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Chefs de cozinha conhecem as novas cultivares de feijão-caupi

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Chefs paraenses receberam o feijão da nova cultivar de feijão-caupi, conhecida como feijão-caupi, desenvolvida pela Embrapa Amazônia Oriental. São quatro variedades: BRS Bené, de grãos grandes e marrons; BRS Guirá, com grãos pretos brilhantes; BRS Utinga, feijão branco com grãos grossos; e BRS Natalina, primeira cultivar de feijão manteiga do Brasil. A ação faz parte das estratégias de promoção de produtos com diferentes públicos.

Amplamente consumido nas regiões Norte e Nordeste do país, o feijão-caupi está presente nos cardápios dos restaurantes brasileiros. O prato “Baião de dois” com grão de castanha é o mais tradicional, mas a salada de feijão manteiga vem ganhando cada vez mais espaço na culinária regional. Prova disso é o cardápio do novo restaurante da chef Lúcia Torres, em Belém (PA).

Lúcia, que se orgulha de ser chamada de “boieira”, é uma das pioneiras na comercialização de comidas regionais na feira do Ver-o-Peso, em Belém. Ela está na feira há 28 anos e recentemente abriu um restaurante onde o feijão manteiga tem lugar fixo no cardápio. “No camarote do Ver-o-Peso já tínhamos baião de dois com feijão-fradinho. Mas durante a pandemia, tivemos que retirá-lo. No cardápio do restaurante, terei salada e farofa com feijão manteiga”, diz o chef.

Para o chef Thyago Guarany, que trabalha com comida internacional, as novas cultivares de feijão-caupi têm espaço no mercado, principalmente com agregação de valor aos produtos, tradicionalmente cultivados por agricultores familiares. “Tem que contar a história desse produto, com informações de onde veio, quem plantou, com a valorização do produtor”, complementa o chef.

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Agregar valor aos produtos da agricultura familiar amazônica também é o que destaca o chef Fábio Sicilia. Ele acredita no potencial do feijão manteiga, genuinamente paraense, na alta gastronomia. “A Manteiguinha agrada ao exigente público da alta gastronomia, tem grãos de excelente qualidade e por não ser uma commodity, oriunda de pequena produção familiar, pode ser incluída na lista de ingredientes exclusivos. Isso faz com que chefs do mundo todo queiram ter esse diferencial”, afirma.

Atributos nutricionais e culinários

As cultivares liberadas pertencem a dois grupos: caupi tradicional, subclasse cores (marrom, branco e preto); e feijão-caupi da subclasse manteiga com grãos extra pequenos, popularmente conhecido como “beijão manteiguinha”. A qualidade do grão foi o principal objetivo do melhoramento genético do feijão, segundo o pesquisador da Embrapa Rui Alberto Gomes Junior. “Diferente de outras culturas agroindustriais, o grão de feijão seco é o produto final que será embalado e oferecido ao consumidor, por isso a qualidade visual é o primeiro ponto que deve ser considerado”, acrescenta o pesquisador.

Outros pontos importantes são o sabor e o tempo de cozimento, “porque além de bonito, o feijão tem que ser gostoso e cozinhar rápido”, completa Gomes. Aliados ao aspecto visual e ao sabor, os grãos das novas cultivares apresentam teores médios elevados de proteína, ferro e zinco.

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O BRS Bené, de grãos grandes e marrons, possui vagens e grãos maiores que os tradicionais, com teor médio de proteína de 24% e tempo de cozimento de 13 minutos.

O grande tamanho e formato dos grãos também é um dos diferenciais da BRS Utinga, que apresenta coloração branco-rugosa. Os grãos têm teor médio de proteína de 25% e o tempo de cozimento é de 11 minutos.

A BRS Guirá, com feijão preto, completa o grupo de cultivares tradicionais. É o primeiro caupi preto recomendado para o estado do Pará. Os grãos possuem teor de proteína de 29%, o que confere boa qualidade nutricional ao produto.

A BRS Natalina é a primeira cultivar no Brasil do tipo “manteiguinha”, também chamada de “feijão de Santarém” no oeste do Pará. Foi selecionada a partir de linhagens obtidas das melhores variedades crioulas, possui grãos uniformes, extrapequenos e de cor creme. O destaque dessa variedade é o teor médio de proteína de 26% e o rápido cozimento, tornando-a uma boa opção para o mercado de proteína vegetal.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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