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BTG busca novas fronteiras de olho na riqueza do agronegócio brasileiro

    BTG busca novas fronteiras de olho na riqueza do agronegocio

    por Roberto Samora

    SÃO PAULO (Reuters) – Após reforçar suas operações de agronegócio, o BTG Pactual agora quer avançar nos principais polos do setor e em novas fronteiras agrícolas do país, capturando agricultores e agronegócios como clientes, disseram à Reuters executivos do maior banco de investimentos da América Latina.

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    Esse caminho envolve a oferta de serviços financeiros mais sofisticados para agricultores e pecuaristas de estados como Mato Grosso e Goiás, tradicionais produtores de grãos e carnes, além de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), região com forte crescimento nos últimos anos, mas ainda com muito espaço para ser ocupado.

    Uma ponte para chegar a esses novos campos – do centro financeiro de São Paulo na Avenida Brigadeiro Faria Lima – fica no Mato Grosso do Sul, que abriga desde o ano passado um BTG regional com especialidades para entender e atender as preocupações dos empresários rurais.

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    O trabalho visa oferecer uma série de ferramentas financeiras e de investimentos para o banco, que já realizou diversas ofertas de ações em empresas do agronegócio e é líder na emissão de cartas de crédito para financiar o setor.

    “Daqui para frente, estamos buscando novas posições fora do Mato Grosso do Sul, queremos contratar em Cuiabá, em Goiânia… Combinando com escritórios na Bahia, começar a acessar o Matopiba, referência para o mundo agro…”, ele disse à Reuters Raphael Guinle, sócio do BTG responsável pelo negócio voltado para pessoas físicas para private banking.

    O BTG anunciou recentemente a abertura de dois novos escritórios de Wealth Management no Nordeste, em Salvador e Fortaleza. No caso da unidade baiana, será importante apoiar os negócios do oeste do estado, grande produtor de algodão, que é uma cultura de investimento intensivo.

    “O que queremos mesmo é crescer, contratar mais pessoas e ocupar mais espaço, aproveitando as boas relações que estão sendo construídas”, acrescentou Guinle.

    O BTG também busca atrair aquele agricultor ou empresa familiar que ainda opera com bancos locais ou mesmo cooperativas, e que estão distantes do mercado financeiro, oportunidade vista pelo BTG.

    O banco, especialmente o regional de Campo Grande, está estruturado para combinar as diferentes áreas de atuação do BTG – desde a gestão de grandes fortunas, captação de recursos para empresas e estruturação de operações financeiras – em prol do atendimento mais adequado ao cliente do agronegócio.

    “Tem um chapéu um pouco mais amplo do que o papel exclusivo do private banking, o que de fato é algo importante, porque diferentemente dos clientes tradicionais de private banking, o cliente do agronegócio depende muito do reinvestimento no próprio negócio, é um gerador de liquidez”, explicou Gabriel Jacintho, diretor executivo do banco responsável pela região Centro-Oeste, com escritório em Campo Grande (MS).

    Segundo ele, hoje os grupos do agronegócio estão se tornando muito sofisticados em termos de governança e administração, acessando cada vez mais o mercado de capitais para se financiar e se proteger também. “Então nossa estrutura é de private banking, mas muito do mundo do agronegócio, porque os principais clientes, as principais famílias com quem conversamos têm investimentos importantes no agronegócio”, acrescentou.

    Considerando apenas a exposição de crédito no Agro, o BTG conta atualmente com quase 20 bilhões de reais, representando mais de 16% de sua carteira de crédito corporativo, participação que deve se manter próxima desse patamar nos próximos anos, pois a carteira de crédito de outros setores também cresce , disse Guinle.

    Ele não detalhou novos processos de oferta de ações pelas empresas, mas mostrou otimismo com o aumento da participação do segmento na B3, lembrando que mais grupos do agronegócio estão prontos e já poderiam ter ido para a bolsa. Ele vê uma “janela” pós-eleitoral aberta apenas para operações “follow-on”, que podem incluir empresas agrícolas, mas não IPOs.

    PERTO DO CLIENTE

    Jacintho, engenheiro agrônomo com experiência no mercado financeiro, mas também com conhecimento empírico do setor, já que sua família tem negócios ligados ao agro, destacou a flexibilidade do banco para fazer o que o mercado exige.

    “O BTG é líder em banco de investimento na América Latina, mas está muito próximo de parceiros relevantes que têm autoridade para fazer o que o cliente exige”, disse.

    O executivo revelou que viaja com frequência para o interior de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, deve ir em breve a Rondônia visitar clientes e vem conversando com cotonicultores da região de Luís Eduardo Magalhães (BA), um exemplo de como a regional Grande leva os produtos do banco onde estão seus principais clientes.

    Ele comentou que o BTG conquistou uma “presença relevante” dentro das empresas do Centro-Oeste, após a implantação da regional no Mato Grosso do Sul, incluindo frigoríficos que são grandes exportadores, realizando todos os serviços de câmbio e operações de ACC.

    Para o futuro, disse Jacintho, o agronegócio brasileiro provavelmente será uma “ilha de segurança em termos de investimentos”, o que traz confiança ao BTG para aproveitar oportunidades relacionadas à competitividade brasileira no segmento.



    Fonte: Noticias Agricolas