada a menor dependência do diesel importado, proporcionando um melhor custo operacional para as frotas e empresas”, diz Lamastra. As empresas também farão demonstrações do veículo a gás nos municípios de Londrina e Ponta Grossa.
Outro projeto que está no centro dessa parceria é o Corredores Azuis, iniciativa que já é realidade no Paraná e em vários estados do país. O objetivo comum é o desenvolvimento de pontos de abastecimento de GNV adequados e adaptados para veículos pesados (caminhões e ônibus) nas principais rodovias e vias de transporte de carga, permitindo viagens com maior autonomia com energia limpa e o consequente aumento do número de veículos que utilizam tecnologia para suas viagens. No Estado, a Compagas atende cinco postos localizados na Região Metropolitana de Curitiba que já abastecem esses veículos e, ainda em 2023, a previsão é começar a operar, na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o primeiro posto projetado com infraestrutura exclusiva para abastecimento de gás de veículos pesados. “Nosso foco é escoar a produção agrícola do interior do Paraná até o Porto de Paranaguá”, destaca Lamastra.
Para a Scania, a evolução da infraestrutura permite o crescimento do uso da tecnologia nas estradas do país. “Para que a transição energética ocorra, é fundamental desenvolver a infraestrutura de distribuição e ampliar a rede de abastecimento”, explica Bonini. “Ações de parceria como essa é o que precisamos para avançar, inovar e oferecer soluções para que outras empresas também superem suas metas. Nossa expectativa é que os corredores sustentáveis se desenvolvam e o biometano se consolide como uma alternativa viável”, acrescenta.
Sobre veículos a gás
Abastecidos com gás natural e/ou biometano, os veículos pesados se destacam em termos de sustentabilidade, pois apresentam redução significativa nas emissões de carbono. Em relação ao diesel, estima-se que o gás natural reduza as emissões de CO2 em até 20%, enquanto o biometano atinge uma redução de até 90%. Abastecer com gás natural ou biometano também traz vantagens para a saúde da população, pois são combustíveis que atuam na redução da poluição local. Quando comparado ao diesel, a redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e de material particulado chega a 85%. Os efeitos são de curto prazo, com menor índice de doenças cardiovasculares e perda de produtividade causada por esses poluentes.
Os modelos possuem motor Ciclo Otto (mesmo conceito dos carros) e funcionam 100% a gás e/ou biometano, ou uma mistura de ambos. Não são convertidos de diesel para gás, possuem garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, desempenho consistente e resistência semelhante aos equivalentes a diesel, além de serem mais silenciosos. A segurança é total em caso de acidentes ou explosão. Cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro (em conformidade com a legislação). Existem três válvulas (fluxo, pressão e temperatura) que liberam o gás em caso de anomalia em um desses três aspectos. Os cilindros são extremamente robustos (o material é de ogivas de mísseis). Em caso de incêndio ou colisão, o gás é liberado na atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão, ao contrário de um veículo similar movido a diesel, que é mais perigoso, pois o líquido fica no solo ou pode se espalhar pelo implemento (caminhão). ou a carroceria (ônibus). Neste momento, são ideais para o ‘Aqui e Agora’ do país, pois enquadram-se nos três pilares da sustentabilidade: económico, social e ambiental.
