Pular para o conteúdo

Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização

Além dos mistérios e de suas belezas naturais, o rio Nilo é o mais longo do mundo. Suas origens e sua importância para nossa civilização ainda são temas amplamente debatidos por diversos especialistas e historiadores.

Em visita ao Egito, a especialista em Direito Agroambiental, Dra. Alessandra Panizi, aborda aspectos históricos e míticos sobre o surgimento das águas do Rio Nilo, sua importância para o meio ambiente e sua relação com a própria história da humanidade. Confira nosso quadro de Direito Ambiental desta semana!

Patrocinadores

visita ao Egito

o rio Nilo

O Nilo é o rio mais longo do mundo. Localizada no nordeste do continente africano, sua nascente fica ao sul do equador e sua foz está no Mar Mediterrâneo. Ele segue essa trajetória por 30 milhões de anos.

Sua bacia hidrográfica cobre uma área de 3.349.000 km², abrangendo Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e Egito.[9] Desde sua nascente mais remota, localizada no “Parque Nacional Nyungwe” de Ruanda, o Nilo tem uma extensão de 7.088 km.

Patrocinadores
Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização
Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização 1

É formado pela confluência de três outros rios, o Nilo Branco (Bahr-el-Abiad), o Nilo Azul (Bahr-el-Azrak) e o Rio Atbara. O Nilo Azul (Bahr-el-Azrak) nasce no Lago Tana (Etiópia), fundindo-se com o Nilo Branco em Cartum, capital do Sudão.

O Nilo é comumente considerado o rio mais longo do mundo, com cerca de 6.852 km, e o Amazonas como o segundo maior, com cerca de 6.400 km. O debate sobre a verdadeira origem (nascente) dos respectivos rios e, portanto, sobre sua extensão, intensificou-se nas últimas décadas.

De acordo com estudos brasileiros e peruanos realizados em 2007 e 2008, os canais de maré do interior sul da bacia do Amazonas e do estuário do Pará do Tocantins foram adicionados à nascente do Amazonas, concluindo assim que o Amazonas tem uma extensão de 6992 km. sendo, portanto, maior do que o Nilo, cujos estudos até à data apontam para uma extensão estimada de 6 853 km, quando se supõe que a nascente do Nilo se encontrava no rio Cagera.

Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização
Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização 2

Delta do Nilo

O Delta do Nilo é uma região plana com formato triangular, medindo 160 km de comprimento e 250 km de largura. No Delta, o Nilo se bifurca em dois canais que levam suas águas ao Mediterrâneo: o canal Rosetta a oeste e o canal Damieta a leste.

barragens do Nilo

Ao longo do Nilo existem algumas barragens, sendo uma das mais importantes a Grande Barragem de Aswan.

Entre 1899 e 1902, a primeira barragem em Aswan foi construída com capital britânico, que foi ampliada em 1911 e 1934.

Entre 1959 e 1970, foi construída a Barragem de Aswan, a cerca de oito quilómetros da primeira barragem, graças ao apoio prestado pela União Soviética.

Exploração do Nilo

Acredita-se que os antigos egípcios conheceram o Nilo até o ponto em que o Nilo Branco e o Nilo Azul confluíram em Cartum. Embora não tenham explorado o Nilo Branco, acredita-se que teriam conhecido o Nilo Azul até sua nascente no Lago Tana.

Em meados do século V aC, o historiador grego Heródoto empreendeu uma viagem ao Egito, tendo atravessado o rio até Assuã, a fronteira tradicional do Egito Antigo.

No século II aC Eratóstenes desenhou um mapa que mostrava com bastante precisão a rota do Nilo a Cartum, no qual também eram mostrados dois afluentes, o Atbara e o Nilo Azul. Eratóstenes foi o primeiro a postular que a nascente do Nilo estaria em lagos equatoriais.

Em 25 aC, o geógrafo Strabo e Aelius Gallus (prefeito do Egito) exploraram o Egito até Aswan. Estrabão também descreveu o rio no Livro 17 de sua Geografia, aludindo às teorias de Eratóstenes.

Em 66 d.C., na época do imperador Nero, o exército romano tentou encontrar a nascente do rio. No entanto, segundo Sêneca, o pântano de Sudd impediu o avanço do exército. No século I, um mercador grego chamado Diógenes contou ao geógrafo Marino de Tiro que durante uma viagem pela costa leste africana decidiu penetrar no continente e, depois de vinte e cinco dias, chegou a dois grandes lagos e uma cadeia de montanhas cobertas com neve de onde o Nilo subiria. No século II, Ptolomeu usou essa informação para fazer um mapa mostrando o Nilo Branco subindo desses lagos, que recebiam sua água das montanhas da Lua (Lunae Montes). Essas montanhas provavelmente são as Montanhas Ruvenzori, situadas entre Uganda e Zaire.

choro de Ísis

A deusa Ísis é uma das principais divindades da mitologia egípcia, embora seu culto transcenda as fronteiras do Egito e se estenda por todo o universo greco-romano, chegando até as terras em que a Alemanha se encontra atualmente. Sua veneração parece remontar a pouco depois de 2500 aC, à quinta dinastia do Egito.

Ela é a primogênita do deus da Terra Geb e a divindade governante do Cosmos, Nut. Seu irmão Osíris torna-se seu marido, com quem ela concebe Hórus, deus do céu, intoxicado pela energia solar. O outro irmão, Seth, responsável pelos desertos, torna-se o principal inimigo do casal.

Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização
Rio Nilo e o grito de Ísis, entenda a importância das águas para nossa civilização 3

Por muito tempo essa deusa foi venerada como a maior representação da essência materna e da esposa perfeita, além de zelar pelo reino natural, portanto, para todas as dimensões da existência. Ela era vista igualmente como símbolo dos mais simples, dos que morrem e dos que nascem. Uma mitologia tardia atribui as inundações anuais do rio Nilo às lágrimas derramadas por Ísis pela perda de seu amante.

Ano após ano, a morte e ressurreição de Osíris eram comemoradas em vários rituais; no Egito, um festival chamado Noite das Lágrimas é preservado. Ela acontece em junho, por isso é conhecida como a Festa Junina de Lelat-al-Nuktah.

Nessa tradição, mantida pelo povo árabe, revive-se o vínculo entre Geb e Nut, ou seja, a Terra e o Firmamento, e o surgimento de sua descendência, que inclui Ísis e Osíris, além de seus irmãos, que assim totalizando nove deuses. , a famosa Enéade, que teve seu início com a Deidade criativa original.

Dra. Alessandra Panizi

Dra. Alessandra Panizi - Agronews

Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA Universidad del Museo Social Argentino. Especialização em Auditoria Pericial e Gestão Ambiental – Oswaldo Cruz. especialização em Direito Agroambiental – Fundação Escola Superior do Ministério Público de Mato Grosso. Especialização em Formação para Carreira Jurídica – Fundação Escola Superior do Ministério Público de Mato Grosso. Graduado em Direito pela UNIC – Universidade de Cuiabá.

AGRONEWS® é informação para quem produz



Fonte: Noticias Agricolas

Autor