SÃO PAULO (Reuters) – A safra de milho 2022/23 no Mato Grosso atingiu 68,23% da área até esta sexta-feira, um salto semanal de 18,78 pontos percentuais, o que reduziu o atraso nas obras em relação à média histórica da época, apontou esta Sexta-feira pelo Instituto de Economia Agrícola (Imea).
Agora, o ritmo da safra de milho no principal produtor de grãos e oleaginosas do Brasil está pouco menos de cinco pontos percentuais abaixo da média histórica do período, contra cerca de dez pontos há uma semana.
“A aceleração semanal foi incentivada pelo horário aberto”, explicou o diretor da consultoria Pátria AgroNegócios, Matheus Pereira, indicando que o Estado continua sendo o principal impulsionador do andamento das obras no país.
A consultoria estimou a safra de milho segunda safra no Brasil em 40,11%, contra 52,78% no ano passado e 46,62% na média dos últimos cinco anos.
“Mato Grosso continua liderando o andamento da safra no país. O destaque é para a aceleração agressiva nestas próximas semanas com tempo claro e condições favoráveis para o trabalho de campo”, acrescentou Pereira.
Ele ponderou, porém, que as chuvas no Paraná podem tornar o Estado uma exceção no avanço da colheita na próxima semana.
“Atenção apenas para o Paraná, que tem previsões climáticas que trazem dificuldades para a colheita, principalmente no norte do Estado”, comentou.
EXPORTAR
Em relação à safra passada, quando o plantio ocorreu mais cedo, a colheita do milho no Mato Grosso está atrasada em 17,06 pontos percentuais.
O Estado está colhendo uma safra recorde de milho, acima de 50 milhões de toneladas, o que deve impactar as exportações do país, maior exportador mundial do cereal, nas próximas semanas.
As primeiras imagens de satélite de julho indicam um ritmo de colheita mais intenso, após uma desaceleração em junho, disse a 4intelligence, startup que atua no setor.
As exceções são Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, que ficam abaixo de 6% do total colhido.
“Com a aceleração da colheita, esperamos fechar o mês de julho com algo em torno de 75% da área colhida, beneficiando o escoamento do grão”, disse a 4intelligence, startup que atua no setor.
“Projetamos exportações em torno de 5,0 milhões de toneladas em julho, representando aumentos de mais de 22% na produção de milho em relação ao mesmo mês de 2022”, acrescentou.
A 4intelligence estima que a safra brasileira de milho deve atingir produção recorde no inverno de 2023, chegando a 95,9 milhões de toneladas colhidas, um aumento de 5,5% em relação ao ano passado.
(Por Roberto Samora; edição de Marta Nogueira)
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